segunda-feira, 21 de agosto de 2023

O porno-riquismo tem mandamentos

A promoção do consumo conspícuo na era das desigualdades pornográficas nestas duas revistas semanais é sazonal como os incêndios. O porno-riquismo também tem custos sociais de monta. Os benefícios são privados e incluem umas experiências gratuitas para um ou outro jornalista. 

O porno-riquismo tem “mandamentos” e tudo, informa pecaminosamente a Sábado: “Mandamento número 1: nunca dizer não” aos pedidos dos ricos. Diz que é “difícil surpreendê-los e a hotelaria de luxo não se poupa a esforços para consegui-lo ‘dentro da legalidade’, frisam”. Este frisam é todo um programa num contexto em que o dinheiro é a lei. 

Não é por acaso que há cada vez mais investigação sobre os abusos e patologias associados à riqueza extrema.

6 comentários:

Anónimo disse...

Quem é que compra estas revistas? Será que há nelas uma ambição de classe média que ambiciona o privilégio do dinheiro?

tempus fugit à pressa disse...

o certo é que alguém compra estas revistas e aspira a este estilo de vida

TINA's Nemesis disse...

Estas capas de revista a ostentar as vidas de uma pequena minoria privilegiada demonstra, mais um vez, como estamos submersos em ideologia, uma ideologia que nem é identificada como ideologia e por isso tão difusa.
Para quem são este tipo de artigos?
Estas capas e artigos não têm como objetivo mostrar o caminho para o El dorado à classe trabalhadora mas sim envergonhar a classe trabalhadora atomizada, e para a convencer que a culpa é dela por não fazer parte do grupo restrito dos ricos.

Anónimo disse...

"umas experiências gratuitas para um ou outro jornalista."
Não creio que isto seja jornalismo nem que seja feito por jornalistas.

José Cristóvão disse...

Já há muito que este tipo de revistas, que costumavam ser de jornalismo de investigação (e a sério!), se transformaram em revistas de lifestyle. E não é só cá...

Anónimo disse...

Há o fascínio...