domingo, 10 de dezembro de 2017

Do Consenso de Bruxelas


Tenham muita paciência e muita fé em Merkron, num alinhamento do bloco central europeu para realizar reformas que de alguma forma aproximem as economias de um Euro de resto já muito mudado da agilidade de referência das economias anglo-saxónicas nos ajustamentos.

Este é o meu breve resumo da algo arrastada, mas instrutiva, entrevista que Teresa de Sousa fez ontem no Público a Mário Centeno; na realidade, não foi bem uma entrevista, antes uma amena conversa entre dois euro-liberais, sem questões perturbadoras (já basta o espectro de populismos tão necessários...).

Creio que a conversa confirma a hipótese em que temos insistido: Centeno não terá grandes adaptações a fazer para ser um executor das políticas de sempre do Eurogrupo e do resto da tralha institucional do Consenso de Bruxelas, de resto, e esta é a verdadeira mudança no Euro, cada vez mais pesada e condicionadora da soberania democrática.

3 comentários:

Anónimo disse...

Perpassa da entrevista uma curiosa tese de que o conselho do Eurogrupo, que recorde-se não tem existência institucionalizada, isto é, é um grupo informal, se deve sobrepor à Comissão, que é um orgão oficializado pelos tratados e responde perante o Parlamento Europeu.
Tomemos nota de como a democracia é cada vez mais indirecta nesta UE.

Anónimo disse...

Acerca da politica alemã Centeno tem uma fé enooooorme num novo ciclo.
Curiosamente tudo aponta para que o "novo ciclo" seja protagonizado pela mesma coligação, o que é uma bizarria.
Schulz já pôs as bandeiras da integração europeia ao vento e Merkel já lhe disse que nem pensar. Vai ser giro!
A realidade é que o SPD, na sua traição aos ideais sociais-democratas tem sido punido pelos eleitores.
Paul Mason, em artigo no Guardian diz que Schulz devia pedir um alto preço pelo apoio a um governo Merkel. Até usa a colorida imagem da vaca a caminho do matadouro a quem o dono do matadouro propõe uma sociedade. Isto é, o SPD ao apoiar Merkel está a autodestruir-se e a única safa de Schulz seria pedir um preço demasiado alto como por exemplo um plano coordenado de expansão monetária para a Europa, e estímulos fiscais para os países da periferia à altura de um plano Marshall.
No entanto tudo indica que Schulz vai vender a pele barata e continuar a senda de suicídio assistido da social-democracia europeia.
As implicações para Centeno é que a mudança de ciclo que profetiza na Alemanha e que seriam fulcrais para Portugal não se vão concretizar.
O artigo do Guardian é este:
https://www.theguardian.com/commentisfree/2017/nov/27/the-german-left-should-demand-a-high-price-to-prop-up-merkel

Anónimo disse...

Gostei da posta

E do termo Merkron...