Não há, dizia George Washington, pior hábito do que a tendência de pedir dinheiro emprestado. Quem tem dívidas, tem que arranjar maneira de as pagar, João Ramos de Almeida. E isso até pode criar responsabilidades, mas limita a liberdade de ação, seja dos Estados, seja das empresas ou das famílias.
E este simples facto nada tem que ver com a questão de saber se vivemos ou não acima das nossas possibilidades. Pode ser racional alguém endividar-se, muito embora convenhamos, a racionalidade depende muito do modelo que adopta para o futuro. E, azar dos Távoras, a maioria é mais otimista do que a triste realidade (dismal reality).
“...cá vamos nós…” - Susana Peralta, a Neoliberal fofinha escolhida pelos Donos Disto Tudo porque os caceteiros como Camilo Lourenço já não são tolerados pela população.
Nós? Nós quem? Quer a neoliberal fofinha fazer crer que ela foi e é uma dos alvos do “Não Há Alternativa”? Ainda para mais agora que a fofinha é presença assídua na comunicação social, suponho que esta presença nos jornais e Tvs seja recompensada pelo menos em espécies, certamente que um cabaz generoso a fofinha pode ir buscar a um qualquer supermercado da dona do Público, a dona do Público nunca sujeitaria a “vítima” da TINA Susana Peralta às filas do Banco Alimentar...
Eu acho engraçadíssimo estes neoliberais se socorrerem ao colectivo para incutir nas verdadeiras vítimas da austeridade um certo sentido de união entre privilegiados e não privilegiados, capitalistas e trabalhadores, exploradores e explorados. “Estamos todos no mesmo barco!”; “Nós estamos todos a sofrer com a Troika!”; “Que horror a situação dos trabalhadores da agricultura em Odemira. O Governo tem que fazer alguma coisa, tipo arranjar uns contentores em condições!”
“Governo vai financiar a instalação de contentores nas quintas de Odemira” https://www.publico.pt/2021/05/12/local/noticia/governo-vai-financiar-instalacao-contentores-quintas-odemira-1962186
Um comentário no Público refere o facto do Público utilizar “quintas” para descrever as explorações agrícolas, bem apanhado. E com apenas palavras a situação dos explorados melhora tremendamente!
Todos os sinais vão no mesmo sentido: o processo de acumulação capitalista, com as entropias sistémicas que lhe são inerentes, tem-nos conduzido e tem-se conduzido a si próprio também, para um beco. Felizmente que se trata de um beco apertadito, mas que tem saída. É precisamente do lado de lá que se iniciará então a discussão do nosso futuro. Já não sobre os cacos ideológicos que a TINA tão bem condensa, mas antes sobre a necessidade de estabelecer um novo paradigma, em que em vez de lucro - fruto inevitável da exploração de um homem por outro homem - se fale da vida. Sei que para algumas almas penadas, tudo isto é confuso, irrealizável e até - pasme-se - perigoso. Por isso preferem fazer como o jumentinho ou como o boi, que na canga, incapaz de sacudir o jugo, espera, manso, que lhe coloquem alguma coisa na manjedoura.
3 comentários:
Não há, dizia George Washington, pior hábito do que a tendência de pedir dinheiro emprestado. Quem tem dívidas, tem que arranjar maneira de as pagar, João Ramos de Almeida. E isso até pode criar responsabilidades, mas limita a liberdade de ação, seja dos Estados, seja das empresas ou das famílias.
E este simples facto nada tem que ver com a questão de saber se vivemos ou não acima das nossas possibilidades. Pode ser racional alguém endividar-se, muito embora convenhamos, a racionalidade depende muito do modelo que adopta para o futuro. E, azar dos Távoras, a maioria é mais otimista do que a triste realidade (dismal reality).
“...cá vamos nós…” - Susana Peralta, a Neoliberal fofinha escolhida pelos Donos Disto Tudo porque os caceteiros como Camilo Lourenço já não são tolerados pela população.
Nós?
Nós quem?
Quer a neoliberal fofinha fazer crer que ela foi e é uma dos alvos do “Não Há Alternativa”?
Ainda para mais agora que a fofinha é presença assídua na comunicação social, suponho que esta presença nos jornais e Tvs seja recompensada pelo menos em espécies, certamente que um cabaz generoso a fofinha pode ir buscar a um qualquer supermercado da dona do Público, a dona do Público nunca sujeitaria a “vítima” da TINA Susana Peralta às filas do Banco Alimentar...
Eu acho engraçadíssimo estes neoliberais se socorrerem ao colectivo para incutir nas verdadeiras vítimas da austeridade um certo sentido de união entre privilegiados e não privilegiados, capitalistas e trabalhadores, exploradores e explorados.
“Estamos todos no mesmo barco!”;
“Nós estamos todos a sofrer com a Troika!”;
“Que horror a situação dos trabalhadores da agricultura em Odemira. O Governo tem que fazer alguma coisa, tipo arranjar uns contentores em condições!”
“Governo vai financiar a instalação de contentores nas quintas de Odemira”
https://www.publico.pt/2021/05/12/local/noticia/governo-vai-financiar-instalacao-contentores-quintas-odemira-1962186
Um comentário no Público refere o facto do Público utilizar “quintas” para descrever as explorações agrícolas, bem apanhado.
E com apenas palavras a situação dos explorados melhora tremendamente!
Todos os sinais vão no mesmo sentido: o processo de acumulação capitalista, com as entropias sistémicas que lhe são inerentes, tem-nos conduzido e tem-se conduzido a si próprio também, para um beco. Felizmente que se trata de um beco apertadito, mas que tem saída. É precisamente do lado de lá que se iniciará então a discussão do nosso futuro. Já não sobre os cacos ideológicos que a TINA tão bem condensa, mas antes sobre a necessidade de estabelecer um novo paradigma, em que em vez de lucro - fruto inevitável da exploração de um homem por outro homem - se fale da vida.
Sei que para algumas almas penadas, tudo isto é confuso, irrealizável e até - pasme-se - perigoso. Por isso preferem fazer como o jumentinho ou como o boi, que na canga, incapaz de sacudir o jugo, espera, manso, que lhe coloquem alguma coisa na manjedoura.
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