sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Se insistem, nós também

Na edição impressa do passado fim de semana, o Expresso decidiu juntar-se à claque de Crato, dando negativa na secção «Altos e Baixos» ao Secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, com o seguinte descritivo: «o desempenho dos alunos do 4.º ano piorou a Matemática entre 2015 e 2019. Os dados foram revelados pelo maior estudo internacional sobre tendências de Matemática e Ciências. Apesar de a atual equipa do Ministério da Educação estar em funções há cinco anos, o secretário de Estado atribuiu a responsabilidade às políticas de educação do Governo anterior, que terão gerado «maiores dificuldades de aprendizagem».

Percorrem-se as páginas do semanário e não se encontra, contudo, mais nenhuma referência ao estudo e aos resultados dos alunos portugueses. Aliás, até se encontra: um artigo de opinião de Luís Aguiar-ConrariaPassa-culpas para o Passos») em que não se cuida de verificar a cronologia das mudanças educativas, enveredando-se pela mesma ligeireza na análise. De facto, as Metas curriculares de Nuno Crato mantiveram-se em vigor entre 2015 e 2019 (pelo que seriam sempre o «chão pedagógico» dos exames do 4º ano), tendo de resto servido de base aos manuais escolares utilizados nesse período.


Aliás, ainda em matéria de exames, como bem lembra João Costa, não só não se verifica uma «correlação entre os resultados do TIMSS 2019, ou do PISA 2018, e a existência de exames no final do primeiro ciclo» (dado que a melhoria dos resultados desde meados dos anos 90 ocorreu sem que estes existissem), como «nada sustenta», que essa correlação se registe a nível europeu (porque, «na verdade, a generalidade dos países não os tem»).

É pena portanto que o Expresso se tenha limitado a sinalizar os resultados do TIMSS no «Altos e Baixos», quando até poderia ter incluído, na sua edição impressa, o artigo detalhado e informativo assinado por Isabel Leiria três dias antes, que dava nota dos factos (sim, os factos), que impedem que se atribua às mudanças de política educativa entre 2015 e 2019 os resultados obtidos pelos alunos do 4º ano no TIMSS de 2019.

Não é difícil perceber o impulso intuitivo de associar resultados escolares ao tempo das legislaturas. Mas a verdade é que em educação as coisas não funcionam com essa linearidade, e menos ainda quando as alterações que estão em causa (substituição das Metas curriculares de Nuno Crato, em vigor desde 2013, pelas Aprendizagens Essenciais de João Costa), apenas ocorreram em 2019 no 1º Ano do 1º Ciclo. O que significa, repita-se as vezes for necessário, que os alunos do 4º ano que participaram no TIMSS de 2019 frequentaram todo o 1º Ciclo com as Metas curriculares do ex-ministro. Ou seja, se quiserem saber o impacto das Aprendizagens Essenciais e do Perfil do Aluno nos resultados escolares terão que esperar pelo próximo TIMSS, pois este ainda é o TIMSS de Crato e da maioria de direita.

12 comentários:

Anónimo disse...

A direita e a questão das medalhas.
Não interessa se andaram a encerrar escolas.
O que interessa é procurar uma medalhazinha que se possa exibir, como se fosse a descoberta do caminho marítimo para a Índia.

Anónimo disse...

A questão está mal posta
A questão é que não têm medalhas nenhumas. São uma fraude e fazem propaganda da vigarice. A direita deste género ê assim. Desonesta e fraudulenta

Anónimo disse...

O argumento do S.E. Costa é um apelo à ignorância. É falso (que a inexistência de exames...)porque não se provou que é verdadeiro.

JE disse...

20 e 52:

Um apelo à ignorância, à má-fé, à desonestidade e à manipulação

https://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2020/12/os-alunos-de-crato-agora-no-timss-de.html

Nem sob anonimato, ou sob PSG ou sobre o que quer que seja,joão pimentel ferreira consegue fazer passar as suas medalhas ao traste do Crato

Anónimo disse...

Há aqui um pequeno problema de identidade. Não sou o tal João Pimentel a que se refere. Sou um anónimo professor do ensino secundário que não se vê a medalhar quer o Crato quer quem seja, S.E. Costa incluído.

JE disse...

Nós sabemos

O pobre pimentel ferreira tem sempre desses problemas. De identidade.

Depois passa-lhe. Fraudes como as fraudulentas medalhas

JE disse...

Mas vejamos o grau de aliteracia deste "professor"

O que diz o texto:
"Aliás, ainda em matéria de exames, como bem lembra João Costa, não só não se verifica uma «correlação entre os resultados do TIMSS 2019, ou do PISA 2018, e a existência de exames no final do primeiro ciclo» (dado que a melhoria dos resultados desde meados dos anos 90 ocorreu sem que estes existissem), como «nada sustenta», que essa correlação se registe a nível europeu (porque, «na verdade, a generalidade dos países não os tem»).

