terça-feira, 16 de abril de 2019

Contra a sonsice, o relativismo e a desmemória


Se a Primeira Guerra Mundial foi uma expressão brutalmente violenta das rivalidades entre as principais potências imperialistas europeias, a Segunda Guerra Mundial viu a radicalização do imperialismo transportada para o continente europeu sob a forma genocida do nazi-fascismo. Este projecto imperialista foi derrotado por uma coligação aliada, onde a União Soviética desempenhou um papel crucial, bem como toda uma resistência anti-fascista nas zonas ocupadas. O apego a sentimentos nacional-populares enraizados foi uma componente vital desta luta, bastando ler as pungentes Cartas de Fuzilados, escritas por membros da resistência francesa antes do derradeiro sacrifício, para o aferir.

Tendo isto em conta, ontem fiquei inicialmente chocado (e olhem que não é fácil), mas após um momento de reflexão nada surpreendido, ao ler Tiago Moreira de Sá, responsável do PSD pelas relações internacionais, no Público: “Em 1945, a Europa era constituída por estados egoístas envolvidos numa luta de todos contra todos”.

Há mais deste calibre relativista ao longo de um artigo empapado de sonsice idealista, ao serviço do europeísmo, incluindo a conversa fraudulenta do “Estado social europeu”. Os estados eram egoístas sem distinções, já a integração foi o que os tornou altruístas. Na realidade, as expressões institucionais mais intensas de egoísmo, contra as solidariedades nacionais, contra os Estados sociais europeus, assim no plural, estão entre Bruxelas e Frankfurt.

Confirma-se que o europeísmo depende em grande parte da rasura, em linha com a política do capital financeiro, do anti-fascismo e das marcas que deixou nas Constituições de tantos países, incluindo neste, libertado com três décadas de atraso. O que se trata hoje de esconjurar é precisamente o espírito libertador de 1945, vivido por nós, com as nossas especificidades, em 1974 e que encontrou tradução na Constituição de 1976. Este foi o espirito da construção dos Estados sociais nacionais, das nacionalizações dos sectores estratégicos, da inclusão das classes trabalhadoras e dos seus interesses nos direitos nacionais do trabalho, nas repúblicas fundadas no trabalho, tendo em vista a remoção das desigualdades de classe, do avanço da democracia nas múltiplas esferas que têm de ser a sua. A este espírito devemos todos os progressos feitos.

A democracia só pôde florescer e só pode ser defendida nos solos pátrios; e, hoje, defendida também da tripla e articulada ameaça do neoliberalismo, do militarismo e do federalismo. Esta defesa exige uma luta sem quartel contra o relativismo e contra a desmemória, mas também contra a sonsice.

127 comentários:

Paulo Marques disse...

Eu não percebo porque é que alguém se dá ao trabalho de ler este tipo de disparates, mas, obviamente, concordo, a eurofilia não dá para mais.

Anónimo disse...

Um excelente comentário.

Parabéns

Anónimo disse...

Um excelente comentário que irá despoletar toda a raiva grotesca dos pregadores néscios do europeísmo, que não hesitam perante a manipulação da História, perante a mentira e a deturpação mais grosseira.

Mesmo que por vezes escondida atrás da sórdida sonsice.

Jose disse...

«uma luta sem quartel contra o relativismo e contra a desmemória, mas também contra a sonsice»

Uma vez que a palavra 'socialismo' não aparece no texto, posso subescrever essa luta.

Jaime Santos disse...

Era bom que nessa memória não fosse esquecida primeiro a vergonhosa aliança para partição da Polónia entre Hitler e Estaline e depois a abjeta subjugação a que foram submetidos os Estados da Europa de Leste pela 'internacionalista' União Soviética após a vitória aliada.

O Nacionalismo é, para o João Rodrigues, como o é para tantos Nacionalistas de sinal contrário, uma espécie de casaco que se veste quando interessa, ao serviço de uma qualquer Ideologia. Quando dá jeito é-se nacionalista, quando não dá, não se é e apoia-se a repressão da revolta operária em Berlim Leste, a invasão da Hungria ou o esmagamento da Primavera de Praga.

Ao menos, por muito má que a UE seja, nunca vimos tanques com a bandeira das estrelas em Atenas ou em Londres.

Tem toda a razão, em alguns quartéis, a sonsice não tem mesmo limites!

Anónimo disse...

Ahahaha

Fala-se de sonsices...E aparece o das 23 e 12, a fazer-se passar por desmemoriado... e por sonso.

Relativismos de quem esteve do lado de Salazar

Anónimo disse...

Não mete dó este correr apressado do Jaime Santos só para defender as enormidades dum tal Tiago Moreira de Sá, responsável do PSD pelas relações internacionais?

Anónimo disse...

Não esquecer o vergonhoso acordo de Munique prévio a qualquer tratado da URSS com a Alemanha. Alcançado em cerca de uma hora e meia um acordo, assinado a 30 de Setembro mas datado de 29 de Setembro de 1938. Adolf Hitler, Neville Chamberlain, Édouard Daladier e Benito Mussolini foram os políticos que assinaram o Acordo de Munique.Dava vergonhosamente à Alemanha as Sudetas (Sudetenland) e o controle efetivo do resto da Checoslováquia.

Quanto À divisão da Polónia, já lá iremos. É bom abordar as coisas de forma séria e não deixar que os relativistas, os desmemoriados e os sonsos despejem as suas tretas de forma impune

Anónimo disse...

A defesa dos estados sociais nacionais é, para João Rodrigues, uma espécie de verticalidade e uma postura cívica que se veste conjuntamente com o internacionalismo. Não se opõem mas sim completam-se. Só entre iguais se pode estar ao lado de outros como iguais. Uma postura que não se compagina com as idiotices mil vezes repetidas de Jaime Santos, nem as suas desonestidades mil vezes desmentidas.

O resto é treta despejada com rancor ao serviço de uma Ideologia. Ideologia que une Jaime Santos a Moreira de Sá ( infelizmente).

Jaime Santos no seu processo destrambelhado, (a cumprir um calendário e um roteiro?) nem se apercebe que o que diz fica sistematicamente ao lado das denúncias de JR. Entretém-se a debitar lugares-comuns de forma quase pavloviana, para concitar reflexos idênticos para com JR. Mas vai mais longe. Jaime Santos mente e aldraba, com todas as letras se escreve isto, já que JS assume por escrito processos de intenções a JR que se pensaria afastados de uma conversa decente.

Uma vergonha. A demonstrar de forma inequívoca que o europeísmo depende também em grande parte da rasura da honestidade e da decência.

Anónimo disse...

https://www.youtube.com/watch?v=S34cVkL6zCE

When they poured across the border
I was cautioned to surrender,
This I could not do;
I took my gun and vanished.
I have changed my name so often,
I've lost my wife and children
But I have many friends,
And some of them are with me

...

J'ai changé cent fois de nom,
J'ai perdu femme et enfants
Mais j'ai tant d'amis;
J'ai la france entière.


S.T. disse...

Irónicamente um dos blindados usados em Paris na repressão das manifestações dos gilets jaunes, exibia a bandeira A bandeira da EU.

Apesar das explicações fornecidas não deixa de ser profundamente simbólico e irónico.

E Jaime Santos sabe ou devia saber que hoje o controle dos povos se faz preferêncialmente pela manipulação e pelo embuste. É muito mais eficaz.

Quanto à velha história do pacto Ribbentrop-Molotov é hoje sabido que só foi firmado após a recusa das potências ocidentais, nomeadamente a França e a Inglaterra terem recusado uma aliança com a URSS para conter o expansionismo nazi. Segundo testemunhos de oficiais soviéticos Stalin sabia perfeitamente que apenas estava a ganhar tempo para um conflito que era inevitável.

Em contrapartida gostava de salientar o nacionalismo que garantiu a independência da Finlândia com a chamada "Guerra de Inverno" de 39.

https://www.history.com/news/what-was-the-winter-war

Não se é nacionalista "quando dá jeito", Jaime Santos. É-se nacionalista quando as convulsões da história ameaçam a comunidade dos que vivem num determinado território e partilham valores, cultura e realizações.
Mas até durante o domínio filipino houve fidalgotes tugas deslumbrados pelo brilho da corte de Madrid.

S.T.

Jose disse...

Há que notar que todos estes treteiros soberanistas e nacionalistas, nunca falam de nações e de fronteiras nacionais, nem de soberanias transnacionais.
Seguramente serão independentistas na Catalunha e nacionalistas na Crimeia e em Donbass, mas isso só prova quanto de instrumental e desonesto povoa bestuntos órfãos do império soviético.

E quando comparam os Sudetas e o seu nacionalismo germânico com a partição da Polónia e Katyn, bem se conhece o quão soberania e nacionalismo são palavras de ordem que mascaram o objectivo de dominação de sempre, sem respeito por nações ou soberanias.

estevesayres disse...

Eu não só nenhum intelectual, até tirei o então Curso Comercial, no Liceu Passos Manuel/D. Maria I, à noite. Mas não deixo de dar a minha opinião, quando sei que tenho a certeza, leio, e penso a pela minha própria cabeça. Achei que este texto que eu tomei a liberdade de tirar do jornal online LP, e é da responsabilidade do meu saudoso amigo e camarada Arnaldo Matos, e tem como titulo:”(…)

TESES DA URGEIRIÇA
O debate sobre o carácter e a natureza de classe da Grande Revolução de Outubro, conduzida por Lenine, bem como sobre o carácter e a natureza de classe da Revolução de Democracia Nova, na China, conduzida por Mao Tsé-Tung, reveste-se da maior importância e é de enorme actualidade para os proletários de todos os países, pois tornou-se evidente que a instauração do capitalismo monopolista de Estado na Rússia e na República Popular da China não pode deixar de estar directamente relacionada com a natureza das revoluções de Outubro de 1917 e de 1949, respectivamente, na Rússia czarista e na China semi-feudal.

(I) não é possível aos operários de um país semi-feudal fazer a revolução proletária, instaurar o socialismo ou ditadura do proletariado e chegar ao modo de produção comunista, ultrapassando simultaneamente o modo de produção capitalista e o modo de produção feudal.

(II) A parte rural, agrária e semi-feudal da base económica da sociedade portuguesa daquela época teria de avançar primeiro para o modo de produção capitalista, antes que a revolução proletária estivesse em condições de fazer o seu caminho e, então sim, o proletariado pudesse impor a sua revolução proletária, o socialismo, e mais tarde, o modo de produção comunista.

(III) …as revoluções políticas e ideológicas não conduzem às revoluções nos modos de produção económicos, antes procedem dos desenvolvimentos desses modos de produção.
(IV) As revoluções políticas e ideológicas são as consequências, não as causas, do desenvolvimento das contradições e da luta de contrários no seio dos modos de produção económicos. Nem por isso deixam de desempenhar um papel importante: o papel de parteiras da história.

(V) A ideia de que a revolução proletária socialista pode ser partilhada com a revolução agrária camponesa contra o feudalismo, ou seja, que duas classes exploradas e oprimidas – operários e camponeses – por dois diferentes modos de produção – capitalista e feudal – podem coexistir numa ditadura conjunta é o erro principal de Lenine ao pretender superar simultaneamente dois modos de produção económicos distintos, sob a liderança conjunto de duas classes, todavia com interesses antagónicos (operários e camponeses servos).

(VI) O desenvolvimento económico russo existente em 1917, e, designadamente, a existência simultânea de dois modos de produção em luta um contra o outro, não permitiria nunca transformar aquela revolução democrático-burguesa em revolução proletária socialista, ultrapassando de salto um modo de produção – o modo de produção feudal – cuja transformação revolucionária económica adequada ainda não se realizara.


estevesayres disse...

(2)
(VI) O desenvolvimento económico russo existente em 1917, e, designadamente, a existência simultânea de dois modos de produção em luta um contra o outro, não permitiria nunca transformar aquela revolução democrático-burguesa em revolução proletária socialista, ultrapassando de salto um modo de produção – o modo de produção feudal – cuja transformação revolucionária económica adequada ainda não se realizara.

(VII) Isto mostra a impossibilidade de levar a efeito uma revolução socialista assente na aliança entre duas classes – operários e camponeses –, exploradas e dominadas, cada uma delas, por modos de produção económicos diferentes e antagónicos entre si.

(VIII) …a revolução socialista de Outubro, muito embora tenha sido uma grande insurreição armada operária e camponesa, não foi uma revolução socialista.

(IX) Ora, a revolução de Outubro, na Rússia, tal como a revolução da democracia nova, na China, não atacou nunca este processo económico de circulação do capital e nunca pôs em causa a apropriação privada da mais-valia, fosse essa apropriação individual, corporativa, de toda uma classe em conjunto ou estatal.

(X) …é impossível levar a cabo num só país e ao mesmo tempo uma revolução proletária socialista que ataque em simultâneo os dois modos de produção económicos.

(XI) Vivemos aquela etapa da História que corre sob o modo de produção capitalista, em que o poder económico, político e ideológico burguês é dominante, muito embora tenha alcançado a sua fase final, a do imperialismo moribundo. Esta é a razão pela qual uma revolução política proletária não pode sobreviver sozinha num país isolado…

(XII)Vivemos num planeta em que o imperialismo, estádio supremo e último do capitalismo, se mundializou e globalizou, ou seja, se tornou dominante ao nível local e ao nível geral.

(XIII) Dessas guerras imperialistas acabarão por nascer as revoluções proletárias socialistas modernas, e que – essas sim – estão em condições de permitir a destruição do modo de produção capitalista e instaurar o novo modo de produção comunista.
Arnaldo Matos

I a XIII – síntese das principais teses expressas pela primeira vez sobre o carácter e natureza de classe das revoluções russa e chinesa e, em particular, sobre a revolução de Outubro.”!

Pedro disse...

Esta viragem ultra-nacionalista da esquerda que sempre se disse internacionalista - só para ser contra a UE- é dos espetáculos mais degradantes a que já assisti na vida.

Com certeza que o que levou à ultima guerra foi o egoísmo nacionalista, a própria esquerda o sempre o disse, nos tempos em que era internacionalista.

E se Hitler era pior que os outros, também era o mais nacionalista.

Pedro disse...

ò anónimo das 23.58 (sempre me espantei por neste blog comentadores habituais não terem a decência de usar nicks)

Anos antes de Munique já Estaline tinha alinhado com os nazis para derrubar os sociais democratas que eram a base a república de Weimar.

Não só recusou uma frente unida contra o nazismo como fez da social democracia o alvo principal.

O comunismo foi o primeiro aliado do nazismo.

Anónimo disse...

Engole um sujeito as tretas sobre a Polónia duma forma misteriosamente pusilânime. Os factos por aqui, ao contrário de antros das redes, são incompatíveis com aldrabices e manipulações deste género

Jose disse...

«tretas sobre a Polónia duma forma misteriosamente pusilânime«

O anonimato não te esconde a vileza, Cuco.
.

Anónimo disse...

Esta viragem ultra-nacionalista da direita que não é carne nem peixe mas que sempre se disse internacionalista quando a questão é o Capital- só para ser a favor da UE - é dos espectáculos mais degradantes a que já assistimos a vida.

Com certeza que o que levou à ultima guerra foi o nazismo, a própria direita sempre o disse, nos tempos em que era nacionalista

E se Hitler era pior que os outros, também era o mais imperialista.

As confusões que um desqualificado faz. Chamar nacionalista a alguém como Hitler, é ignorar o que foi o "espaço vital" e a expansão imperialista nazi

É sobretudo fazer dos outros parvos. O III Reich albergou alguma desta boçalidade

Pedro disse...

Quanto à Polónia.

Se o pacto germano-soviético era apenas uma estratégia para derrotar Hitler, como é obvio, a melhor altura para o cancelar seria assim que os aliados ocidentais declarassem guerra à Alemanha. Apanhado numa guerra em duas frentes, Hitler seria derrotado sem ter a margem de manobra que teve para grandes invasões.

A questão é que para Estaline tratava-se não só de enfrentar Hitler, mas também lançar os seus próprios projectos de expansão imperial, equivalentes aos alemães. E foi nesse jogo imperialista que deu demasiada folga aos alemães, permitindo-lhes derrotar os aliados ocidentais no continente e concentar forças para um ataque em grande escala à própria URSS.

Anónimo disse...

O anónimo pedro (sempre me espantei por neste blog comentadores habituais não terem a decência de usar nicks. Assim como os do pedro

Anos antes de Munique já os nazis defendiam processos de tortura e de lobotomia a efectuar sobre os seus adversários. Como aliás o próprio pedro o defende hoje, a demonstrar que a história está muito mal contada e que pedro é apenas um dos seus aficionados


As lágrimas que um aficionado euroinómano deita a propósito dos seus amigos, fazem-no estiolar neste anti-comunismo primário. O pedro é o actual aliado do nazismo?

A história contada por este tipo parece uma anedota contada pelo ministro da propaganda de Hitler . Mas para idiotas mentais, porque a História já desmascarou completamente estes processos de rata da sacristia

Pedro disse...

Caro esteves.

Então a revolução socialista fica adiada para as calendas gregas ?

Anónimo disse...

"ao ler Tiago Moreira de Sá, responsável do PSD pelas relações internacionais, no Público: “Em 1945, a Europa era constituída por estados egoístas envolvidos numa luta de todos contra todos”.

Uma frase aí em cima desmontada. De tal forma que ninguém sequer conseguiu desmentir o desnudar de tal sonsice, relativismo e desmemória

Assistiu-se claro a alguns trejeitos um pouco canhestros de um ou outro comentador habitual.

Os factos são todavia demasiado poderosos e o espectáculo dado aí em cima diz muito do que está reduzido o debate ideológico por parte de uma ex-social-democracia ou da direita pura e dura. Os trejeitos europeístas concitam estas alianças mas o que impressiona é sobretudo a falta de decência e a vacuidade argumentativa desse lado da questão

Anónimo disse...

De um outro ponto parte outro tipo. Parte daquele ódio à esquerda e daquele anticomunismo que se pensava já só caracterizar os desprovidos de escrúpulos e os providos duma ideologia de extrema-direita.

Analisando as coisas um pouco mais friamente vamos encontrar pontos comuns entre o Tiago Moreira de Sá e o Pedro. O que, se não diz tudo sobre um e outro, diz muito de um ou do outro.

Os neófitos amantes são assim. Primeiro fingem distanciamento. Depois são encontrados na alcova


Anónimo disse...

Se fizermos um pequeno esforço de memória verificamos que os argumentos duma direita trauliteira e caceteira de hoje, não se afastam muito dos argumentos dessa mesma direita trauliteira e caceteira de todos os tempos .

