A propósito da irreprimível pulsão antidemocrática de certas frações do capital, sempre com eco previsível, Luís Vieira comenta de forma acutilante: “Se deixarem o empresário português sem supervisão de um adulto durante muito tempo, ele acaba por inovar e criar o Estado Novo a partir de primeiros princípios.”
Aproveito este ensejo para um apelo: evitemos a designação “Estado Novo”. De facto, o poder político ditatorial do capital financeiro puro e duro chama-se fascismo e este perigo é inerente ao capitalismo sem freios e contrapesos à altura.
Sim, o fascismo existiu entre nós e os seus novos rostos andam por aí, com pesados financiamentos empresariais e apoio mediático sem rival.
Em tempos sombrios, precisamos sempre de um antifascismo militantemente luminoso, que comece por nomear com objetividade o inimigo, evitando designações que este mobilizou para efeitos apologéticos.


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