O que diz o pobre joão pimentel ferreira, perdão "professor anónimo"?
"É falso (que a inexistência de exames...)porque não se provou que é verdadeiro."

Mas quem diz que se provou que é verdadeiro? O que se diz é que "nada sustenta".

O ignorante joão pimentel ferreira aonio eliphis, aliás anónimo professor, percebe a diferença?

Só há tipo capaz de tal incapacidade para interpretar um texto escorreito e depois vir fazer estas fitas de virgem ofendida.E ainda distribuir medalhas

Esse mesmo

Anónimo disse...

Só uma pequena correção. Eu digo " não se provou" e não que "se provou" como você afirma. Faz alguma diferença. De facto não existiam exames. Existiam contudo provas de aferição que voltaram a ter aplicação universal com a Maria de Lurdes Rodrigues o que, se calhar, também faz alguma diferença.
Percebe a diferença?

JE disse...

Bom

A pequena correcção revela-se um flop.

Há limites para a ignorância.Ou devia haver

Aí em cima está tudo. Vamos lá repetir para até o joão pimentel ferreira, perdão o anónimo que até se diz professor, consiga perceber:

"O que diz o pobre "professor anónimo"?
"É falso (que a inexistência de exames...)porque não se provou que é verdadeiro."

Devagarinho:
"É falso... blablabla...porque não se provou que é verdadeiro"

Mas quem disse que é verdadeiro? Para se poder provar que o não é. Porque se ninguém afirmou que uma proposição é verdadeira, é desonesto vir afirmar que é falsa porque ninguém disse que a proposição é verdadeira.

O que se disse?
"nada sustenta"

E o jpf, perdão o anónimo que até é professor,em vez de tentar sustentar alguma coisa, substituiu uma hipótese de trabalho, por uma afirmação taxativa

Ou seja ( devagarinho):
Quem introduziu o "verdadeiro" foi este sujeito.Assim a modos que introdutor de frases feitas a ver se pega

Pelo que se repete:
"Mas quem diz que se provou que é verdadeiro?"

O pobre jpf ,aliás o anônimo, que se diz professor, pensa que nos referimos a ele como tendo sido ele a proferir essa afirmação:
"Mas quem diz que se provou que é verdadeiro?"

E vai o "anónimo"
"Eu digo " não se provou" e não que "se provou" como você afirma

Lolol. Pois não disse que se provou. Mas ninguém disse que se provou que é verdadeiro. Ninguém. Nem mesmo a inteligência do anónimo. Pelo que não se pode dizer que algo é falso porque ninguém disse que é verdadeiro

E o que se disse?

"Nada sustenta"

JPF não conseguiu sustentar.

Será que percebeu a diferença?

JE disse...

Não acaba?

Não. Temos a cena das provas de aferição

Mas estas cenas já foram papagueadas por um tipo,"PSG", da forma idiota como aqui se demonstrou:

https://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2020/12/os-alunos-de-crato-agora-no-timss-de.html

Quer assim o"anónimo" voltar atrás? Numa de encher chouriços ou para tentar perceber o que se lhe diz?

Façamos parcialmente a vontade a jpf,perdão, ao "anónimo". Parcialmente apenas. Que volte a ler o bom artigo de Nuno Serra. Pode ser que perceba desta e nos deixe de recitar este blablabla sobre as provas de aferição

Mas se não chegar, então iremos buscar argumentos a outrém. Ao próprio "anónimo"

Assim deste jeito:

O argumento do "anónimo" é um apelo à ignorância. É falso (que as provas de aferição que voltaram a ter aplicação universal com a Maria de Lurdes Rodrigues faça, alguma diferença) porque não se provou que é verdadeiro.

Só há mesmo alguém que é capaz de dizer cabotinices do género e voltar a insistir nelas da forma como o faz

Sim ,esse mesmo que todos estamos a pensar

Anónimo disse...

Caro JE
A minha única afirmação taxativa é a de que o argumento do SE Costa é falacioso e a falácia em que incorre é um apelo à ignorância, cuja forma geral apresentei. Não substituo quaisquer "hipóteses de trabalho" por outras afirmações taxativas e também não oculto o meu compromisso com a, chamemos-lhe, plausibilidade da tese do SE Costa num "ninguém afirmou que era verdadeiro".
Estou de acordo com a ideia do post de que em educação as coisas não funcionam com essa linearidade, mas parece-me que ela é contraditória com a ideia de que teremos que esperar pelo próximo TIMMS para saber o impacto das aprendizagens essenciais e, já agora, da inexistência de exames, e de que este é o TIMMS de Crato.

JE disse...

Pode estar de acordo ou não com o que quiser.

Não pode é desbobinar a série de disparates que disse

E querer passar pelos pingos da chuva, sem sequer assumir estes mesmos disparates.

Já agora ...este "anónimo"sabe ler? Ainda não percebeu essa do "ninguém afirmou que era verdadeiro"?

Isto faz lembrar quem?