Tentar apresentar comunistas como os primeiros aliados dos nazis entra no mesmo estribilho de quem tenta procurar na esquerda mais coerente o bode-expiatório para a votação do brexit. Claro que os mesmos personagens dizem em seguida daquelas idiotices histéricas sobre o carácter de quem votou, como à boa maneira dos idos de Hitler. Aí também se tentava desvalorizar os votos e as opiniões de comunistas, judeus, eslavos ou tutti quanti que não lhes coubessem na bolsa e na baba ideológica. No fundo, no fundo repetem-se ao longo dos tempos. E tentam reescrever a História.

Tal como um desqualificado tentava bovinamente, aí num post anterior, classificar quem não seguisse os seus postulados europeístas, como constituídos adeptos de Trump

É sobretudo má fé? É muito mais do que isso. É a boçal castração intelectual a servir de ponta de lança dos interesses de quem governa a Europa e o mundo.

É o tal encontro na alcova entre estes castrados cognitivos e os neoliberais do presente.

S.T. disse...

Eu, que até nem sou comunista acho estranho...

Não me consta que os comunistas durante a Republica de Weimar tenham feito parte da coligação Harzburg com o partido nazi.

Também não me consta que Paul von Hindenburg, o presidente que empossou Adolf Hitler como chanceler fosse comunista.

O chanceler Bruning, que com as suas políticas deflacionárias causou quatro milhões de desempregados, também não era comunista.

Portanto só me resta concluir que o Sr. Pedro está a contar mentiras venenosas e que não foram os comunistas alemães que abriram as portas ao nazismo. Talvez seja melhor não deixarem passar estas falsificações da história pelo Sr Pedro. Digo eu...

S.T.

Anónimo disse...

O historiador alemão Kurt Gossweiler cita o próprio Hitler: «Quando compreendermos que é vital destruir o marxismo, todos os meios são bons para alcançarmos o nosso fim. Primeiramente, um movimento que se tenha fixado esse objectivo deve dirigir-se às massas mais largas possível, às massas com as quais o próprio marxismo luta. A massa é a fonte de toda a força. [...] Se eu conseguir trazer a grande massa para o seio da Nação, quem me censurará pelos meios utilizados? Se vencermos, o marxismo será exterminado até à raiz. [...] Não teremos descanso enquanto restar um jornal, uma organização, um estabelecimento escolar ou cultural que não tenhamos erradicado, enquanto não tivermos reconduzido ao caminho certo o último marxista ou não o tivermos exterminado. Não há meias medidas»


Anónimo disse...

O factor decisivo na ascensão do fascismo ao poder foi a luz verde que, em determinado momento, recebeu do grande capital (e dos grandes agrários) para executar o seu programa de esmagamento do movimento operário e popular .

Mussolini foi expulso do Partido Socialista em 1914 por defender a entrada da Itália na I Guerra Mundial, contrariando a posição do PSI. Fundou logo um novo jornal, com capitais de «industriais de orientação mais ou menos intervencionista ou, pelo menos, interessados num aumento das encomendas militares», entre os quais os donos da FIAT (Agnelli). Mas foi em 1920 que a ascensão do fascismo ao poder se torna um perigo real. Por toda a Europa, o «espectro do comunismo» ganhava corpo. À vitoriosa Revolução de Outubro de 1917 na Rússia seguira-se a Revolução alemã de Novembro de 1918, que pôs fim à I Guerra Mundial (brutalmente esmagada nos meses seguintes, numa ante-visão da subida ao poder do nazismo). Em Itália, o PSI apresenta-se às eleições de 1919 com um programa revolucionário, visando «a instauração da república socialista e a ditadura do proletariado», após ter aderido em Março à recém-criada Internacional Comunista. Tornou-se na maior força política do país, com 32,3% dos votos. O ‘biénio vermelho’ de 1919-20 testemunhou enormes lutas operárias e camponesas. É neste contexto que o grande capital italiano se vira para a solução de força. A partir de 1920 tornam-se frequentes os assaltos armados a grevistas ou manifestantes e os assaltos violentos e incendiários às sedes de partidos, sindicatos, jornais do movimento operário, incentivados por agrários e grandes industriais. Como noutros países, a violência fascista contou com a cumplicidade do poder, dos tribunais e polícia, da comunicação social ao serviço do grande capital, que culpa as vítimas pelos ataques de que são alvo. O conluio da velha burguesia liberal com o fascismo torna-se aberto nas eleições antecipadas de 1921, com a formação de listas conjuntas, designadas Blocos Nacionais, «encorajadas por grandes industriais de Milão, incluindo a Pirelli e Olivetti» . Embora os Blocos Nacionais fiquem atrás dos Socialistas e do recém-formado Partito Comunista de Itália (no total 29,3%, apesar do terror fascista), todos os partidos burgueses do Parlamento colaboraram na instauração da ditadura fascista, que haveria de durar 20 anos e levar a Itália ao desastre.

Anónimo disse...

A subida de Mussolini ao poder foi saudada efusivamente pelas classes dominantes, e numerosos foram os seus discípulos, entre os quais Salazar. O biógrafo inglês de Winston Churchill, Clive Ponting escreve: «Churchill era um grande admirador de Mussolini [...]. Visitou a Itália em 1927 […] e em Roma encontrou-se com Mussolini, sobre quem proferiu rasgados elogios […]. ‘Se fosse italiano, estou seguro que teria estado de todo o coração ao vosso lado, desde o início até ao fim, na vossa luta triunfante contra os apetites e paixões animalescas do Leninismo’. Durante os dez anos seguintes, Churchill continuou a elogiar Mussolini».

A grande crise económica do capitalismo, em 1929, deu novo impulso às simpatias do grande capital pelo fascismo. O contraste entre o afundamento económico e social das grandes potências capitalistas e o impetuoso desenvolvimento que, com base nos planos quinquenais, transformava a União Soviética socialista numa das maiores potências industriais do planeta, reforçava o medo entre as hostes do dinheiro. Foi assim que o grande capital alemão empurrou Hitler para o poder. Gossweiler recorda que nas eleições de Novembro de 1932, o Partido de Hitler perdeu mais de 2 milhões de votos, e os comunistas subiam para 17%, afirmando: «Com o declínio do NSDAP e o risco de verem esfumar-se todas as suas esperanças e os seus planos de conquista, os monopolistas, os militaristas e os Junkers deixaram as dissensões e as querelas internas no vestiário e decidiram confiar mais rapidamente o poder ao partido de Hitler. A 19 de Novembro, banqueiros notáveis, grandes industriais e grandes proprietários de terras endereçaram uma petição ao presidente Hindenburg solicitando-lhe com insistência que nomeasse Hitler para a chancelaria». O que viria a acontecer em Janeiro de 1933, abrindo as portas para a tragédia na Alemanha e a nível mundial. As vitórias eleitorais das Frentes Populares em França e Espanha em 1936 acentuaram o abraço do grande capital ao fascismo (em França pela via da capitulação a Hitler, após a invasão de 1940).

Anónimo disse...

Alguns historiados não comunistas britânicos e americanos, quer logo a seguir à guerra, quando o prestígio da URSS era enorme, quer hoje, como um certo Michael Coney, consideram como um facto evidente que o anticomunismo foi, a cada passo, um dos elementos, se não mesmo o principal elemento, que permitiu a corrida à guerra.
As potências ocidentais fizeram tudo para deixar as mãos livres a Hitler na sua cruzada a Leste. E o facto de a maioria dos jovens em França acreditar que a URSS era aliada da Alemanha na Guerra é o resultado da intensa propaganda em torno do pacto germano-soviético.

Quantos sabem que o pacto germano-soviético [Agosto 1939] teve lugar um ano depois do acordo de Munique [Setembro 1938], que foi uma espécie de conselho de guerra de Hitler, no qual a Inglaterra e a França, entregando-lhe a Checoslováquia e abandonando os seus aliados, o convidaram a voltar-se para Leste?

Quem sabe que após o discurso contra a guerra pronunciado por Maurice Thorez, então secretário-geral do PCF, em Estrasburgo, o governo francês apresentou à Alemanha um pedido formal de desculpas por «esta provocação dos comunistas»?

Anónimo disse...

O pacto germano-soviético (que, no caso da Polónia, restaurou uma linha de fronteira que não oferece hoje contestação) foi uma tentativa de appeasement da Alemanha nazi (que, como qualquer outra tentativa de apaziguar esse regime criminoso e agressor, não é nunca defensável do ponto de vista das suas virtudes absolutas, mas apenas das suas eventuais vantagens tácticas) e que não pode ser entendida fora do seu contexto histórico: em Munique, em 38, sacrificando a Checoslováquia, a França de Daladier e a Grã-Bretanha de Chamberlain procuraram aplacar o expansionismo nazi; um ano depois, a URSS pagou-se da mesma moeda, tentando furtar-se à agressão alemã e mantê-la tanto quanto possível à distância, através da restauração das fronteiras czaristas no Báltico e do estabelecimento da linha Curzon na fronteira da Bielorrússia e da Ucrânia. As peripécias negociais destes anos terríveis estão desde há muito à disposição de todos, e quem, por eventual preconceito ideológico, não quiser conhecê-las nas obras de Isaac Deutscher, E. H. Carr ou A. J. P. Taylor, pois que leia a sua descrição nas Memórias de Churchill: o que então se passou não impediu a coligação anglo-americano-soviética de se criar e levar de vencida, para sorte da humanidade, os nazi-fascistas – que, convém não esquecer, foram quem começou a II Guerra Mundial e lhe emprestou o carácter genocidário que teve, sobretudo a Leste.

Anónimo disse...

Churchill, referindo-se ao acordo germano-soviético de não-agressão, dirá nas suas memórias:

"para os Sovietes era uma necessidade vital procurar que os exércitos alemães se concentrassem no Oeste (…) Agora as suas fronteiras situavam-se muito mais ao Leste do que na guerra anterior. A Rússia necessitava, pela força ou pela astúcia, ocupar os Estados Bálticos e grande parte da Polônia antes de sofrer o ataque inimigo. Esta política foi realista em alto grau."

Isaac Deutscher – crítico implacável de Stalin e do governo soviético – assim opinou sobre o acordo germano-soviético:

"No pacto prometeram permanecer rigorosamente neutros um em relação ao outro, caso um deles se envolvesse na guerra. O documento não continha garantias de amizade, salvo a obrigação dos dois governos solucionarem suas divergências ‘mediante a troca amigável de opiniões’. (...) ele, Stalin, não sentiu remorsos. No seu entender a guerra era, de qualquer maneira, inevitável; mesmo que ele não tivesse feito acordo com Hitler, a guerra teria rebentado logo ou um pouco mais tarde, em condições incomparavelmente menos favoráveis ao seu país. (...) Ele, Stalin, estava apenas afastando a conflagração da Rússia. (...) não tinha dúvida que a Polónia sucumbiria e que as potências ocidentais não poderiam ou não quereriam dar-lhe ajuda efectiva. Consequentemente, via a Alemanha trocar sua posição por um possível ataque à Rússia situada várias centenas de quilómetros a leste. Compreendeu que tinha o dever de reduzir o risco estratégico inerente a esta troca; e só poderia reduzi-lo tomando parte no desmembramento da Polónia. (...) Stalin agia unicamente em função de intuitos imediatos de segurança, sem visar a expansão pela expansão (...) Seu propósito agora era ganhar tempo e, mais uma vez, tempo, para executar seus planos económicos, construir o poderio russo e depois lançar esse poderio na balança quando os outros beligerantes estivessem nas últimas.

Mesmo Pierre Broué – que prefere apresentar o acordo de Munique como um fracasso de Stalin em sua busca de uma aliança com Paris e Londres, e não como uma capitulação das democracias ocidentais – é obrigado a reconhecer que “o Pacto Germano-Soviético tinha (...) um carácter defensivo para a própria URSS (...) ao desviar para o oeste o avanço alemão.” Já Mandel – depois de concordar que “considerando a irresolução (...) dos governos francês e inglês sobre a colaboração militar em uma agressão alemã contra a Polónia, o governo soviético tinha todo o direito de garantir sua segurança imediata no caso de uma conquista alemã desse país” - questiona o protocolo secreto e o veto de Stalin à criação de um Estado polaco sob controle nazista.

Anónimo disse...

Roy Medvedev, historiador russo, crítico ferrenho de Stalin, diria anos mais tarde:

"o facto é que não se pode incluir o pacto germano soviético de não-agressão na lista dos crimes e erros de Stalin. O governo Soviético viu-se obrigado a assinar esse pacto porque a Inglaterra e a França favoreciam o fascismo alemão e impediam que fossem consumadas negociações que levassem à assinatura de um pacto de assistência mútua com a URSS. (...) a França e a Grã-Bretanha entregavam-se a um jogo político perigoso: as duas esperavam conseguir um acordo com Hitler e procuravam desviar a agressão alemã na direcção do Leste. (...) Foram os meios dirigentes da Inglaterra e da França (...) que permitiram à Alemanha reconstruir uma poderosa máquina militar, na esperança de que essa força se voltasse contra o bolchevismo. (...) Tais circunstâncias obrigavam a União Soviética a se proteger, procurando aproveitar-se dos conflitos em que se achavam envolvidos os Estados imperialistas: em 1939, o pacto de não-agressão com a Alemanha serviu a esse fim. (...) a União Soviética não podia ficar indiferente à sorte dos ucranianos e dos bielorussos, cujos territórios haviam sido anexados quando do ataque polaco ao jovem Estado soviético. A chegada do Exército Vermelho aos territórios da Bielorrússia e da Ucrânia era, portanto, um acto de libertação justificada (...) a União Soviética não se apoderou de territórios originalmente pertencentes à Polónia: para os ucranianos e bielorrussos, esta operação do Exército Vermelho não foi mais que um acto de libertação.

No mesmo rumo vai Giuliano Procacci quando afirma que “hoje não são poucos os estudiosos certamente insuspeitos de simpatias por Stalin que reconhecem que, depois de Munique, as margens de manobra para a diplomacia soviética se haviam restringido a tal ponto (...) que não permitiam opções diferentes das que foram feitas.” E Nelson Werneck Sodré, conhecido historiador brasileiro, escreveu sobre o acordo germano-soviético: “as manobras políticas dos chamados Aliados eram feitas para incitar Hitler contra a União Soviética. Os dois - Alemanha e União Soviética - deveriam se enfrentar e se destruir. (...) a União Soviética precisava se preparar para um conflito que era inevitável. (...) A União Soviética fez bem em assinar o pacto e ocupar uma área da Polónia. Se não, os alemães iriam ocupar. A cláusula nem precisaria ser secreta.” Jacob Gorender também considera o acordo germano-soviético foi uma imposição da política da imperialista que visava isolar a URSS:

"Penso que, nas circunstâncias de 1939, a União Soviética não tinha alternativa, a não ser fazer o pacto de não-agressão com a Alemanha. Todas as tentativas de um acordo efectivo com a Inglaterra e com a França para uma reacção contra a política agressiva da Alemanha, tinham fracassado. Era evidente que a França e a Inglaterra, através dos seus diplomatas, faziam todo o possível para bloquear a consumação de um acordo anti-hitlerista. Isolada, não restou à União Soviética outra saída além do pacto de não-agressão com a Alemanha. (...) O erro foi que a liderança stalinista interpretou o pacto de não agressão como um pacto de aliança (...) Hoje é possível ver que o pacto de não-agressão foi uma imposição da política hipócrita aplicada pela Alemanha, França Inglaterra em 1939. A União Soviética não tinha saída".

Jose disse...

Eis que surge o ST sem links!

Não me consta...só me resta...digo eu…

Anónimo disse...

" Cabe-nos, como estudiosos da história - sem dobrar-nos à avalanche do “pensamento único” dos dias de hoje - procurar restabelecer a verdade histórica, analisando criticamente os novos argumentos trazidos à discussão. Sem medo de corrigir interpretações que tenham envelhecido devido à descoberta de novos fatos. Cientes de que todo o conhecimento, inclusive o histórico (mas não somente ele), é um processo de aproximação “assintótica” da verdade, com a qual nunca coincide. Por isso mesmo, todo o conhecimento (e não só a história) é um processo de permanente construção."

Para compreendermos a política de apaziguamento das potências ocidentais - que contribuiu de forma decisiva para a eclosão da Segunda Guerra Mundial - e o paradoxal Pacto Germano-Soviético, é necessário que examinemos os seus antecedentes, aqui incluídas a vitória da Revolução Socialista na Rússia, a nova divisão do mundo após a Primeira Guerra Mundial - através do sistema Versalhes-Washington - e o ascenso do nazi-fascismo, resposta do grande capital ao crescimento das lutas revolucionárias, principalmente dos povos da Europa.

O Sistema de Versalhes

A 18 de janeiro de 1919, inaugurou-se em Versalhes a conferência dos “vencedores”, para ditarem as condições da paz no pós-guerra. Estavam representados 27 países que, de uma forma ou outra, participaram da aliança contra a Alemanha, a Áustria-Hungria, a Turquia e a Bulgária. Foram excluídas desta conferência tanto a Alemanha e suas aliadas, quanto a Rússia socialista, apesar desta ter participado da guerra ao lado dos aliados. Na prática, três países decidiram sobre o destino da futura paz: Inglaterra, França e Estados Unidos. Após quase quatro meses de discussões, as duríssimas condições da paz são comunicadas à delegação alemã. Diante da insatisfação alemã e da tentativa de amenizar as condições impostas, os aliados ameaçaram com a ocupação militar. Pressionada, a Assembleia Nacional Alemã autorizou a assinatura do Tratado, por 237 contra 138 votos.

O tratado é firmado em Versalhes, no dia 28 de Junho de 1919. Através dele, além de pesadas indemnizações, a Alemanha é obrigada a renunciar a todas as suas colónias, ceder a Alsácia-Lorena à França, a zona de Eupen-Malmedy à Bélgica, o Schleswig setentrional à Dinamarca. Além disso, a Alemanha reconhece a independência da Polónia e tem que lhe entregar Poznam, a Prússia Ocidental e parte da Alta Silésia. Também perde Memel, posteriormente anexado à Lituânia (1923). Durante 15 anos, o Sarre passa a ser administrado pela Sociedade das Nações, a qual cede a exploração do seu carvão à França. Mas, Dantzig não é entregue à Polónia, sendo transformada em “cidade livre”. A margem direita do rio Reno é dividida em três zonas de ocupação, a serem evacuadas no prazo de 5, 10 e 15 anos, e a Alemanha perde o controle sobre seus rios navegáveis. É obrigada a entregar todo o seu material de guerra e a quase totalidade da sua esquadra, e fica proibida de possuir couraçados e submarinos. O seu exército é limitado a 100 mil homens, e é proibido de manter um Estado Maior, ter carros de combate, aviões militares, artilharia pesada e antiaérea. As suas fortificações ao leste são desmanteladas.

