Pedro Góis foi escolhido pelo Governo para dirigir o Observatório das Migrações, afiançando que “precisamos de um fluxo de cem mil imigrantes por ano”. Ao mesmo tempo, diz que “os salários são baixos, e como há uma chegada recorrente de mão-de-obra, eles não tendem a aumentar, e isso, ano após ano, acaba por ter influência em todo o sistema”.
O drama, claro, é que se reforçou desde a troika uma economia de baixa pressão salarial, demasiado concentrada em sectores como a construção, o agronegócio ou o turismo, onde os patrões exigem uma força de trabalho barata, abundante e descartável.
Sem instrumentos de política económica, furtados pela integração europeia, este é o modelo que nos cabe na divisão europeia do trabalho. Quem não quiser falar de capitalismo globalizado e da respetiva arbitragem laboral, deve calar-se sobre a corrida laboral para o fundo e sobre os seus efeitos sociais e políticos.
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