João Pinto e Castro contribui para desmontar o mito do "grande estadista europeu" personificado por Delors, um dos arquitectos deste euro disfuncional e uma das figuras que mais contribuiu para o esvaziamento do socialismo europeu, processo com mais de duas décadas, da viragem de 180º na política de Mitterrand, momento a partir do qual a esquerda social-democrata se tornou protagonista principal da liberalização financeira, até ao seu papel no grande salto em frente numa construção europeia assimétrica de matriz neoliberal. Ele e outros grandes estadistas da altura forjaram Maastricht, onde muitos dos actuais problemas europeus têm origem. Ainda recentemente, em artigo no Público, lá vinha Delors, o inevitável advogado de negócios Vitorino e mais uma catrafada de ex-eurocontentes do bloco central europeu, gente que nos dizem que devemos levar muito a sério, com um artigo no Público a apelar ao aprofundamento da lógica do mercado interno, com a extensão da liberalização a novos sectores, acompanhada de austeridade nacional, mitigada por um reforço do Banco Europeu de Investimento para legitimar as outras desgraças. O mesmo de sempre, com mudanças na margem, que estão muito longe do que é necessário.
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