Em 10 de Setembro de 1919, é assinado o Tratado de paz com a Áustria em Saint Germain-en-Laye. O Império Austro-Húngaro é desmembrado, devendo a Áustria reconhecer a independência da Hungria. Pelo Tratado, a Áustria entrega a Boémia e a Morávia para a Checoslováquia. Perde a Dalmácia e a Bósnia-Herzegóvina que - junto com a Sérvia e Montenegro e os territórios perdidos pela Hungria - constituirão a Jugoslávia. Entrega o Sul do Tirol, Triestre, Istria, e partes da Dalmácia, Caríntia e Carniola, à Itália. Cede a Bucovina à Romênia. Por fim, fornece os territórios da Galícia ocidental para formar o sul da Polónia do pós-guerra. Pelo mesmo tratado, a Áustria - reduzida a 84 mil km2 e isolada do mar - foi proibida de unir-se à Alemanha e tem o seu exército limitado a 30 mil homens.

Anónimo disse...

Em 27 de Novembro de 1919, é firmado o Tratado de paz com a Bulgária, em Neuilly. A Bulgária teve que entregar o sul da Drobudja à Roménia, a Macedónia ocidental à Jugoslávia e os seus territórios Trácios à Grécia, perdendo a sua costa no Mediterrâneo. O seu exército foi limitado a 20 mil homens.

Em 4 de Junho de 1920 - depois do sufocamento do Poder Soviético de Bela Kun por tropas francesas, romenas e checoslovacas - foi assinado com a Hungria o Tratado de Trianon, reduzindo o seu território a um terço da sua superfície de 1914 e isolando-a do mar. Por ele, a Hungria foi obrigada a ceder a Eslováquia e a Rut´rnia à Checoslováquia, e a entregar a Croácia, a Eslovénia e parte do Banato à Jugoslávia. Também teve que ceder a Transilvânia e a outra parte do Banato à Roménia. Proibida de unir-se à Áustria, teve o seu exército limitado a 35 mil homens.

Em 10 de Agosto de 1920, é assinado o Tratado de paz de Sèvres com a Turquia (não ratificado pelo Parlamento turco). A Turquia é obrigada a ceder a Trácia oriental, Esmirna e as Ilhas Egeias (excepto Rodes) à Grécia; Síria e Cilícia à França; Iraque, Palestina, Chipre e Egipto à Inglaterra (que também obtém o protectorado da Arábia); Rodes e o Dodecaneso à Itália. Ainda lhe são impostas a independência da Arménia e a autonomia do Curdistão. O seu exército é limitado a 50 mil homens.

O ex-Império Russo - derrotado pela Alemanha, convulsionado pela revolução socialista de 1917, em pleno processo de guerra civil, também é esquartejado pelos “vencedores”. Em Dezembro de 1917, a Roménia monárquica ocupou a Bessarábia. Em 1917, o governo soviético foi obrigado a reconhecer a independência da Finlândia e, em março de 1918, a assinar a paz de Brest-Litovsk com a Alemanha, a Austro-Hungria e a Turquia

O posterior desmoronamento dos exércitos centrais, possibilitou, em fins de 1918, a denúncia do acordo de Brest-Litovsk e a retomada do poder pelos bolcheviques na Estónia, Lituânia, Letónia e Ucrânia. Mas, mais uma vez, a intervenção militar das potências capitalistas impôs ao Poder Soviético uma “paz de salteadores”. Em Fevereiro de 1919, os exércitos polacos apoderaram-se de Brest-Litovsk, dando início a guerra russo-poloca. Em Abril de 1920, as tropas polocas invadiram a Ucrânia e pouco depois tomaram Kiev. Em sua contra-ofensiva, o Exército Vermelho avançou até às portas de Varsóvia, que só foi salva pelas tropas francesas do general Weygand. Em Julho de 1920, através da conferência de Spa, as potências ocidentais propuseram como fronteira entre a Rússia e a Polónia a “Linha Curzon”. Em Outubro de 1920 é estabelecido um armistício e em Março de 1921 o Estado Soviético é obrigado a assinar a paz de Riga, através da qual a Polónia avança 250 km a leste de sua fronteira étnica e desloca a sua fronteira com o Estado soviético 150 km para o Leste, apossando-se da Galícia, da Ucrânia Ocidental, da Bielo-Rússia ocidental e de Vilna.

Anónimo disse...

Em fins de 1920, o tratado de Dorpat, ao obrigar o governo soviético a reconhecer a Estónia, a Letónia e a Lituânia como estados formalmente independentes, sob a clara tutela ocidental - “consagrou não somente a fixação das fronteiras mais desfavoráveis que a região de Leninegrado tivera algum dia, como amputou também a Rússia setentrional do território de Pétsamo, que nunca estivera incluído (nem antes de 1914, nem em qualquer outra época) no Grão -Ducado ‘Histórico’ da Finlândia."

Com os tratados de paz impostos, consolidou-se a preponderância francesa no continente europeu, através do avassalamento da Alemanha e de seus aliados. Também foi assegurado o papel dominante da Inglaterra no Oriente próximo e sobre as comunicações marítimas. Ao mesmo tempo que buscava esmagar as potências centrais, o sistema de Versalhes teve uma orientação claramente anti-soviética. Além da conferência de paz de Paris ter-se tornado o Estado-Maior da intervenção armada contra o Estado Soviético, os estados imperialistas procuraram formar um “cordão sanitário” contra o comunismo, através da criação da Polónia e dos pequenos estados bálticos, e da anexação da Bessarábia à Romênia. Em todos esses países foram instalados governos francamente reaccionários.

Momentaneamente derrotadas nas suas tentativas de liquidar o Poder Soviético, as grandes potências ocidentais começaram de imediato a armar o tabuleiro de xadrez para as suas futuras jogadas. Em 1921, forma-se a aliança entre a Polónia e a Roménia, contra a Rússia. Em 1922, é constituída a Entente do Báltico - entre a Polónia, a Estónia, a Letónia e a Finlândia - também voltada contra a URSS. Diante da tentativa de cercá-lo e isolá-lo, o Estado Soviético responde com uma aproximação da Alemanha, assinando em 1922 o Tratado de Rapallo que restabelece as relações diplomáticas e, através de um acordo secreto, permite a instalação na URSS de fábricas alemãs para a produção de armamentos proibidos pelo Tratado de Versalhes.

Anónimo disse...

Diante do agravamento da crise da economia alemã - assoberbada pelo pagamento das indemnizações de guerra - e do risco de uma revolução social, as potências ocidentais decidem fortalecer a Alemanha, para opô-la ao “perigo vermelho” do Oriente. Um dos precursores dessa ideia é o general alemão Max Hoffmann que já em 1922 afirmava:

"Nenhuma potência europeia pode conceder a outra uma influência preponderante sobre a futura Rússia. Este problema só pode ser resolvido pela União dos grandes Estados europeus, principalmente a França, a Inglaterra e a Alemanha. É preciso que, por uma intervenção militar, essas potências aliadas derrubem o poder soviético e restabeleçam a situação na Rússia, no interesse das forças económicas inglesas, francesas e alemãs. A participação financeira e económica dos Estados Unidos da América seria preciosa".

Para isso, é criado em 1924 o Plano Dawes, investindo grande quantidade de capitais - sobretudo norte-americanos (cerca de 70%), mas também ingleses - na Alemanha. O que, contraditoriamente, pouco a pouco lhe permitirá recuperar e ampliar o antigo potencial económico-militar. A Conferência de Locarno (1925) estabelece diversos acordos bilaterais com a Alemanha, numa tentativa de melhorar as suas relações com as potências ocidentais. Em 1926, ela é admitida na Sociedade das Nações, inclusive no seu Conselho de Segurança. Começa a desenhar-se no horizonte a futura táctica de utilização da Alemanha como um dique contra a URSS e a revolução socialista.

Uma das cláusulas do Tratado de Versalhes estabelecia a criação da Sociedade das Nações, sob o pretexto de defender a paz e a segurança internacional, prevendo a aplicação de sanções económicas, financeiras e militares ao país que cometesse uma agressão. Na realidade a Sociedade das Nações transformou-se num dos centros da luta militar e diplomática contra o Estado Soviético e num instrumento da política imperialista e colonial das grandes potências, especialmente a França e a Inglaterra. Assim - sob o argumento de que os povos das colónias arrebatadas à Alemanha e à Turquia eram incapazes de se autogovernarem - entregou à França, sob mandato, a Síria, o Líbano, o Togo e uma parte do Came; à Inglaterra a Palestina, a Transjordânia, o Iraque, Tanganica e outros territórios; ao Japão as Ilhas Marianas, Carolinas e Marshall. Como o Senado dos Estados Unidos se negou a ratificar o Tratado de Versalhes, estes não se incorporaram à Sociedade das Nações. Na prática, a Sociedade das Nações nunca impôs, durante toda a sua existência, qualquer sanção a um país agressor (em geral, alguma potência imperialista) nem prestou qualquer ajuda a uma nação agredida.

Anónimo disse...

Os acordos de Washington

Durante a Primeira Guerra Mundial, o Japão havia consolidado as suas posições na China, em detrimento dos interesses dos outros países imperialistas, em especial os Estados Unidos e a Inglaterra. Havia imposto à China acordos que lhe proporcionavam grandes privilégios económicos e políticos, e assumira o domínio de Tsa-Chou, do porto de Tsing-Tao e das concessões alemãs na península de Chantung. A ratificação desses “direitos” pela conferência de paz de 1919, em Paris, foi uma das razões da não ratificação do Tratado de Versalhes pelos norte-americanos. Desde então, os Estados Unidos pressionaram pela revisão das resoluções da conferência de paz de Paris, quanto ao Extremo Oriente.

Na conferência de Washington, realizada entre Novembro de 1921 e Fevereiro de 1922, participaram nove países, entre os quais os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a China e o Japão. Mais uma vez foi negado ao Estado Soviético a participação em suas deliberações. Desta conferência resultaram quatro acordos que complementaram os Sistema de Versalhes. O primeiro deles, o Pacto Naval, determinou a tonelagem máxima de cada potência e tinha por objectivo limitar a expansão da armada japonesa. Fixou 525 mil ton. para as esquadras inglesa e norte-americana, 315 mil ton. para a japonesa e 175 mil ton. para a francesa e a italiana. O Tratado de Chantung obrigava o Japão a retirar-se da Sibéria soviética e das regiões de Chantung e Kiaochow, na China. O Tratado das Quatro Potências - Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Japão - mantinha o status quo no Pacífico. Já o Tratado das Nove Potências, reconhecia a independência e a inviolabilidade territorial da China, mas impunha à China uma política de portas abertas para todas as nações do mundo (o que interessava directamente aos Estados Unidos, que haviam chegado tarde ao reparto da China, e nela não possuíam concessões).

Os acordos de Washington representaram um fortalecimento fundamentalmente dos Estados Unidos e um debilitamento do Japão, complementando o sistema de tratados de Versalhes.

Anónimo disse...

A revolução russa de 1917, além de dar origem ao primeiro Estado Socialista do mundo, acelerou enormemente os processos revolucionários em todo o mundo e a luta anti-colonial. As revoluções alemãs de 1918, 1919 e 1923; a insurreição finlandesa de 1918; a criação da República Soviética Húngara em 1919; a greve insurreccional de 1917 em Turim, e a greve geral de 1920 em toda a Itália, seguida da ocupação das fábricas; a revolta da armada francesa do Mar Negro, em 1919, o aumento do movimento grevista na França e na Inglaterra; a criação da Internacional Comunista em 1919 e o surgimento de Partidos Comunistas nos principais países; enfim, a crescente simpatia da classe operária e dos povos coloniais pela URSS, criaram uma situação de profunda crise para o sistema capitalista. Diante dessa crise - ao mesmo tempo económica, política e social - o grande capital, deixando de lado quaisquer veleidades democráticas, optou por governos autoritários de carácter fascista.

Em 1922, Mussolini - após a “marcha sobre Roma” - é chamado pelo rei para formar o governo e instaura o fascismo na Itália, com o beneplácito do grande capital, do Vaticano e das democracias ocidentais[. Três anos depois toda e qualquer oposição seria banida. Em 1923, o general Primo de Rivera impõe uma ditadura militar na Espanha, enquanto que na Bulgária se instala o governo Zankov, fruto de um outro golpe militar. Na Alemanha, Hitler e Lüdendorff conclamam em Munique à “marcha sobre Berlim”, mas são desbaratados. Em 1926, Polónia, Portugal e Lituânia substituem a democracia liberal por regimes autoritários. Em 1929, a Jugoslávia sofre o auto-golpe de estado do rei Alexandre.

A crise de 1929 - cujos efeitos se estendem pelo menos até 1933 - terá por consequência o acirramento das lutas sociais e o reforço das tendências fascistas do grande capital em todo o mundo, em especial na Europa. Em 1932, forma-se o governo Salazar em Portugal e a Lituânia torna-se um Estado autoritário, de partido único. Em 1933, depois de uma vitória eleitoral, Hitler é nomeado chanceler, assume o poder e, em nome do nacionalismo e do anticomunismo, implanta o nazismo na Alemanha. No mesmo ano, Dollfus dá um golpe de estado e instaura uma ditadura marcadamente fascista na Áustria. Em 1934 são instalados governos ditatoriais na Estónia (Konstantin Paets) e na Letónia (Karlis Ulmanis). Na França a tentativa de golpe fascista dos bandos armados dos Croix de Feux e dos Cavaleiros do Rei é derrotada pela resistência popular. Em 1936, o general Franco - com o apoio da Alemanha e da Itália - levanta-se contra o governo republicano, dando início à guerra civil espanhola. Nesse mesmo ano, o general Metaxas dá um golpe de estado na Grécia. Salvo a França e alguns países Escandinavos, praticamente toda a Europa continental está submetida a governos fascistas ou filo-fascistas. Mesmo nesses países onde a democracia liberal se mantém, importantes sectores das classes dominantes olham com simpatia o fenómeno fascista. No Japão, o primeiro ministro Konoye Fuminaro proclama em 1938 a instauração de uma “Nova Ordem” na Ásia Oriental, fecha os partidos políticos e cria o partido único em 1940.

Anónimo disse...

A POLÍTICA DE “APAZIGUAMENTO”

Considera-se o 1º de Setembro de 1939, dia do início da invasão da Polónia pela Alemanha, como a data do início da 2ª Guerra Mundial. Mas, pode-se dizer que, de certa forma, esta já havia iniciado bem antes, através de uma série de agressões localizadas entre 1931 e 1939, só tendo se ampliado com o ataque à Polónia.
O primeiro elo dessa corrente de agressões ocorreu em Setembro de 1931, quando o Japão invadiu a Mandchúria, no Nordeste da China e na fronteira da URSS. O governo de Chiang Kai-chek, em luta contra os comunistas chineses, não ofereceu uma resistência efectiva aos invasores japoneses. Estes, criaram no território ocupado a República “independente” do Mandchuko, colocando a sua frente um governo fantoche. A China apelou à Sociedade das Nações e às democracias ocidentais, que nada fizeram: “A Grã-Bretanha, preocupada pela depressão económica, se negou a prestar o seu apoio às sanções contra o Japão.” Os EUA, directamente atingidos por essa expansão japonesa (que contrariava frontalmente as resoluções da Conferência de Washington), também aceitou a ocupação japonesa.

Ficava claro que tanto a Sociedade das Nações (França, Inglaterra, Itália, Japão) como os Estados Unidos - apesar do seu discurso em defesa da autonomia dos povos e em defesa da paz - moviam-se unicamente em função de seus interesses estratégicos: o grande inimigo a isolar era a URSS.

A ascensão de Hitler ao poder na Alemanha, em 1933, também pode ser considerada como mais um passo no rumo da 2ª Guerra Mundial. Apesar disso, contou com a decidida simpatia das elites dirigentes e o apoio do grande capital das principais democracias capitalistas que consideravam que “a Alemanha deveria se tornar a potência dominante sobre o continente europeu e que o nacional-socialismo era a única barreira contra o comunismo.” Aliás, Hitler soube jogar magistralmente com a histeria anticomunista da burguesia mundial, arrancando-lhe concessões crescentes em nome do combate ao “bolchevismo”. Já em 1924, no penúltimo capítulo de Mein Kampf - intitulado “Orientação para leste ou política de leste” - Hitler afirmara:

Nós, os nacionais-socialistas (…) Fazemos parar a eterna corrente germânica em direcção ao sul e ao ocidente da Europa e lançamos a vista para as terras de leste. (…) Quando, hoje em dia, falamos, na Europa, de nosso solo, pensamos, em primeira linha, somente na Rússia e Estados adjacentes, a ela subordinados. O próprio destino parece querer nos indicar a direcção. O destino ao abandonar a Rússia ao bolchevismo, roubou ao povo russo a classe educada que criara e garantira a sua existência como Estado. (…) Devemos enxergar no bolchevismo russo a tentativa do judaísmo, no século vinte, de apoderar-se do domínio do mundo. (…) Não é a orientação para o Ocidente e para o Oriente que deve ser o futuro objectivo de nossa política externa e, sim, a política do Oriente necessária ao nosso povo.

Deixando claro o sentimento das democracias ocidentais em relação ao nazismo, o primeiro ministro inglês Baldwin diria na época: “Todos nós temos conhecimento do desejo da Alemanha de avançar em direcção ao Leste., exposto por Hitler no seu livro. Se avançasse para o Leste, o meu coração não se partiria... Se na Europa surgisse uma disputa, eu gostaria que fosse entre os bolcheviques e os nazistas.”

Anónimo disse...

O rearmamento alemão

Em Março de 1935, a Alemanha declarou formalmente que não reconhecia mais as restrições militares do Tratado de Versalhes, ampliou as suas forças terrestres para 12 corpos de exército e 36 divisões, criou a sua Força Aérea e restabeleceu o serviço militar obrigatório. As “potências” ocidentais e a Sociedade das Nações, afora tímidas notas formais de protesto, nada fizeram. Na Inglaterra, essa política de fortalecimento militar da Alemanha correspondia à política do chamado grupo de Cleveden - organizado por Neville Chamberlain, Lord Halifax e o casal Astor - que considerava ser “necessário criar uma frente das potências capitalistas, onde o Império Britânico e a França exerceriam seu poder nos impérios coloniais, e à Alemanha caberia a tarefa de dominar a Europa centro-oriental, destruindo o Estado Soviético e o movimento operário no continente.” Como anotaria em suas Memórias Ernst Heinkel, o construtor de aviões nazi:

Os políticos desses países, que de início haviam condenado o armamento da Alemanha, incentivaram-na, eles próprios, a armar-se, e (…) alguns anos mais tarde, engenheiros e militares desses países vieram consultar os técnicos alemães sobre a forma de acelerar a participação da Alemanha no armamento da Europa, afastando as restrições impostas.

Explorando esse anticomunismo, Hitler assinou em Janeiro de 1934 um pacto de não-agressão com a Polónia de Pilsudski (que tinha o general Beck como Ministro do Exterior). A 2 de maio de 1935, com o objectivo de satisfazer a opinião pública francesa, Pierre Laval assina um pacto franco-soviético, mas não demonstra a mínima vontade de concretizá-lo. Em Junho de 1935, depois de intensas negociações secretas, à revelia da França e transgredindo o Tratado de Versalhes, foi assinado o Acordo Naval Anglo-Germânico, pelo qual a Alemanha obteve o direito de quadruplicar a sua frota, até atingir 35% do poderio marítimo inglês, e de construir submarinos. No mesmo ano, o Sarre foi reincorporado à Alemanha, com seus imensos recursos económicos.

Em Julho de 1935, reunido em Moscovo, o VII Congresso da Internacional Comunista afirmava que o fascismo “não é uma simples mudança de um governo por outro, mas antes a substituição de uma forma estatal de domínio de classe da burguesia – a democracia burguesa – por outra: pela ditadura terrorista declarada”. Conclamou à frente única operária e definiu a Alemanha como o principal inimigo da paz, junto com o Japão e a Itália. Tendo em vista que a agressão fascista ameaçava outros países além da URSS, o congresso concluiu que “a guerra que a burguesia desse país travar para repelir esse ataque pode tomar o carácter de uma guerra de libertação, na qual não podem deixar de intervir a classe operária nem os comunistas do país em questão.”

Anónimo disse...

Agressão à Abissínia, militarização da Renânia, Guerra Civil Espanhola, ocupação da Manchúria

Encorajada por tanta impunidade, em Outubro de 1935 a Itália lança as suas tropas contra a Abissínia, violando os Estatutos da Sociedade das Nações. Esta, depois do repudiado plano Hoare-Laval - que entregava a metade da Abissínia à Itália - “um belo exemplo, depois repetido em Munique, de usar a máquina da paz contra a vítima da agressão”, determinou unicamente um embargo comercial parcial, autorizando a venda à Itália de petróleo e outros produtos vitais para a sua acção militar. Em Maio de 1936, depois de massacrar a população abissínia, inclusive com o uso de gases tóxicos, as tropas italianas entraram em Addis-Abeba e proclamaram Victor Emmanuel III imperador da Etiópia.

Em Março de 1936 - transgredindo abertamente o tratado de Versalhes - a Alemanha ocupou a Renânia desmilitarizada com somente 3 batalhões, atingindo a fronteira franco-alemã. A França esboçou a mobilização de 12 divisões, mas antes consultou se a Inglaterra também agiria. Diante da resposta negativa, nada fez, apesar da superioridade absoluta de forças que tinha sobre a Alemanha. Também os Estados Unidos deram o seu beneplácito a mais essa investida nazi. Atemorizada, a Bélgica retirou-se do Pacto de Locarno e da aliança com a Grã-Bretanha e a França, e declarou-se neutra. No mesmo ano, a Alemanha deu início a construção na Renânia da Linha Sigfried.

Em Julho de 1936, o general Franco colocou-se à frente de um levante de carácter fascista contra o governo republicano da Espanha, com total apoio da Itália e da Alemanha:

Em 28 de Julho de 1936, no início do conflito, quando parecia que Franco não poderia transportar os seus mouros e legionários de Marrocos à península, Hitler lhe enviou 30 aviões Junker de transporte para cruzar o estreito. Esta ajuda foi seguida por um rio de munições, canhões, tropas, aviões, pilotos e mecânicos, enviados com o beneplácito de Hitler e Mussolini. Em 1937, Franco tinha sob o seu mando 30.000 soldados italianos e 12.000 alemães. Chegou a ter até 100.000 soldados italianos. O Papa também prestou a sua ajuda espiritual a Franco “este leal filho da Igreja”. As tropas italianas que embarcavam para a Espanha recebiam a benção papal antes de abandonar o solo italiano.

Tão logo iniciou a guerra civil espanhola, a França, a Inglaterra, a Alemanha e a Itália criaram um hipócrita Comité de Não Intervenção - que colocava em pé de igualdade o legítimo governo da República e os militares rebelados - e que fazia “olhos de mercador” à intervenção aberta da Alemanha e da Itália em favor dos fascistas espanhóis. Enquanto estas duas potências do Eixo inundavam a Espanha com as suas armas e tropas, a França, a Inglaterra e os Estados Unidos se negavam a vender armas ao governo republicano, sob o pretexto de “não intervenção”, e ainda impunham esse embargo ao resto do mundo. Só a União Soviética - apesar do seu isolamento, e dos riscos que isto envolvia - ousou romper esse bloqueio que as “democracias liberais” e o nazi-fascismo impuseram ao governo republicano da Espanha, fornecendo-lhe apoio material e político. Depois de longos três anos de luta - durante os quais antifascistas de todo o mundo combateram lado a lado com o povo espanhol nas famosas brigadas internacionais - em Março de 1939 a Republica Espanhola foi derrotada.

Pedro disse...

Caro ST.

Consulte os livros de história.

Comunistas e nazis até fizeram uma greve geral conjunta contra o governo social democrata.

Estaline colocou a prioridade em derrubar a social democracia em vez de combater o nazismo.

A vossa hipocrisia de se esconderem atrás do facto da direita também ter apoiado o nazismo não obsta a que vocês também o tenham apoiado quando vos convinha.

O ataque conjunto de comunistas e nazis contra a social democracia da republica de Weimar ou o pacto de Estaline com Hitler para a invasão da Polónia foram determinantes para os triunfos de Hitler.

Hitler só conseguiu chegar ao poder e começar a guerra, e derrotar a França, com o vosso apoio.

A questão é que vocês eram tão expansionistas como Hitler.

Enquanto Hitler invadia a Polónia vocês invadiam a Polónia, a Estónia, a Lituãnea, a Letónia, a Finlândia…


No fundo a II Guerra mundial não foi começada por Hitler, foi por Hittler e Estaline…

Vocês podem esconder-se atrás dos direitistas que também apoiaram Hitler, mas ficam sempre com o vosso enorme rabo de fora a abanar nervosamente.

É tão grande que não dá para esconder.

Anónimo disse...

Em Outubro de 1936, a Alemanha e a Itália criaram um bloco militar denominado “Eixo Berlim-Roma”.Em Novembro do mesmo ano, a Alemanha e o Japão assinaram o Pacto Anticomintern que - com o objectivo de ganhar a simpatia dos meios dirigentes da Inglaterra e da França - conclamava a uma luta comum contra as actividades da Internacional Comunista, dentro e fora dos seus países. Em 1937, a Itália aderiu a ele. Em Abril de 1939, um mês após a sua vitória, Franco fez o mesmo.

Em Julho de 1937, o Japão - que já ocupara impunemente a Manchúria - se lançou sobre o resto da China. Uma a uma, foram caindo as principais cidades chinesas: Nanquim (Dezembro de 1937), Cantão (Outubro de 1938), Hankow (Outubro de 1938). Virtualmente derrotada a resistência de Chiag-Kai-chek, os japoneses impõem o governo fantoche pró-japonês de Wang Ching-Wei. Em Fevereiro de 1939, foi tomada a ilha de Hainan, posição estratégica para um posterior assalto à Indochina francesa. Washington e Londres limitaram-se a enviar notas formais de protesto a Tóquio, enquanto na prática contribuíam para o esforço de guerra japonês. Mais uma vez, a URSS foi o único país a opor-se a essa agressão. Na verdade, as “aspirações expansionistas do Japão não encontram resistência por parte dos círculos imperialistas dos EUA, da Inglaterra e da França, que contavam aproveitar a possibilidade que se lhes oferecia para reprimir o movimento revolucionário na China e atacar a União Soviética.” Dando razão a esses círculos, em 1938 o Japão empreendeu, a partir da Manchúria, um ataque armado directo à URSS, na região do lago Khassan, mas foi derrotado.

Anónimo disse...

A anexação da Áustria

Dentro da estratégia das democracias ocidentais de incentivar a expansão da Alemanha nazi para o leste e de lançá-la contra a União Soviética, a França e a Inglaterra passaram a sinalizar o seu beneplácito em relação às pretensões de Hitler quanto à Áustria, à Checoslováquia e a Dantzig, desde que não fosse usada a violência. Em Novembro de 1937, Lord Halifax entrevistou-se com Hitler:
Halifax disse tudo o que Hitler esperava ouvir. Elogiou a Alemanha nazi
“como o baluarte da Europa contra o bolchevismo”, e evidenciou simpatia para com as reivindicações alemãs. Deteve-se particularmente em certas questões onde “alterações possíveis poderiam estar destinadas a se resolverem com o passar do tempo.” Eram Dantzig, Áustria a Checoslováquia. “A Inglaterra está interessada em que qualquer alteração se faça por meio da evolução pacífica e se evitem métodos que possam causar perturbações de longo alcance.” (...) As observações de Halifax (...) eram um convite a Hitler para promover a agitação nacionalista alemã em Dantzig, Checoslováquia e Áustria, e uma garantia de que a agitação não encontraria resistência externa. Tais insinuações não foram feitas apenas por Halifax. Em Londres, Eden disse a Ribbentrop: “O povo da Inglaterra reconhece que uma maior aproximação entre a Alemanha e a Áustria terá de ocorrer algum dia”. As mesmas notícias vinham da França. Papen, numa visita a Paris, “surpreendeu-se ao notar” que Chautemps, o ‘premier’, e Bonnet, então Ministro das Finanças (...) não tinham objecções a uma acentuada ampliação da influência da Alemanha na Áustria”, obtida através de “meios evolucionários”, nem na Checoslováquia “na base da reorganização numa acção de nacionalidades”

Estavam preparadas as condições para que o ano de 1938 ficasse gravado na história como o ano da anexação da Áustria e da capitulação de Munique. Estas acções foram precedida de uma intensa actividade diplomática de Hitler:

Já em Novembro de 1937 recebera da Inglaterra garantias nesse sentido. Elas foram confirmadas por Henderson, embaixador britânico em Berlim. A 3 de Março de 1938, Henderson informou Hitler, com carácter estritamente confidencial, que era favorável ao Anschluss [V. Documentos e Materiais das Vésperas da Segunda Guerra Mundial, t.. I, Moscou 1948, p. 70]. Em começos de 1938, durante suas entrevistas em Berlim com o ex-presidente dos Estados Unidos Herbert Hoover, Hitler recebera as mesmas garantias. (…) em Setembro de 1937 Hitler obtivera o consentimento de Mussolini para essa operação. (…) A Áustria estava entregue aos nazis.

Agora só faltava o golpe de misericórdia. Depois de ordenar a Seyss-Inquart, chefe dos nazis austríacos que intensificasse as agitações pró-Alemanha na Áustria, Hitler mandou chamar o chanceler Schuschnigg, a quem ameaçou com uma imediata invasão do país e apresentou um ultimato:

Todos os austríacos tinham que aceitar a doutrina do nacional-socialismo; os nazis austríacos poderiam se dedicar sem impedimento algum a suas “actividades legais”; todos os nazis encarcerados, inclusive os assassinos de Dollfuss, tinham que ser postos em liberdade; havia que nomear Seysss-Inquart ministro do Interior, e o exército austríaco tinha que aceitar imediatamente no seu seio uma centena de oficiais do exército alemão. Depois de dez horas (…) Schuschnigg aceitou a maioria das exigências, acrescentando que desejava esclarecer alguns pontos com o presidente Wilhelm Miklas.

Anónimo disse...

De volta à Áustria, Schuschnigg convocou um plebiscito para 13 Março de 1938 para decidir sobre o futuro da Áustria. Furioso, Hitler exigiu que o plebiscito fosse suspenso e ordenou a Wehrmacht que se mantivessem pronta para invadir a Áustria. Abandonado pelas democracias ocidentais, Schüschnigg capitulou, afirmando na radio que “tivemos que inclinar-nos ante a força, pois não estamos dispostos, sequer nesta terrível situação, a derramar sangue alemão. Ordenamos ao exército austríaco que se retire, sem oferecer resistência.”. A meia noite do dia 11 de Março de 1938, Seyss-Inquart foi nomeado chanceler da Áustria, momento em que as primeiras unidades alemãs já estavam cruzando a fronteira. Ao meio dia Viena foi ocupada pelas tropas da Alemanha. O presidente Miklas se demitiu. Schuschnigg foi mantido encarcerado durante 17 meses. Hitler declarou a Áustria nova Land (província) do Reich sob o nome de Ostmark, tendo Seyss-Inquart como regente:

País capitalista algum protesta, nem mesmo pró forma, contra este acto de agressão A Inglaterra e a França reconhecem imediatamente a anexação. Os Estados Unidos fecham a embaixada em Viena e a substituem por um Consulado. O Vaticano tampouco se opõe à ocupação da Áustria católica.

Diferentemente das democracias liberais, a URSS condenou a agressão e conclamou todos a se oporem aos invasores. A resposta foi a contemporização com o agressor:

Quando em 18 de Março, a União Soviética solicitou que se adoptasse uma acção colectiva contra aquela evidente agressão, o primeiro-ministro Neville Chamberlain, replicou timidamente que ele não queria estabelecer “um grupo exclusivo de nações que torpedeasse as perspectivas de paz na Europa.” As sombras do apaziguamento começaram a estender-se sobre a Europa.

Com a ocupação da Áustria, a Alemanha dava mais um importante passo para a guerra. Além de aumentar a sua “Grande Alemanha” em mais de 6.500.000 habitantes, no terreno estratégico Hitler havia tomado a chave do sistema de comunicações do Danúbio, estabelecido fronteiras com a Itália e cercado a Checoslováquia. Como expôs Jodl, chefe do Gabinete de Operações do Grande Quartel-General Alemão:

A Anschluss permitiu, por sua vez, atingir não somente um antigo objectivo nacional, mas teve como resultado um crescimento de nossa capacidade de combate e uma melhoria notável de nossas posições estratégicas. Se até então o território da Checoslováquia avançara ameaçadoramente dentro da própria Alemanha, (“Ferrão de vespa” em direcção da França e base aérea para os aliados, sobretudo para a Rússia), agora a Checoslováquia se acha presa nos dentes de uma tenaz.

Anónimo disse...

A capitulação de Munique

Os círculos mais reaccionários da Inglaterra - tomados pela miopia, e preocupados somente em dirigir o avanço alemão para o Leste - passaram a incentivar novos actos de agressão da Alemanha. Já no dia 14 de Março de 1938, o jornal britânico The Daily Express afirmava: “A ocupação da Áustria pela Alemanha não muda nada. Afinal de contas a Áustria era um país germânico mesmo antes de Hitler enviar para lá suas tropas. Devemo-nos ocupar de nossos próprios negócios. A Checoslováquia não nos interessa.” Em 16 de Abril de 1938, foi firmado o acordo anglo-italiano, dando carta branca aos italianos na Abissínia e total liberdade para agirem em favor de Franco na Espanha, em troca dos bons ofícios italianos na Europa Central. Em carta a Eden, Churchill comentaria:

O pacto italiano é, desde logo, um completo triunfo para Mussolini, já que aceitamos (...) que consolide a sua conquista da Abissínia e que execute violências na Espanha. (...) Eu creio que o pacto anglo-italiano seja só um primeiro passo, e que o segundo consistirá numa tentativa de negociar com a Alemanha um tratado ainda mais enganador que adormeça o público britânico enquanto permite crescer as forças armadas alemãs e desenvolverem-se os planos da Alemanha no Leste da Europa. Na semana passada, Chamberlain disse em segredo (...) que “não abandonava a esperança de alcançar acordos semelhantes com a Alemanha”.

Estava aberto o caminho para a agressão à Checoslováquia. Em Maio de 1938, alegando perseguição aos alemães que viviam nos Sudetas, Hitler faz ameaças e desloca tropas para a fronteira checa. Estes respondem concentrando 400.000 homens na fronteira e recebem o apoio da União Soviética, da Inglaterra e da França. Hitler recuou momentaneamente, mas orientou Henlein, o chefe nazi nos Sudetas, a intensificar as acções dos seus seguidores. Ao mesmo tempo, intensificou as pressões diplomáticas sobre a França e a Inglaterra. Temeroso, Chamberlain - em acordo com a França - enviou Lord Runciman a Praga, na qualidade de árbitro oficioso. Pressionados por Runciman, os checos fizeram grandes concessões: concordaram em dividir a Checoslováquia em cantões (como a Suíça), garantir a participação proporcional de todas as nacionalidades no governo e na direcção das empresas do Estado, conceder empréstimos aos Sudetas para melhorar sua situação económica. Mas quanto mais cediam, mais Hitler ameaçava e intensificava a agitação nos Sudetas, a ponto do presidente Benes se obrigar a proclamar a lei marcial.

Apavorado, Chamberlain tomou um avião em Londres e aterrou em Berchtesgaden no dia 15 de Setembro de 1938. Era a primeira das três humilhantes viagens feitas por ele à Alemanha, na tentativa de apaziguar Hitler. Este foi enfático: os Sudetas deviam ser imediatamente incorporados ao Terceiro Reich, senão estalaria a guerra geral: Chamberlain afirmou que se Hitler não queria nada mais que os Sudetas alemães a Inglaterra não se oporia a isso, e só pediu alguns dias para consultar o seu ministério. De regresso a Londres, conferenciou com os membros do seu gabinete e com o presidente do Conselho Francês, Eduardo Daladier, e seus ministro de Assuntos Exteriores, George Bonnet. Entrementes, Hitler buscava o apoio da Polónia para a sua agressão à Checoslováquia. Aproveitando-se da situação difícil em que esse país se encontrava, o reaccionário governo de Varsóvia reivindicou a região de Teschen, rica em carvão, e assegurou que não vacilaria em usar a força para conquistá-la.

Pedro disse...

Coitadinho do anónimo d treta a esconder-se atrás de um historiador… russo.

O historiador russo acha que a única defesa possível contra Hitler era a URSS invadir 5 países pois então.

Claro…

Entretanto, já muito depois de Munique os aliados declararam guerra a Hitler, mas o Historiador russo acha que a melhor defesa contra Hitler foi apoiar Hitler, traindo a Polónia a ajudando os alemães a destruir a resistência polaca.

Depois a melhor defesa contra Hitler foi apoie-lo enquanto ele destruia a França, quando um ataque russo nessa altura em que as suas forças estavam comprometidas no ocidente, teria posto fim ao III Reich em alguns meses.

Depois veio a batalha de Inglaterra e a melhor defesa da Rússia contra Hitler continuou a ser apoiar Hitler.

Durante estas três campanhas, para melhor combater Hitler a Rússia apoiou Hitler fornecendo-lhe matérias primas indispensáveis par ao esforço de guerra alemão.

Vocês são tão tretas como o historiador russo.

O que se passa é que independentemente da guerra russo-alemã ser inevitável, os comunistas foram comparsas de Hitler na invasão e repartição da Europa entre eles.

Podia ser uma liana a prazo, mas foi uma aliança que beneficiou Hitler e lhe permitiu dar cabo da Europa durante 5 anos em vez de ser derrotado logo ao fim d num ano como podia ter sido. Em vez de um ou dois milhões d mortos houve 40 milhões e a Europa destruída.

Entretanto os objectivos de Estaline foram alcançados.

É que os objectivos de Estaline não eram só derrotar Hitler, era também invadir metade da Europa, o que acabou por conseguir no fim da guerra que Hitler e os comunistas começaram.

Anónimo disse...

No dia 20 de Setembro, sem qualquer consulta a Praga, a Inglaterra e a França comunicaram à Checoslováquia que, para evitar a guerra, ela deveria entregar todas as regiões habitadas por maiorias alemãs a Hitler, anular o Tratado soviético-checoslovaco de assistência mútua, assinar um acordo económico com a Alemanha (francamente desfavorável) e proibir toda propaganda antifascista. Se aceitasse essas condições, a Inglaterra e a França se comprometiam em garantir a sua independência. Caso contrário, retirariam suas garantias. O gabinete checo decidiu ceder e apresentou a sua demissão. No dia 22 Chamberlain foi ao encontro de Hitler em Godesberg para entregar-lhe os Sudetas. Mas Hitler declarou que agora não bastavam essas condições, que a Alemanha exigia a imediata ocupação de todas as regiões de língua alemã no país e dava o prazo até 1º de Outubro para que os checos aceitassem. Atordoado, o chanceler britânico voltou a Londres, para novas conversações com os franceses. Indignados, os checos rechaçaram o ultimato de Godesberg:

Mal a nota de rejeição havia sido recebida pelos enviados inglês e francês em Praga, às cinco da tarde do dia 19, já o ministro britânico, Sir Basil Newton, avisou o Ministro do Exterior checo, Dr. Kamil Krofta de que se o governo checo a ela se apegasse a Inglaterra se desinteressaria do destino do país. M. De Lacroix, o embaixador francês, associou-se a essa declaração, em nome da França.

Anónimo disse...

A Inglaterra sinalizava conceder tudo o que Hitler exigia:

Os ingleses também estavam se movendo: se sabe que a FA interceptou a chamada que Chamberlain havia feito à sua Embaixada em Berlim às 11h30 anunciando que estava pronto para ir outra vez à Alemanha. Às 12h30, enquanto François-Poncet se ia, chegou Henderson com a proposta oficial de Chamberlain de que as cinco potências celebrassem uma conferência: “Estou pronto para ir eu mesmo a Berlim.” (…) O embaixador Attolico voltou às 2h40 (…) Durante a tarde se convidou as outras duas potências, Grã-Bretanha e França, à conferência. As duas aceitaram, Checoslováquia não recebeu o convite. (…) Hitler explicou que não estava disposto a perder tempo com plebiscitos nas zonas em litígio. (…) Já que só pedia as zonas de lingua alemã e as outras três potências estavam de acordo com isso, o única que restava por tratar era o modo de levar a cabo a separação. (…) o único obstáculo era a evacuação imediata dos territórios por parte dos checos. (…) Às primeiras horas da madrugada se firmava o acordo de Munique. (…) Chamberlain pediu a Hitler a garantia de que - supondo que os checos fossem tão arrogantes como para rechaçar os acordos de Munique - a aviação não bombardearia alvos civis. Hitler prometeu.

Formalizando a capitulação, o Acordo de Munique foi assinado junto com um tratado de amizade anglo-germânico, tendo por signatários Hitler e Chamberlain. Além de entregar os Sudetas e seus 3.100.000 habitantes à Alemanha - impunha que a Checoslováquia resolvesse o problema das minorias nacionais polaca e húngara. Autorizava os exércitos alemães a entrarem na Checoslováquia no dia 1º de Outubro e exigia que os checos abandonassem nas regiões ocupadas e toda a classe de bens, em especial as munições. Além de entregar as suas defesas naturais, os checos estavam proibidos de destruir as fortificações que haviam construído. Cinco semanas depois, Hitler se vangloriava: “Só vim a compreender a magnitude de tudo aquilo no momento em que me vi pela primeira vez no meio da linha fortificada checa: me dei conta do que significava ter tomado toda uma frente de quase dois mil quilómetros de fortificações sem haver disparado nem um só tiro.” O Acordo ainda previa a realização de plebiscitos em outras partes da Checoslováquia. Assinado o acordo, os representantes do governo checo foram convidados a comparecer na sala de sessões, sendo-lhes dito pelo representante francês que era um veredicto sem apelo e sem correcções possíveis. Nos círculos dirigentes de todas as potências capitalistas o júbilo foi enorme. Dava-se mais um passo no sentido de empurrar a Alemanha para o leste. Sumner Welles, Sub-Secretário de Estado dos Estados Unidos assim caracterizou o ponto de vista desses círculos:

Naquele anos de pré-guerra, os grandes grupos financeiros e comerciais das democracias ocidentais, inclusive numerosos grupos dos Estados Unidos, estavam persuadidos que a guerra entre a União Soviética e a Alemanha só podia ser favorável a seus próprios interesses. Estimavam que a Rússia sofreria uma derrota inevitável e que o comunismo seria aniquilado. Mas, em consequência do conflito, a Alemanha ficaria tão enfraquecida que, por longos anos, seria incapaz de apresentar um perigo real para o resto do mundo.[

Anónimo disse...

É preciso que se registe que durante todo o período em que a Inglaterra e a França planeavam a entrega da Checoslováquia, a União Soviética - mantida a margem de qualquer negociação - reafirmava a sua firme disposição de honrar os compromissos que havia assumido em relação àquela nação, inclusive através de um pronunciamento público de Litvinov da tribuna da Sociedade das Nações, em 21 de Setembro de 1938:

O texto do tratado continha uma cláusula que fora introduzida às instâncias de Benes. Estabelecia que os compromisso do tratado soviético-checoslovaco eram válidos somente se a França executasse os seus, assumidos diante da União Soviética ou da Checoslováquia. No momento mais critico da luta em torno do problema, quando se tornou claro que a França não cumpriria os compromissos assumidos, a União Soviética recusou-se a “tirar vantagens” desta cláusula. O Governo soviético declarou oficialmente que estava disposto a levar uma ajuda militar à Checoslováquia mesmo que a França não o fizesse e mesmo que a Polónia ou a Roménia impedissem a passagem das tropas soviéticas. Mas ressaltava que a ajuda seria concedida com a condição de que “a Checoslováquia se defendesse e solicitasse a ajuda soviética.
Para as fronteiras ocidentais da URSS foi deslocado um grande agrupamento de tropas. Em 28 de Setembro estavam preparadas para serem expedidas para a Checoslováquia 4 brigadas de aviação (548 aviões de combate), o que foi comunicado ao adido militar francês na URSS, Pallasse, e ao governo checoslovaco. Contudo, o governo Benes-Hodza tomou pela via da traição nacional e preferiu capitular, o que não permitiu à URSS ajudar em 1938 o povo checoslovaco e abriu aos nazis o caminho para a completa ocupação e desmembramento do país.

Anónimo disse...

Depois de apropriar-se da terceira parte do país e de quase um terço da sua população, Hitler apresentou novas demandas: a construção de uma estrada de carácter militar através do país, o direito de arbitrar a sorte da Eslováquia e da Ruténia e a fixação dos territórios que caberiam à Hungria e à Polónia. Assim, no início de Novembro Hitler obrigou os checos a cederem Teschen aos polacos, e as áreas fronteiriças da Eslováquia e da Rutênia à Hungria. A vitória de Hitler foi total:

O ajuste definitivo de 20 de Novembro de 1938 forçou a Checoslováquia a entregar à Alemanha 11.000 milhas quadradas de território, onde viviam 2.800.000 sudetas alemães e 800.000 checos. Nessa área estavam todas as imensas fortificações checas que constituíam até então a mais formidável linha defensiva na Europa, com a possível excepção da linha Maginot, na França. Mas não era tudo. Todo o sistema ferroviário, rodoviário, telegráfico e telefónico de comunicações foi destruído. Segundo os algarismos alemães, o país desmembrado perdeu 66% de seu carvão, 80% de sua linhite, 86% de suas substâncias químicas, 80% de seu cimento, 80% de seus têxteis, 70% de seu ferro e aço, 70% de seu potencial elétrico e 40% de suas florestas.

Esquartejada a Checoslováquia, Ribbentrop viajou para a França, em Dezembro de 1938, para assinar com Bonnet um pacto franco-alemão que - em troca do reconhecimento por Hitler do status quo na Alsácia-Lorena - deixava livres as mãos da Alemanha no Leste. Poucos dias depois da assinatura desse acordo, Bonnet foi interrogado no Comité de Relações Exteriores da Câmara “se a França cumpriria suas obrigações pelos pactos franco-polaco e franco-soviético, se esses países fossem atacados. Bonnet respondeu que não acreditava que qualquer desses dois países fosse capaz de se defender contra a Alemanha nazi. Acrescentou que novos movimentos alemães no leste não alterariam a posição estratégica da França.” O recado era claro. Coulondre, embaixador francês em Berlim, escreverá a Bonnet:

Com efeito, o desejo de expansão para o Leste por parte do III Reich parece-me tão certa como a sua renúncia, pelo menos de momento, a qualquer conquista no Ocidente (...) quer-me parecer que se vê desenhar pouco a pouco (...) as formas do grande empreendimento alemão: tornar-se senhor da Europa Central, tornando seus vassalos a Checoslováquia e a Hungria, e criar depois a grande Ucrânia sob hegemonia alemã (...) Para tanto, seria necessário dominar a Roménia, convencer a Polónia, espoliar a URSS (...) nos meios militares já se fala da cavalgada até ao Cáucaso e a Baku.

Analisando esses acontecimentos em Outubro de 1938, quase um ano antes do ataque à Polónia, um atilado e privilegiado observador registou: “a guerra é hoje mais provável do que nunca (...) deverá irromper depois das próximas colheitas (...) a Polónia é, sem dúvida alguma a próxima vítima da lista de Hitler (a estupidez cega dos polacos durante a recente crise, auxiliando a destruição da Checoslováquia)”

Anónimo disse...

A destruição final da Checoslováquia

Nos primeiros dias de março de 1939, instigados por Hitler, os separatistas da Eslováquia e da Rutênia proclamaram a sua independência. O governo checoslovaco demitiu, a 6 de março o governo autónomo da Rutênia e, no dia 9 de Março, o seu similar eslovaco, e decretou a lei marcial. Imediatamente, Hitler convocou a Berlim o presidente checo Emil Hacha (Benes havia se refugiado nos EUA), comunicando-lhe que a Wermacht ia invadir a Boémia e a Morávia, mas se ele assinasse a capitulação não haveria derramamento de sangue. Na madrugada do dia 15 de Março de 1939, sem a esperança de qualquer apoio da Inglaterra ou da França, Hacha assinou a rendição:
O acordo principal foi assinado pouco antes das 4 da manhã. Em um segundo documento, Hacha aprovava a entrega imediata aos alemães da aviação e do armamento checo. (…) Enquanto iniciava a sua invasão da Checoslováquia, as 8h02 da manhã o trem especial de Hitler saía da estação de Anhalt. (…) Keitel mantinha Hitler informado sobre o avanço do exército. As 9 da manhã, este já se encontrava nas ruas de Praga. Não houve derramamento e sangue. (…) As 4 da tarde, levantaram a barreira da fronteira para que Hitler entrasse na Checoslováquia (…) Chegou a Praga ao entardecer. (…) Começou a ditar uma lei que estabelecia um sistema de “Protectorado” alemão sobre a Bohemia e a Morávia. (…) A primeira reacção procedente de Londres foi a de tomar o assunto como se não fosse de sua incumbência (…) uma semana depois, Chamberlain se serviu de um intermediário para assegurar a Hitler que estava a favor da acção que a Alemanha havia levado a cabo, ainda que não pudesse dizê-lo em público por se encontrar à mercê de irados ataques de Churchill e companhia. (…) o controle de Praga pôs a disposição de Hitler as reservas de ouro que necessitava para superar o enorme déficit orçamentário do Reich; lhe proporcionava, ainda, aeroportos com que ameaçar a Polónia e a Rússia; e uma redução de mil e seiscentos quilómetros de frente para defender. Lhe proporcionava tanques, artilharia e aviação checas; além disso, colocava a Roménia e a Jugoslávia em suas mãos, pois os exércitos desses países se equipavam em grande parte graças à fábrica de armas Skoda de Pilsen

Anónimo disse...

Depois de ocupar toda Checoslováquia e anexar a Bohemia e a Morávia, Hitler transformou a Eslováquia num domínio dirigido por um governo fantoche. A imprensa reaccionária dos EUA, Inglaterra e França aconselhava Hitler a unir a Ucrânia Soviética à Ucrânia Subcarpática, induzindo a Alemanha a uma guerra com a URSS. Bullit, embaixador dos EUA em Paris, informou seu governo:
A Alemanha tentará apoderar-se da Ucrânia, que é o celeiro da União Soviética. Ao fazê-lo, a Alemanha se extenuará de tal maneira que não poderá sustentar o esforço e acabará se esfacelando. O Japão ocupará ou tentará ocupar a Sibéria e desmoronará igualmente em consequência de um esforço demasiado grande. Abandonando a Rússia à sua sorte, a Inglaterra e a França afastarão a ameaça de seus próprios países.

Mais prudente, a Alemanha entregou a Ucrânia Subcarpática à Hungria, evitando um conflito com a União Soviética. O que as democracias ocidentais ainda não haviam percebido é que a Alemanha considerava a guerra com a URSS uma prova muito difícil e entendia necessário - antes de atacá-la - fortalecer-se no ocidente, principalmente pela derrota da França que podia ameaçar-lhe o flanco, na região estratégica do Rhur, maior centro industrial do país.

A União Soviética foi a única a protestar e não reconhecer a ocupação da Checoslováquia: “Nem a Inglaterra nem a França fizeram o menor gesto para salvá-la, embora em Munique tivessem solenemente garantido apoio à Checoslováquia contra a agressão”. Ao contrário, “os britânicos reconheceram as autoridades alemãs na Boêmia, e o Banco da Inglaterra entregou-lhe seis milhões de libras em ouro checo (...) Um entendimento geral com Hitler continuava sendo o objectivo britânico

Pedro disse...

Por falar nisso, adorei aquela que a invasão da polónia pelos comunistas foi para a libertar…


Os polacos assassinados ás dezenas de milhares pelo NKVD devem ter adorado.

E sim, os territórios invadidos pelos comunistas tinham muita população bielo-russa e ucraniana.

Mas sabem porque é que a Ucrãnia e a Bielo-rússia são hoje países independentes ?

Porque a maior parte das populações ucranianas e bielo-russas querem a independência da rússia, razão pela qual os comunistas russos também fizeram uma série de massacres contra ucranianos e bielo-russos quando invadiram esses territórios.

Mas eu tinha-me esquecido que vocês só são nacionalistas se for para sair da UE, se falamos da URSS já são a favor do imperialismo mais brutal.

Pedro disse...

Já agora, para quem diz que a Rússia não tinha objectivos expansionistas, o ataque, invasão e anexação comunista a uma série de países neutrais, como á Estónia, Letónia, Lituânia e Finlândia, também foi para "combater o Hitler" ?

Anónimo disse...

Que mediocridade mais brutal a deste Pedro que nem se compadece dele próprio e das figuras que faz

Nem um mínimo de decência. Nem um mínimo de razoabilidade. Nem um mínimo de verdade.

Um provocador. Penas um reles provocador?

Apelamos a que o debate suba de novo de nível e que se deixe esta merda afundar na sua própria merda

S.T. disse...

Parecem-me ser um factos estabelecidos para lá de qualquer dúvida que:

Foram as políticas do Chanceler da Fome, Bruning, na sequencia da crise de 1929 que criaram o caldo de cultura que propiciou a ascenção do partido nazi.

É notório pela subida das percentagens de voto do NSDAP:
https://www.historylearningsite.co.uk/modern-world-history-1918-to-1980/weimar-germany/the-rise-of-the-nazi-party/

Foi a convite do Presidente Hindenburg que Hitler se tornou chanceler, apesar de não ter maioria suficiente para governar sozinho (só 196 deputados eleitos em 1932).

"In November 1932 elections the Nazis again failed to get a majority of seats in the Reichstag. Their share of the vote fell – from 230 seats to only 196. Hitler contemplated suicide. But then he was rescued by Hindenburg.

Franz von Papen (a friend of Hindenburg) was Chancellor, but he could not get enough support in the Reichstag. Hindenburg and von Papen were having to govern by emergency decree under Article 48 of the Constitution. They offered Hitler the post of vice-Chancellor if he promised to support them.

Hitler refused – he demanded to be made Chancellor. So Von Papen and Hindenburg took a risk. On 30 January 1933 Hindenburg made Hitler Chancellor. He thought he could control Hitler – how wrong he was.

In the end, Hitler did not TAKE power at all – he was given it."

Sobre as razões que levaram Hindenburg, com o apoio de Franz von Papen, a nomear Hitler chanceler muito se pode especular, mas nada indica que o PC alemão tenha tido alguma influência para lá da tentativa de Hindenburg de combater a crescente inluência comunista.
(Ver os resultados eleitorais das várias eleições na republica de Weimar aqui:
https://www.johndclare.net/Weimar6.htm )

Sobre as razões da ascenção de Hitler ver esta sistematização:

https://www.johndclare.net/Weimar7.htm

S.T.

Anónimo disse...

A ocupação de Memel, o ataque à Mongólia, a ocupação da Albânia

Aproveitando-se da cumplicidade das potências ocidentais, a Alemanha prosseguiu a sua marcha para o leste. A 22 de Março, arrebatou Memel à Lituânia, mediante um “acordo”. No dia seguinte, firmou um tratado germano-romeno, fazendo daquele país um apêndice da economia alemã e uma base militar da Alemanha. A 7 de Abril de 1939, a Itália ocupou a Albânia. Nesses dias, a Alemanha denunciou o acordo naval com a Inglaterra e o Tratado de não agressão à Polónia.

Em Maio, o Japão atacou a República Popular da Mongólia - à quem a URSS estava unida por um tratado de assistência mútua - nas proximidades do rio Calquin-Gol, com o objectivo de ocupá-la e chegar até as fronteiras soviéticas na região do lago Baikal. Mas foi derrotado pelas Forças Armadas conjuntas da URSS e da Mongólia. Era cada vez mais evidente o cerco que se procurava fazer à URSS. Em Março de 1939, referindo-se a política das democracias ocidentais de não deter os agressores, Stalin alertava em seu Informe ao XVIIIº Congresso do Partido Comunista (bolchevique) da URSS:

A política de não-intervenção equivale a tolerar a agressão, a desencadear a guerra e, consequentemente, a transformá-la em guerra mundial. Na política de não intervenção ressalta a aspiração, o desejo de não impedir aos agressores que realizem asua obra tenebrosa: de não impedir, por exemplo, que o Japão se envolva na guerra com a China e, melhor ainda, com a União Soviética; de não impedir a Alemanha, principalmente, de se imiscuir nos assuntos europeus, de se lançar numa guerra contra a União Soviética; de permitir a todos os beligerantes que se atolem até a cabeça no pântano de guerra, de encorajá-los dissimuladamente nesse sentido; de enfraquecê-los mutuamente e, em seguida, quando estiverem suficientemente débeis, aparecer em cena com forças frescas, de intervir, naturalmente “no interesses da paz” e de ditar condições aos beligerantes enfraquecidos.

Em Julho de 1939 - exactamente quando se travavam os combates nas margens do Calquin-Gol - a Inglaterra assinava em Tóquio o acordo nipo-inglês - conhecido como o “Munique do Leste” pelo seu abandono da China - onde a Inglaterra declarava “reconhecer a situação actual da China e as necessidades particulares das forças armadas japonesas que operavam na China” e “a não encorajar actos ou medidas que pudessem trazer embaraços ao exército japonês na China”.

Anónimo disse...

O FRACASSO DAS NEGOCIAÇÕES TRIPARTIDAS E O ACORDO GERMANO-SOVIÉTICO

É nesse contexto que têm início as conversações da União Soviética com a França e a Inglaterra. Diante dos rumores de uma próxima agressão à Roménia, rica em petróleo, no dia 18 de Março o embaixador inglês em Moscovo encontrou-se com Litvinov para saber da atitude soviética no caso de uma agressão de Hitler à Roménia. Este, em nome do Governo Soviético, propôs a imediata convocação de uma conferência de representantes da Inglaterra, França, URSS, Roménia, Turquia e Polónia para tomar medidas eficazes contra a ameaça. No dia seguinte, o Governo inglês respondeu negativamente à proposta.

No dia 21 de Março, a França e a Inglaterra propuseram a assinatura de uma declaração, junto com a URSS e a Polónia, pela qual, no caso de um novo ato de agressão, esses países se consultariam urgentemente para examinar as medidas a tomar. Embora considerando a medida pouco eficaz, o Governo Soviético se prontificou a assiná-la. Mas a Polónia, profundamente reaccionária e anti-soviética, negou-se a firmar a declaração se a URSS o assinasse. Ao mesmo tempo que se negava a realizar acordos concretos com a URSS, Chamberlain ofereceu garantias unilaterais - que não tinha condições de cumprir - à Polónia. Mas nada fez de concreto. A França também deu garantias à Polónia. Ambas tentaram arrastar a União Soviética a oferecer as mesmas garantias, sem qualquer contrapartida. Na verdade, coerentes com a sua estratégia, incentivavam o confronto entre a Alemanha e a URSS.

Anónimo disse...

NEGOCIAÇÕES POLÍTICAS PARA ACALMAR A OPINIÃO PÚBLICA

Mas, a única alternativa capaz de deter a agressão nazi-fascista - e, portanto, evitar a Segunda Guerra Mundial - era uma união militar entre a França, a Inglaterra e a URSS. Por isso, em 17 de Abril de 1939, o Governo Soviético voltou a propor a assinatura de um pacto de assistência mútua e de um convénio militar entre a União Soviética, a Inglaterra e a França, além da concessão de garantias a todos os países fronteiriços à URSS, do Báltico ao Mar Negro. Em 8 de Maio a Inglaterra e a França se dignaram dar uma resposta à URSS, mais uma vez negativa, onde alegavam que isso podia ser interpretado pela Alemanha como uma agressão. Contraditoriamente, nesses mesmos dias A França e a Inglaterra assinaram com a Turquia um tratado de assistência mútua. Enquanto isso, “a Polónia, e a Roménia (...) se recusavam a aceitar a garantia russa ou mesmo a admitir que tropas soviéticas atravessassem seus territórios para enfrentar um ataque alemão. A Letónia, a Estónia e a Finlândia também se negavam sistematicamente a aceitar qualquer garantia russa.” Mas, a Inglaterra e a França continuaram insistindo para que a URSS desse garantias unilaterais à Polónia e à Roménia, sem contrapartida. A URSS respondeu que só seria negociado um pacto com compromissos recíprocos.

Estimulado por essa conduta de Chamberlain e Daladier de abortar qualquer acordo sério com a URSS, Hitler iniciou uma intensa campanha contra a Polónia, exigindo a devolução de Dantzig e o livre trânsito alemão pelo corredor polaco. A tensão chegou ao seu ponto máximo. No dia 19 de Maio, na Câmara dos Comuns, Churchill fez um pronunciamento onde criticou a política externa inglesa e lembrou que “as propostas apresentadas pelo Governo da URSS prevêem uma tríplice aliança da Inglaterra, França e União Soviética, de cujos benefícios podem aproveitar-se também outros países.” Lloyd George também defendeu o tríplice pacto: “Sem a ajuda da URSS não poderemos cumprir nossos compromissos com a Polónia e a Roménia. Por que não firmou ainda o Governo o acordo de assistência mútua com a URSS?” No mesmo sentido se pronunciou Eden. Pressionado pela opinião pública, Chamberlain manobrou e no dia 25 de Maio propôs ao Governo soviético um pacto tripartido genérico, vinculado à Sociedade das Nações, sem nenhum convénio militar concreto. A contraproposta soviética, apresentada no dia 2 de Junho, libertava o pacto de qualquer procedimento estabelecido na Sociedade das Nações, discriminava os Estados que receberiam garantias e determinava que o pacto e o convénio militar entrariam em vigor simultaneamente. Depois de muitas discussões,a questão da desvinculação do pacto da Sociedade das Nações foi aceite. Já as negociações em torno dos Estados que receberiam garantias - principalmente no que se refere às antigas províncias bálticas - começaram a arrastar-se em torno das mais absurdas polémicas. Baufre, um dos negociadores franceses, e posteriormente um destacado general, escreveu referindo-se às propostas soviéticas: “Era difícil ser mais concreto e mais claro (…) o contraste entre esse programa e as confusas abstrações franco-inglesas é surpreendente (…) Os argumentos soviéticos eram ponderáveis (…) A nossa posição era falsa.”

No dia 8 de Junho, Lord Halifax, Ministro das Relações Exteriores da Inglaterra, comunicou a Maiski, embaixador soviético em Londres, a viagem de William Strang, mero funcionário do Departamento Diplomático, para prosseguir as conversações em Moscovo. Era uma clara demonstração do desinteresse inglês numa rápida assinatura do pacto. Em fins de Junho, as negociações já duravam 75 dias. Desses, a URSS utilizara 16 dias para preparar as suas respostas; a Inglaterra e a França, 59. Enquanto isso a situação na Europa se agravava cada vez mais.

Anónimo disse...

No começo de Julho havia sido obtido o acordo em torno dos Estados “garantidos” no pacto. Iniciaram-se, então, as discussões sobre o Convénio Militar. Os soviéticos insistiam em que o pacto e o convénio militar formavam um todo único, entrando em vigor simultaneamente. Os ingleses e os franceses desconversavam e queriam tratá-los separadamente, como dois documentos distintos. No fundo, evitavam assumir qualquer compromisso militar concreto com a URSS. Maiski relata: “no início de Julho foi-me comunicado que teve lugar o seguinte diálogo entre Chamberlain e Wood, Ministro da Aviação: - O que há de novo acerca das negociações sobre o pacto? - perguntou Wood. Chamberlain fez um gesto de irritação e respondeu: - Ainda não perdi a esperança de frustrar a assinatura desse malfadado pacto.” O historiador inglês David Irving também faz menção à essa postura de Chamberlain: ”Em 25 de Maio, as escutas realizadas pela FA ao correspondente do The Times em Berlim, Mr. James Holburn, mostravam que, durante a sua estadia em Londres, havia tomado conhecimento de que Chamberlain não tinha a intenção de aliar-se com Stalin: ainda esperava retomar, algum dia, o contacto directo com Hitler.”

Anónimo disse...

Como o Governo soviético não abriu mão da unidade entre o tratado e o convénio militar, o Governo inglês aceitou esta tese. Haviam se passado mais três semanas. Não satisfeitos, franceses e ingleses polemizaram durante vários dias sobre o conceito de “agressão”. Enquanto prolongava ao máximo as negociações com a URSS, a Inglaterra agilizava os contactos directos e indirectos com a Alemanha, procurando chegar a um acordo com a mesma:

as fontes autorizadas diziam desde Londres sobre que Chamberlain estava buscando o modo de renunciar às delicadas garantias dadas à Polônia. (…) A fins de julho, tudo parecia indicar que Chamberlain e seus conselheiros estavam dispostos a um segundo Munique. Por iniciativa britânica, já se haviam celebrado conversações entre Sir Horace Wilson, um dos conselheiros mais conciliadores de Chamberlain, e o doutor Helmuth Wohlthat, membro do pessoal de economia de Gõring. Wilson havia proposto um profundo acordo político, económico e militar com Hitler, em troca de certas garantias. (…) Em 4 de Agosto, Neville Chamberlain suspendia por dois meses as sessões do Parlamento. Simultaneamente (…) Sir Horace Wilson convidou o embaixador Herbert von Dirksen ao seu apartamento particular e lhe propôs a grandes traços “uma sólida colaboração em política mundial” entre a Grã-Bretanha e a Alemanha. Se Hitler aceitasse as condições, indicou Wilson, então a Grã-Bretanha pressionaria a Polónia para que concordasse com as exigências alemãs.

Wilson (...) propunha um tratado anglo-alemão de não agressão e não-interferência, uma acordo de desarmamento e uma cooperação no comércio externo. Um pacto semelhante “permitiria aos ingleses se livrarem de seus compromissos em relação à Polônia.”

Essas negociações são registadas por diversos historiadores: entre Ashton-Gwatkin - chefe da Secção Económica do Ministério dos Assuntos Estrangeiros britânico - e Goering; entre Horace Wilson e Robert Hudson - Ministro do Comércio Ultramarino - e Helmut Wohltat; entre Roden Buxton - membro da Câmara dos Comuns - e Kordt - Conselheiro da embaixada alemã; entre Halifax e Dirksen - embaixador alemão; entre Wohlthat e Hudson e Wilson; entre Dahlerus e Chamberlain, Halifax e Cadogan. Em todos esses contactos, uma constante: o estabelecimento de um pacto entre a Inglaterra e a Alemanha, dividindo áreas de interesse em troca do abandono da Polónia e do rompimento das negociações em torno do pacto de assistência mútua com a URSS. Assim, enquanto protelavam as negociações em Moscovo, buscavam deixar a Polónia e a União Soviética entregues à própria sorte.

Anónimo disse...

O impasse nas negociações militares

No dia 25 de Julho, Halifax comunicou a Maiski que se chegara a um acordo em Moscovo para iniciar de imediato as negociações militares, mas não demonstrou nenhuma pressa para enviar a delegação inglesa. No dia 31 de Julho, o Parlamento foi sacudido por violentas discussões sobre a política exterior britânica; a oposição exigiu que fosse enviado a Moscovo alguém de alto nível, o próprio Ministro do Exterior, para negociar. Justificando os quatro meses e meio que já duravam as negociações, Chamberlain alegou que as conversações em 1903 com o Japão duraram 6 meses, a Entente anglo-francesa de 1904 exigira 9 meses e a Entente anglo-russa de 1907, 15 meses. O recado era claro: o Governo inglês ainda pretendia demorar muito até a conclusão do acordo. A indicação do chefe da delegação militar - Sir Reginald Drax, ancião almirante da Marinha - surpreendeu todos, pois era um ilustre desconhecido, sem qualquer peso político. O governo francês seguiu o mesmo caminho, indicando o general Doumenc. Os demais membros de ambas delegações não passavam de quadros médios das Forças Armadas. Só no dia 5 de Agosto as delegações saíram de Londres, e ainda escolheram o meio de transporte mais demorado: um navio que demorou 5 dias a chegar a Leningrado. Só aí já se haviam passado mais 15 dias. A leitura dos arquivos do embaixador alemão em Londres - Dirksen - publicadas depois da guerra, lançam luz sobre esses movimentos protelatórios dos ingleses, neste momento envolvidos em negociações secretas com a Alemanha:

Que “outras negociações” seriam essas? (…) O relatório que Dirksen enviou a Berlim a 1º de aAosto de 1939 (A.3107) é muito mais concreto (…): 1) A Alemanha compromete-se a não se imiscuir nos negócios do Império Britânico. 2) A Inglaterra compromete-se a respeitar plenamente as esferas de interesses alemães no Leste e no Sudeste europeus. Isso teria como consequência que a Inglaterra renunciaria às garantias concedidas a certos Estados situados nessas esferas. [Polónia?] A Inglaterra compromete-se em seguida a trabalhar para que a França repudie sua aliança com a União Soviética e renuncie a todos os interesses que tenha no Sudeste da Europa. 3) A Inglaterra compromete-se a pôr fim às conversações actualmente mantidas com a União Soviética, visando a conclusão de um pacto.

Alegando que ainda não haviam chegado a uma conclusão sobre o conceito de “agressão”, as instruções inglesas orientavam a sua Missão no sentido de desenvolver as negociações militares com a máxima lentidão, até que o acordo político fosse concluído.

Anónimo disse...

Ao contrário das delegações da França e da Inglaterra, a delegação soviética era do mais alto nível possível, sendo formada pelo marechal Voroshilov (Comissário do Povo de Defesa da URSS), almirante Kuznetsov (Comissário do Povo da Marinha), Loktionov (Chefe das Forças Aéreas), Shaposnikov e Smorodinov (Chefe e subchefe, respectivamente, do Estado Maior do Exército). No início da primeira reunião, no dia 12 de Agosto, a delegação soviética propôs que cada delegação apresentasse os poderes de que estava investida para as negociações, e começou apresentando os seus amplos poderes: “manter negociações (…) e assinar um convénio militar sobre a organização da defesa militar da Inglaterra, França e URSS contra a agressão na Europa.” A seguir, o general Doumenc leu os seus poderes, bem mais limitados. Quando chegou a vez do almirante Drax, constatou-se que o mesmo não dispunha de nenhum poder por escrito, ficando evidente a falta de seriedade com que a parte inglesa estava tratando as negociações. O almirante ficou de solicitar poderes por escrito ao seu Governo (que só chegaram dia 21 de Agosto). Apesar disso, foram iniciadas as negociações. No dia 14, a parte soviética levantou uma questão crucial: no caso de agressão à Polónia ou à Roménia será autorizada a entrada de tropas soviéticas no território desses países? Como as partes inglesa e francesa responderam com evasivas e, no final, ficaram de consultar à Polónia e à Roménia, a parte soviética fez constar por escrito que sem uma solução favorável para essa questão o pacto seria inviável pela simples razão que a URSS ficaria impossibilitada de cumprir com os seus compromissos. Como até o dia 17 não havia chegado uma resposta, foram suspensas as negociações e marcada nova reunião para o dia 21 pela manhã.

Segundo Léon Noel, - embaixador francês em Varsóvia no período - em 19 de Agosto, o chefe do estado-maior polaco, general Stachiewicz, informou mais uma vez, o adido militar francês, sobre a negativa do Governo polaco em relação à passagem de tropas soviéticas pelo território polaco, em caso de agressão alemã. O adido militar francês teria dito: “Não me fale de vossa recusa. É melhor que em Moscovo a nossa delegação possa manobrar como se vocês ainda não tivessem formulado a vossa recusa.” Era evidente a má fé seja dos negociadores franceses, seja dos negociadores ingleses. Como no dia 21 de Agosto nem Londres, nem Paris, dessem qualquer resposta, a parte soviética resolveu suspender as negociações por prazo indeterminado:

As forças armadas soviéticas não poderão colaborar com as forças armadas da França e da Inglaterra, se estiverem impedidas de entrar no território da Polónia e da Roménia (…) A delegação militar soviética não entende como os Governos e os Estados Maiores da Inglaterra e da França, ao enviarem à URSS as suas delegações militares, não lhes tenham dado indicações precisas sobre questão tão elementar (…) Se os franceses e os ingleses transformam essa questão em um grande problema, isso significa que existe fundamento para duvidar de que desejem, realmente, uma colaboração militar séria com a URSS. Assim, a responsabilidade pela protelação das negociações militares recai sobre as partes francesa e inglesa.

Ficava claro para os dirigentes soviéticos que as outras duas partes, principalmente a inglesa, só pretendiam ganhar tempo, às custas da URSS, para tentar chegar a um acordo com Hitler, usando as negociações tripartidas como instrumento de barganha com a Alemanha. E, se possível, lançando a Alemanha, a Itália e o Japão contra uma URSS isolada. É evidente que o Governo soviético procurava não cair nessa armadilha e buscava alternativas que evitassem ou, ao menos, adiassem o seu isolamento e a agressão nazi-fascista.

Anónimo disse...

A busca de alternativas pela URSS para romper o isolamento

Tudo indica que a partir de Abril-Maio de 1939 - após a ocupação da Checoslováquia sem qualquer reação das democracias ocidentais, e após a agressão japonesa à Mongólia e à União Soviética, seguida do pacto nipo-britânico (que entregou a China ao Japão) - a URSS, sem abandonar a tentativa de um acordo com a Inglaterra e a França, colocou na ordem-do-dia a busca de alguma alternativa que evitasse o seu isolamento e o risco de ter que enfrentar uma guerra em duas frentes - no Oriente e no Ocidente. A substituição de Litvinov por Molotov mostrou a importância que o governo da URSS concedia a essas negociações, mas também sinalizou uma possível mudanças de rumo. No seu relatório ao Soviete Supremo, em 31 de Maio, Molotov centrou o ataque na Alemanha, mas fez duras críticas à França e a Inglaterra: “Aumenta cada vez mais a arrogância das potências agressoras. Por outro lado, os representantes dos países democráticos mostram-se desinteressados pela política de segurança colectiva (...) tendo adoptado uma atitude de não resistência à agressão”.

Simultaneamente, as negociações económicas com o Reich permitiram aproximações e sondagens indirectas. Hitler parece ter percebido essas alterações. A miopia e a intransigência das potências imperialistas, que trabalhavam com a estratégia de lançar a Alemanha contra a URSS, levou as negociações de Moscovo ao fracasso e forçou a URSS a aceitar o pacto de não agressão proposto por Hitler.

Assim, decidido a atacar a Polónia e temeroso do pacto tripartido, Hitler começou a sinalizar para Moscovo a possibilidade de uma aproximação. Em fins de Maio o embaixador alemão em Moscovo propôs a Molotov restabelecer as negociações comerciais germano-soviéticas, interrompidas em Fevereiro; a parte soviética fez ver a necessidade, para isso, de uma melhoria das relações políticas. Em fins de Junho novo contacto do embaixador alemão com Molotov, insistindo na melhoria das relações entre os dois países e indicando sinais de boa vontade alemã: assinatura de pactos de não agressão com os países bálticos, mudança do tom da imprensa alemã em relação à URSS. Em fins de Julho, num jantar oferecido em Berlim a Astajov - encarregado de negócios soviético - Schnurre afirma que a Alemanha estava disposta a um amplo acordo com a URSS sobre todos os problemas, do Báltico ao Mar Negro. Segundo as notas do próprio Schnurre, “Astajov (…) considerou que o ritmo para a aproximação deverá ser, provavelmente, muito lento (…) A política exterior nacional-socialista ameaça a União Soviética” Os dados disponíveis indicam que foi só em fins de Julho - com o ataque à Polónia já marcado - que Hitler decidiu dar passos mais decididos no sentido de buscar um acordo com a URSS, que lhe garantisse não ser atacado pelo Leste:

Trinta e um de Julho: Schulenburg, o embaixador alemão em Moscovo, recebe um nervoso, urgente e secreto despacho no qual lhe é ordenado informar, ainda naquele dia “a data e a hora do encontro que ele, Embaixador, teria com Molotov. O nervosismo de Ribbentrop tem razão de ser: é que no dia 22 chegara às mãos de Hitler uma notícia que deixou o irascível Führer ainda mais inquieto. Von Valezsek informava de Paris que franceses e ingleses estavam enviando missões militares a Moscovo, “a fim de provarem a seriedade das intenções políticas russo-franco-inglesas”. Naquele momento ainda não era do conhecimento de Hitler que as tais Missões inglesa e francesa não tinham autoridade para a assinatura de qualquer acordo ou pacto, nem no terreno comercial, muito menos no campo militar. Mas, então, Stalin, afrontado com a má qualidade dos delegados que lhe enviaram Londres e Paris, já estava convicto de que era inexequível um acordo militar de qualquer espécie com as democracias ocidentais.

Anónimo disse...

O Estado Maior geral havia disposto que a data ótima para atacar a Polônia era o 25 de Agosto. (…) Foi aqui, em Bayreuth, que Hitler abordou efusivamente Neurath com estas palavras: ‘O que vou te dizer vai te deixar assombrado: que te parece se chegamos a um acordo com a Rússia? (…) Mas Hitler continuou temendo uma negativa do ditador soviético. Seguindo suas instruções, no dia 2 de Agosto Ribbentrop insinuou ao encarregado de negócios soviético que Moscovo e Berlim deviam decidir entre si o destino da Polónia; e acrescentou, a modo de isca tentadora, que não havia “nenhum problema entre o Báltico e o Mar Negro” que não pudesse ser solucionado.

Maiski confirma o relato deste encontro de Ribbentrop com Astajov (na data de 3 de Agosto). Conforme as notas de Ribbentrop - citadas por Maiski - “a seu ver, o Governo soviético deseja seguir uma política de compreensão mútua com Alemanha. (…) O encarregado de negócios procurou, várias vezes, fazer recair a conversa sobre questões mais concretas. Mas eu dei a entender que estou disposto a ser mais concreto só no caso do Governo soviético declarar a conveniência de dar um novo carácter às relações.” Fica claro que até então não existia qualquer negociação concreta em torno do pacto de não agressão entre os dois governos, mas somente sondagens. No dia 4 de Agosto o embaixador alemão - Schulenburg, - encontrou-se com Molotov, relatando a Berlim: “Minha impressão geral é que o Governo Soviético está no momento disposto a concluir um acordo com a Grã-Bretanha e a França, se elas atenderem aos desejos soviéticos (...) Será necessário considerável esforço de nossa parte para modificar a posição do governo soviético.” No dia 14 de Agosto, Schnurre enviou um telegrama a Schulenburg avisando que Astajov o visitara e comunicara que o Governo soviético se dispunha a “discutir por grupos de questões tudo o que se referisse à relações germano-soviéticas e propunha manter as negociações em Moscovo. Já Ribbentrop solicitou ao embaixador alemão que visitasse Molotov e declarasse em nome do Governo alemão que “não há contradição de interesses entre a Alemanha e a URSS; não existe motivo para atitude agressiva de uma parte à outra; não há questão entre o Báltico e o Mar Negro que não possa ser resolvida de modo satisfatório para ambos os países” e que “a fim de normalizar com maior rapidez as relações germano soviéticas, estava disposto a visitar, ele próprio, Moscovo, com a condição de ser recebido por Stalin.” No dia 15 de agosto, Schulenburg informou a boa receptividade de Molotov mas, quanto à visita de Ribbentrop a Moscovo, que isso “requer uma preparação adequada”; além disso teria perguntado se o Governo Alemão se dispunha a assinar com a URSS um pacto de não-agressão, de garantias aos Estados do Báltico e influir para melhorar as relações nipo-soviéticas (é interessante lembrar que no dia 14 tanto a França quanto a Inglaterra haviam respondido com evasivas à questão crucial da passagem das tropas soviéticas pelo território polaco). Em 16 de Agosto, Ribbentrop respondeu positivamente a todas as questões levantadas por Molotov, e insistiu na urgência da sua viagem a Moscovo, a partir do dia 18. Mais uma vez a resposta soviética foi no sentido de que primeiro fosse estabelecido um convénio comercial e financeiro e que só depois se discutisse um pacto de não-agressão. Estava clara a tentativa do Governo soviético de ganhar tempo para ver se as negociações do pacto tripartido com a Inglaterra e a França - paralisadas por falta de resposta desses dois países em relação à questão da Polónia - saíam do atoleiro em que se encontravam.

Anónimo disse...

No dia 20 de agosto, Hitler enviou uma mensagem a Stalin comunicando que na véspera fora assinado o convénio comercial e financeiro e insistindo para que recebesse Ribbentrop, o mais tardar a 22 ou 23 de Agosto. Convencido - depois de quase cinco meses de infrutíferas conversações - de que a Inglaterra e a França não tinham a intenção real de firmar um pacto de assistência mútua, o Governo Soviético suspendeu no dia 21 de Agosto as negociações com esses dois países e concordou com a vinda a Moscou de Ribbentrop no dia 23 de Agosto. O historiador inglês David Irving, que teve acesso a uma série de arquivos nazis - confirma, com pequenas diferenças, esse desenrolar dos acontecimentos:

no dia 9, o próprio Halifax falava com Dirksen. Desta vez prometia que a Grã-Bretanha estava disposta a “contribuir na medida do possível” para chegar a um entendimento com a Alemanha. (…) Quando no dia 11 Hitler falou com o professor Carl Burckhardt, alto comissário da Liga das Nações em Dantzig (…) (recordou Burckhardt anos mais tarde) seguiu dizendo: “tudo o que faço se dirige contra a Rússia. Se o ocidente se mostra incapaz de compreender isso, então me verei obrigado a chegar a um acordo com os russos e voltar-me contra o ocidente primeiro, para depois dirigir todas as minhas forças contra a URSS.” No dia 12 de Agosto (…) Ribbentrop (…) levou Hitler a um lado e lhe disse algo em voz baixa: Molotov acabava de concordar em princípio a receber um negociador alemão em Moscovo. (…) 14 de agosto, Ribbentrop enviou um telegrama à embaixada de Moscovo com estas dramáticas instruções: havia que informar a Molotov que Ribbentrop estava disposto a ir pessoalmente à Moscovo. (…) Os russos deram um passo atrás. No dia 18 de Agosto, Ribbentrop mandou um telegrama urgente ao seu embaixador e lhe disse que estaria autorizado a firmar um protocolo adicional secreto (…) apesar de tudo, Molotov não parecia muito disposto a recebê-lo em Moscovo antes do dia 26 ou 27. (…) Hitler (…) no dia 20 de Agosto decidiu escrever uma nota pessoal a Stalin - algo sem precedentes (…) - para que aceitasse a presença de Ribbentrop em Moscovo antes de três dias. (…) Na tarde do dia 21 de Agosto chegou a resposta de Moscovo: Molotov havia convocado o embaixador às três da tarde. Ainda tiveram que passar mais horas angustiantes. Por fim, Ribbentrop trouxe o informe do embaixador (…) o Kremlin estava encantado em receber a Herr Ribbentrop em dois dias, como havia pedido Hitler. (…) Ribbentrop partiu para Moscovo (…) com instruções pessoais de Hitler de ceder a qualquer exigência soviética: para assegurar a assinatura de Molotov.

Apesar do Governo alemão ter feito questão, nessa mesma noite, com 2 dias de antecedência, de divulgar pela radio a notícia da viagem de Ribbentrop a Moscovo, nem a França, nem a Inglaterra se dignaram a qualquer iniciativa diplomática junto a URSS. Sua estratégia continuava sendo fazer um acordo com Hitler, mesmo que às custas da Polónia (como já fora feito com a Áustria e a Checoslováquia), e fazê-lo aproximar-se ainda mais das fronteiras soviéticas:

desde o dia 16 de agosto, a FA havia estado controlando furtivamente as conversações telefónicas entre Sir Horace Wilson e o embaixador britânico em Berlim. Wilson buscava desesperadamente alguma fórmula para devolver Dantzig ao Reich. No dia 20 de Agosto, havia dito em segredo ao agregado de imprensa alemão em Londres que estava disposto a “ir em segredo à Alemanha” se fosse necessário. À última hora do dia 22 de Agosto, o embaixador britânico chamou por telefone para solicitar uma entrevista com o Fuhrer no dia seguinte. Tinha uma carta do primeiro ministro britânico dirigida a Hitler (…) Segundo a escuta realizada, a carta de Chamberlain propunha um período de distensão enquanto se solucionavam os problemas de Dantzig e da minoria alemã da Polónia.

Anónimo disse...

O acordo germano-soviético de não agressão

Mas, Hitler há muitos meses já havia decidido a invasão da Polónia e a operação militar para o ataque já estava em andamento desde o dia 15 de Agosto. O Führer não estava disposto a suspendê-la em troca de Dantzig, que era um mero pretexto para a agressão. Sabedor disso, e sem qualquer perspectiva de chegar a curto prazo a uma aliança militar com a França e a Inglaterra, no dia 23 de Agosto o Governo Soviético firmou com a Alemanha um acordo de não-agressão por 10 anos. Pelo art. 1º desse acordo, ambas as partes se comprometiam a abster-se de qualquer agressão entre si. No art. 2º, ambos os países assumiam o compromisso de não apoiar a um terceiro, se uma das partes fosse objecto de hostilidades por esse terceiro país. O art. 3º rezava que a Alemanha e a URSS “continuariam em contacto, no futuro, para manter consultas, a fim de informar-se, mutuamente, de questões que afectassem os seus interesses”. No art. 4º, ambos os países se comprometiam-se a não participar de grupos hostis à outra parte O art. 5º afirmava que os litígios que surgissem entre a Alemanha e a URSS deveriam ser resolvidos por meios pacíficos.
Também houve um protocolo secreto, definindo as áreas de influência da Alemanha e da URSS e as fronteiras a serem respeitadas em caso de conflito militar com a Polónia. Segundo Schirer, esse “Protocolo Secreto” afirmava:

Os plenipotenciários abaixo-assinados, por ocasião da assinatura do Tratado de não-agressão entre a Alemanha e a União Soviética, discutiram em conversações estritamente confidenciais a questão da delimitação de suas esferas de interesse na Europa Ocidental.

1. No caso de uma transformação territorial e política nos territórios pertencentes aos Estados Bálticos (Finlândia, Letónia e Lituânia) a fronteira ao norte da Lituânia representará a fronteira das esferas de interesse tanto da Alemanha como da URSS.

2. No caso de uma transformação política e territorial dos territórios pertencentes ao Estado polaco, as esferas de interesse quer da Alemanha como da URSS serão limitadas aproximadamente pela linha dos rios Narew, Vístula e San.

3. Quanto ao interesse de se manter um Estado polaco independente e de como as fronteiras deste Estado seriam traçadas, podem ser definitivamente determinadas somente no curso dos futuros acontecimentos políticos. Em qualquer caso, ambos os governos resolverão esta questão por meio de um entendimento amistoso.
Esse protocolo secreto, anexo ao acordo germano-soviético de não-agressão, relacionado com o ataque - por todos previsto e sabido - que a Alemanha preparava contra a Polônia. Precisamente para evitar esse ataque, a URSS havia procurado durante 5 meses, infrutiferamente, estabelecer um tratado de ajuda mútua e um convénio militar com a França e a Inglaterra. Sabendo-se que a Polónia fazia fronteiras com a URSS, e que em 1920, pela paz de Riga, lhe havia arrancado pela força uma parte da Ucrânia e da Bielo-Rússia - com o apoio das potências ocidentais - seria ingenuidade imaginar que a URSS fosse aceitar que a Alemanha ocupasse toda a Polónia, inclusive os territórios que lhe tinham sido usurpados naquela ocasião. Da mesma forma, parece lógico que a URSS procurasse resguardar a sua segurança, exigindo que a Alemanha respeitasse as fronteiras dos países Bálticos - Lituânia, Letónia, Estónia, Finlândia - Estados criados pelo Tratado de Versalhes em territórios do antigo Império Russo (e onde o processo revolucionário havia sido abortado pela intervenção armada imperialista), com o único objectivo de cercá-la e de “deter o comunismo”.

Anónimo disse...

A assinatura do acordo germano-soviético de não-agressão também viabilizou a melhoria das relações com o Japão - com quem a URSS se encontrava em luta na região da Mongólia desde Maio de 1939. Depois de uma nota de protesto contra o acordo de não-agressão, considerado contrário à letra e ao espírito do Pacto Anticomintern, o Japão foi obrigado a modificar a sua política externa em relação à URSS, e buscar solucionar os conflitos existentes. Assim, em 15 de Setembro de 1939, a URSS, a Mongólia e o Japão assinaram um acordo acabando com o conflito de Calguin-Gol, complementado em 13 de Abril de 1941, por um acordo de não-agressão, por 5 anos.

Churchill, referindo-se ao acordo germano-soviético de não-agressão, dirá em suas memórias:

para os Sovietes era uma necessidade vital procurar que os exércitos alemães se concentrassem no Oeste (…) Agora as suas fronteiras situavam-se muito mais ao Leste do que na guerra anterior. A Rússia necessitava, pela força ou pela astúcia, ocupar os Estados Bálticos e grande parte da Polónia antes de sofrer o ataque inimigo. Esta política foi realista em alto grau.

Anónimo disse...

ATAQUE ALEMÃO À POLÔNIA E A JÁ PREVISÍVEL PASSIVIDADE INGLESA E FRANCESA

Quando a Alemanha atacou a Polónia, no dia 1º de Setembro de 1939, nem Inglaterra nem França moveram um único dedo para ajudá-la, apesar de todas as promessas e compromissos. Protegidos detrás da linha Maginot, os exércitos franceses não se moveram 1 milímetro. Mas a repressão aos comunistas foi feroz. Do outro lado do canal da Mancha, a orgulhosa Albion tampouco se moveu. Nenhum avião descolou da Inglaterra ou da França para ajudar a Polónia contra os ataques da Luftwaffe ou das divisões Panzer. Suas poderosas marinhas tampouco entraram em acção para apoiar a Polónia. Ambas restringiram-se a declarar no dia 3 de Setembro uma guerra “platónica” à Alemanha, enquanto assistiam passivamente a ocupação da Polónia. A sua imobilidade na frente oeste determinou a derrota polaca, como reconheceram depois da guerra diversos generais hitlerianos:

O General Guderian escreve: “Ficamos espantados, abismados mesmos, que os franceses não tivessem aproveitado a ocasião oferecida. Era impossível, àquela época, compreender as razões de tal abstenção”. (...) O General Keitel declarara, a esse respeito, em Nuremberg: (...) concluímos que a França e a Inglaterra não tinham com seriedade, a intenção de fazer a guerra.” (...) E a mesma conclusão é tirada pelo General von Lossberg: “por que os franceses não se aproveitaram de sua esmagadora superioridade para empurrar de roldão as nossas fracas tropas (...) de Oeste, mesmo que fosse apenas para atingir o Reno e lá paralisarem, praticamente a bacia do Ruhr? Teria sido para nós um golpe mais ou menos mortal!” (...) Do general Jodl em Nuremberg: “Em 1939 a catástrofe foi evitada porque as 110 Divisões, que possuíam aproximadamente os franceses e os ingleses, permaneceram completamente inactivas diante das 23 Divisões alemãs do Oeste!”

Se tivessem se movimentado as forças que dispunham de uma enorme superioridade (…), a guerra teria terminado inevitavelmente. Na Polónia ter-se-iam interrompido as acções de combate. No máximo dentro de uma semana estariam perdidas as minas do Sarre e a região do Ruhr.

Anónimo disse...

O Presidente Roosevelt proclamou a neutralidade dos Estados Unidos. O reacionário e anti-soviético governo polaco - que poucos meses antes participara dos despojos da Checoslováquia; que se negara a firmar qualquer documento em que figurasse a assinatura da URSS; que se opusera a permitir a passagem de tropas soviéticas pelo seu território, sequer para defendê-la - capitulou vergonhosamente, apesar do heroísmo do povo polaco. O governo polaco de Moscicki fugiu para a Roménia, onde solicitou asilo. Já no dia 7, Ryds-Smigly - comandante em chefe do exército da Polónia - abandonou Varsóvia, deixando a sua defesa aos cuidados dos trabalhadores. Os generais polacos, acostumados somente a reprimir o povo, fugiram para a Roménia. Só no dia 17 de Setembro, depois de o governo polaco haver abandonado o país, a União Soviética ocupou a Ucrânia ocidental e a Bielo-Rússia ocidental:

No dia 17 de Setembro de 1939 (…) as tropas russas ocuparam metodicamente as províncias polacas do Leste. Dois dias mais tarde tinham a metade da Polónia em suas mãos. O Führer não contava com essa rápida penetração dos vermelhos. Os russos se moveram com tal rapidez que não só lhe cortaram o caminho em direcção aos ricos poços de petróleo de Galitzia, como lhe bloquearam a passagem às jazidas da Roménia.”

Em 28 de Setembro de 1939, Molotov e Ribbentrop se reuniram e estabeleceram um novo Tratado de Amizade e de Fronteiras, que estipulava que a Polónia deixaria de existir como Estado independente.[ Segundo este tratado, a Polónia ficava dividida “seguindo mais ou menos a velha linha Curzon[158], assinalada em Dezembro de 1919 pelo Conselho Supremo Aliado como a possível fronteira leste da Polónia.” Outro historiador diria: “a URSS (...) se anexava pura e simplesmente a Rússia Branca, a Lituânia [o que é uma incorreção], a Galitzia Oriental e os confins da Ucrânia (territórios onde, a dizer a verdade, os polacos de origem constituíam em geral uma minoria).

Anónimo disse...

As reacções de Thorez e da direção do PCF até e mesmo após a deflagração da guerra (o mesmo se pode dizer dos comunistas italianos e dos ingleses) implicam, por si só, uma atitude autónoma em relação ao pacto russo-alemão. (...) O PCF continua a afirmar que ‘se Hitler, malgrado tudo, desencadeia a guerra, então saiba que encontrará diante de si, unido, o povo da França, os comunistas na primeira linha, para defender a segurança do país, a liberdade e a independência dos povos’.(...) o pacto russo-alemão pode ser justificado sob o ponto de vista da segurança da URSS, mas os comunistas franceses - dizem seus dirigentes - continuam sendo uma força patriótica que saberá assumir inteiramente seus próprios deveres nacionais. (...) depois da invasão da Polónia (...) o PCF afirma: ‘Hitler é o único responsável pela guerra, como representante máximo do sistema hitleriano de destruição das liberdades democráticas. Hitler, como chefe do maior Estado totalitário, é o inimigo número um de todas as classes trabalhadoras de todos os países’.

Realmente, em 25 de agosto de 1939, Thorez, em nome da representação comunista na Câmara, divulgou um comunicado afirmando que “Se Hitler desencadear a guerra, saiba que encontrará o povo da França unido contra ele, com os comunistas na linha de frente (...) O Partido Comunista aprova as medidas tomadas pelo governo para defender nossas fronteiras e dar, se necessário, auxílio ao país ameaçado pela agressão, ao qual estamos ligados por um tratado de aliança.” No dia seguinte, Daladier mandou fechar dois diários comunistas de Paris – o Humanité e o Ce Soir – e, em seguida, proibiu e passou a perseguir o Partido Comunista.

Anónimo disse...

Por todo o exposto, parece-nos evidente que a chamada “Política de Apaziguamento” que as democracias ocidentais mantiveram frente às agressões dos regimes fascistas, correspondeu a uma política consciente dos principais países capitalistas, com o objectivo de isolar o Estado Soviético e a direccionar as agressões da Alemanha militarista no rumo do Leste Europeu. Ao mesmo tempo que se buscava utilizar a Alemanha como um aríete contra o primeiro Estado Socialista do mundo, se procurava enfraquecer essa rival imperialista com uma luta desgastante contra a URSS. Assim, matava-se “dois coelhos com uma só cajadada”. Intoxicadas pelo anticomunismo, as “democracias liberais” não viam que essa política oportunista às conduzia ao suicídio. Secundariamente - e aí estão as diferenças entre homens como Chamberlain e Churchill, Daladier e De Gaulle - contou a pusilanimidade dos principais líderes dos governos ocidentais. Mas mesmo o fato de tais ou quais homens - e não outros - estarem, naquele momento, à frente de seus governos, expressa claramente que eram quem melhor representava os interesses dos círculos dirigentes de seus países nos dias de então.

O incentivo e o apoio aberto ao rearmamento alemão, a conivência com as agressões japonesas no extremo Oriente, italianas na Abissínia, e ítalo-alemã na Espanha, sinalizaram já no início da década de trinta que o grande capital da Inglaterra, da França e dos Estados Unidos, apoiava o nazi-fascismo como tropa de choque contra o movimento operário e socialista. A entrega da Áustria, logo dos Sudetas e, a seguir, de toda a Checoslováquia, mostraram ao mundo que as democracias ocidentais não tinham o menor respeito pelas pequenas nações ou pelos compromisso assumidos. Quanto mais avançavam os agressores, mais a França, a Inglaterra e os Estados Unidos, cediam, de maneira calculada, incentivando-os a novas agressões. Enquanto prodigavam Hitler com propostas de “acordos”, “pactos” e “acertos” sobre uma nova divisão do mundo, negavam-se a qualquer acordo defensivo com a URSS. Ao contrário, no mesmo momento em que o Japão agredia a China, a Mongólia e a URSS, no Extremo Oriente, a Inglaterra assinava o acordo nipo-inglês ou a “Munique do Leste”, como ficou conhecido. Buscava-se impor ao Estado Soviético o total isolamento e uma guerra em duas frentes.

A “novela” das negociações tripartidas entre a URSS, a Inglaterra e a França está suficientemente documentada para tirar as nossas dúvidas acerca das verdadeiras intenções das democracias ocidentais. O mesmo Chamberlain, que acorrera três vezes à Alemanha, de forma humilhante, a negociar com Hitler a entrega da Checoslováquia, se negou a viajar sequer uma vez até Moscovo, para negociar o único acordo que poderia ter detido a aventura nazi-fascista e evitado a guerra. Ao contrário, enviou, ostensivamente, um delegação desqualificada e sem poderes, e nunca escondeu que não tinha a menor intenção de assinar qualquer tratado com a URSS. Enquanto isso, até o último minuto tentou negociar com a Alemanha o abandono da Polónia. A França e os Estados Unidos não ficaram muito atrás nas suas atitudes. A total inactividade dessas nações capitalistas quando se concretizou a agressão alemã à Polónia, mostrou ao mundo a quem elas tentavam colocar na linha de fogo das tropas alemãs quando propunham que à URSS oferecesse garantias unilaterais a uma Polónia que se negava sequer a admitir a entrada de um único soldado soviético para defendê-la.

Anónimo disse...

Não nos cabe emitir “julgamentos” sobre os acontecimentos históricos - em particular sobre a “política de apaziguamento” e o acordo germano-soviético de não-agressão - mas tentar explicá-los. Nesse sentido, independentemente das opiniões que tenhamos sobre Stalin e os erros que cometeu, uma coisa não se pode negar: a URSS adoptou durante anos uma política de denúncia e de enfrentamento ao nazi-fascismo e tentou por todos os meios um tratado com a França e a Inglaterra, para detê-lo enquanto era tempo. Mas sempre recebeu a resposta “não”. Em luta no Oriente com o Japão já há quatro meses, foi só quando perdeu toda a esperança num acordo com as democracias liberais, e faltavam menos de dez dias para o ataque alemão à Polónia, que a URSS aceitou um acordo de não-agressão com a Alemanha, com o objectivo de ganhar tempo e terreno para o inevitável e futuro confronto contra ela. Que outra nação não teria agido desta forma para preservar o seu futuro?

Assim colocada a questão, fica claro que a responsabilidade do início da Segunda Guerra Mundial - se tomarmos o ataque à Polónia como o seu deflagrador - coube em primeiro lugar à Alemanha e, em segundo lugar, à política de “apaziguamento” e de “incitamento” das democracias ocidentais para que a Alemanha atacasse a Leste. O acordo germano-soviético de não-agressão em nenhum momento pode ser responsabilizado por isso. Inclusive, as informações históricas comprovam que esse ataque não só estava planeado desde Abril de 1939, como que já havia sido posto em marcha no dia 15 de Agosto, oito dias antes da assinatura do referido acordo.

Jose disse...

O nacionalismo soberanista verte-se em lamentos pela acção dos capitalistas a condicionarem que o Estado Soviético não tenha herdado por inteiro o Império Russo e a sua multidão de nacionalidades submetidas, e subentende-se o seu direito a reconstruí-lo e alarga-lo sob a bandeira da libertação dos povos da exploração capitalista, substituindo-a pela dominação dos seus comissários políticos.

Novidade nenhuma, cassete de sempre.
.

Pedro disse...

Caro ST.

Sim, tudo isso é verdade. Se eu fingisse que não seria um aldrabão como vocês não é ?

Entretanto, tudo isso não tira que os comunistas alemães, em vez de lutar contra o nazismo fizeram tudo para derrubar a república social democrata.

Durante a republica de Weimar o principal alvo dos comunistas foi sempre a social democracia.

O comintern chegou a considerar a social democracia uma forma de fascismo, inaugurando a estupidez esquerdista de chamar fascista a toda a gente.

Tentaram derrubar a social democracia por meio de violência armada, quando não conseguiram continuaram a fazer tudo para a derrubar legalmente, até aliando-se ao partido nazi em várias ocasiões.

Por exemplo, fizeram uma greve geral em conjunto com os nazis e apoiaram um plebiscito proposto pelos nazis para derrubar o governo social democrata prussiano.

Tudo isto enfraqueceu a república de Weimar e permitiu a tomada do poder por Hitler.

Mas claro, nos seus livros de história estes pormenores não aparecem…

Ou então arrancou as páginas mais chatas...

S.T. disse...

Já estou a perceber onde o Pedro quer chegar. Está-se a referir àquilo que se chamou o "terceiro período".

Aqui fica um link para um artigo relevante que. sem dúvida, pode conter matéria de reflexão para os partidos de esquerda.

http://socialistreview.org.uk/378/lessons-of-defeat

Aparentemente as teses do artigo contrariam as minhas, segundo as quais os partidos de esquerda devem fazer uma frente comum contra o europeísmo e a EU, e com os eurocépticos de direita. Sem dúvida a questão merece reflexão, que deve ser feita nos partidos de esquerda.

No entanto, na minha modesta opinião as lições a tirar do fim da República de Weimar não são directamente transponíveis para a presente situação. As condicionantes sociológicas e económicas são diversas e os dados geopolíticos também, mas a análise deve ser feita.

S.T.

S.T. disse...

Para que fique claro, da minha análise muito resumida da situação portuguesa, o país é defraudado pela EU em cerca de 10% do seu PIB anual através de mecanismos de batota cambial e mercantilismo dos países do centro europeu.

Muito friamente, deveríamos escolher entre continuar a ser anualmente espoliados ou lutar pela liberdade monetária. Objectivamente a esquerda europeia não tem condições nem para compensar esta perda com subsídios nem para alterar a situação. A direita soberanista eventualmente terá em breve as condições necessárias para desafiar este status quo de domínio neocolonial sobre os países da periferia europeia. Devemos enjeitar a oportunidade de recuperar a soberania monetária?

Deverá a esquerda europeia apoiar os poderes neocoloniais dos países do centro europeu?
Deverá fazer uma frente "impura" com a direita eurocéptica na esperança de após a dissolução do poder neocolonial conseguir uma melhor barganha para os interesses das classes mais desfavorecidas?

Não são escolhas fáceis, mas por enquanto ainda não andam fascistas nas ruas aos tiros em comunistas e vice-versa. Os dados geoestratégicos também são diferentes: A ameaça comunista da URSS desapareceu, temos uma potência hegemónica global que se recusa a entrar em declínio mas que começa a ser desafiada e contida em vários teatros e domínios por uma China que renasce e uma Rússia que aproveita inteligentemente os limitados recursos que tem. No meio disso a EU parece uma galinha sem cabeça, governada por um hegemon regional enfeudado pelos seus interesses corporativos de curto prazo, sem visão estratégica de longo prazo e usando instrumentos de dominação financeira que representam a ruína a médio prazo dos países periféricos do bloco mas também a sua própria ruína a longo prazo.

Tudo isto numa abordagem muito, mas muito genérica.

Qual é a maior ameaça ao bem estar e à liberdade de escolha dos portugueses?
A meu ver é a esta pergunta que, da esquerda à direita do espectro político nacional, deve ser feita.

S.T.

Anónimo disse...

É essa a resposta do pedro ao aqui exposto?

Vejamos. O PC alemão aliado ao partido de hitler? Em várias ocasiões?

Hum. O pedro bebe. Mente. Mente e bebe. É apenas um provocador. É mais do que um provocador

Anónimo disse...

Repare-se neste pormenor de traste:

"O comunismo foi o primeiro aliado do nazismo." Foi esta a acusação enorme,incrível, horrenda feita por um tipo que se faz passar por "pedro"

Tal acusação se converte nesta "papa mole"aqui em cima descrita pelo sujeito.

Anónimo disse...

"No fundo a II Guerra mundial não foi começada por Hitler, foi por Hitler e Estaline…"

Dirá este mesmo tipo que se faz passar por "pedro"


Perante os factos "pedro" meterá o rabo entre as pernas, e terá que confessar:
"Sim, tudo isso é verdade"

Sem pedir desculpa pelas enormidades que disse. Sem se retratar.

Mas continuando naquela atitude de serventuário:

"comunistas alemães, em vez de lutar contra o nazismo"

Por acaso , citando a wikipedia:"o KPD foi brutalmente suprimido e seus dirigentes, militantes e conhecidos simpatizantes foram enviados a campos de concentração"pelos nazis


Peço desculpa ao autor do post e a quem nos lê, até porque não costumo usar tal tipo de linguagem...Mas esta atitude é de verdadeiro filho da puta. Sem que a sua mãe tenha qualquer culpa pelo facto

Anónimo disse...

Perante os factos, narrados e identificados, o serventuário queixar-se-á que os seus pormenores não aparecem nos livros de história...

Os pormenores do pedro joão pimentel ferreira não aparecem simplesmente. Ou aparecem nas afirmações tremendas das suas mentiras como se verdades fossem. Nem vale a pena sublinhar que se torna patética a transformação do comunismo de "principal aliado do nazismo" em "enfraquecimento da republica de weimar"

Nem vale a pena solicitar ao pedro pimentel ferrreira as provas da aliança entre o PC alemão e os nazis.

Anónimo disse...

Apesar de ser obrigado a desmentir-se, continua no entanto pedro a fazer insinuações de fdp.

Dirá que os seus livros de história são especiais. Já confessou aqui a sua admiração por Mises. E por goebbels. São os seus livros?

Arrancou as páginas mais chatas,aldrabou o resto, mentiu e tentou manipular factos e dados.

E perante os dados concretos fez aquilo que joão pimentle ferreira costuma fazer.Fugir a sete pés e fingir que não é nada com ele.

João pimentel ferreira afinal não é outro que pedro. Ou vice-versa.

A canalha costuma actuar assim.

S.T. disse...

Fiquei a pensar nos objectivos de um troll como o Pedro.

E como já afirmei noutro comentário, é evidente que pretende reavivar velhas linhas de fractura que nas presentes circunstâncias já não são importantes mas que marcaram a história das linhagens políticas das forças políticas que constituem a esquerda em sentido lato.

Mais explícitamente Pedro quer responsabilizar forças que advogam a ruptura institucional da EU com o ónus de abrirem as portas, com a sua luta, à extrema-direita.

Mas a situação presente é muito diversa da da Republica de Weimar. Neste caso temos uma entidade com pretensões imperiais ao estilo da URSS a lutar pela sua sobrevivência à custa das periferias do império.

A situação é muito diferente da Alemanha dos anos trinta. Geopolíticamente a ameaça externa comunista desvaneceu-se. Em seu lugar há duas potências que básicamente até têm a mesma ideologia base: Uma direita com uma democracia formal mas com uma forte componente oligárquica. Mais mafiosa uma e mais fluida e corporativa outra. Uma com uma maior componente de poder pessoal e a outra com uma maior preponderância de um "estado profundo". A maior diferença é que uma é ainda o hegemon global e a outra é forçada a uma posição defensiva. Mas fundamentalmente a sua rivalidade é muito mais de natureza económica e geopolítica do que ideológica.

Não há portanto modelos nem ameaças externas "de esquerda".

Por outro lado, o problema das periferias do império europeu não é só o neoliberalismo que lhes é imposto com a cumplicidade das suas elites compradoras. O problema mais grave até é a estrutura monetária da "União" que concentra os capitais e o poder político e económico no centro empobrecendo estruturalmente os países periféricos do Sul.

É uma relação de exploração entre países, de cariz muito mais grave do que o simples neoliberalismo. Este (neoliberalismo) é instrumental, mas não é a raiz do problema.

As justificações ideológicas e de (falsa) doutrina económica são isso mesmo: Apenas justificações para políticas de carácter mercantilista e neocolonial visando o reforço do poder do centro europeu. E isto nenhum dos beneficiários do centro quer pôr em causa. Pelo contrário, assistem-se a tentativas muito claras de blindar o sistema contra qualquer tentativa de reforma que tente restaurar um mínimo de equilíbrio.

Portanto o presente quadro básico até poderia ser considerado o inverso do da Republica de Weimar, com a esquerda "orfã" de apoios externos e a extrema-direita gozando de suporte mais ou menos explícito do trumpismo e, de uma forma mais contida, de Putin.

Nestas condições, a invocação da Republica de Weimar parece-me um simples espantalho, mas, como não faço exactamente parte do "vocês" do Pedro, terão que ser as forças de esquerda a fazer a sua própria reflexão e análise.

S.T.

Anónimo disse...

Em 1º lugar devo agradecer ao blogue e aos seus comentadores as interessantes discussões que ultimamente aqui têm sido levadas a cabo com temas bastante pertinentes a serem abordados.
Obviamente que a esquerda (PC e BE) não terá nunca força para implementar uma saída de Portugal da UE muito menos para reformá-la por dentro, a única solução possível para o problema da UE será replicar no contexto da UE o que foi feito em Itália, ora sendo isso quase impossível resta-nos esperar sentados pela próxima crise económica para ver o castelo de cartas cair com muito estrondo e danos para todos tirando os do costume.

WW

Pedro disse...

Caro ST.

Essa de chamar troll a quem tenha ideias diferentes das suas é bem indicativo do valor que vocês dão ao lvre debate de ideias.

Portanto, para si a ascenção generalizada da extrema direita nacionalista mais retrógrada em todo o mundo não é minimamente preocupante.

Tal como os comunistas fizeram em Weimar...

Fico muito mais descansado.

Entretanto, eu presentemente não sou a favor da UE, já fui quando pensava que era possível defender o estado social na UE.

O que eu estou a dizer é que o nacionalismo neoliberal instigado por um Farage e um Bannon é ainda pior que a UE.

Mas como para vocês é tudo igual, Weimar ou III Reich, Le Pen ou Merkel, Bolsonaro ou Dilma, então está sempre tudo bem.

Pedro disse...

Não ST.

Ainda não percebeu nada.

O que estou a dizer é que o ataque á UE está a ser conduzido para os seus próprios fins por neoliberais muito mais radicais que os da UE.

Se quem está a dirigir o ataque direitista contra a UE fossem neoliberais mais moderados como Costa ou até Rio, eu próprio apoiaria esse ataque.

O que vocês não conseguem perceber é que há uma diferença muito grande entre, por exemplo, o PS ou o PSD e o PNR.

Ou entre CDU e a AFD alemães.


Vocês estão OUTRA VEZ a entregar o ocidente à extrema direita nacionalista.

Como é possível cometer repetidas vezes o mesmo erro é prova espantosa de embrutecimento ideológico.

Pedro disse...

A principal linha de propaganda do ukip foi a xenofobia contra os imigrantes europeus, o racismo contra os europeus do sul e contra a suposta solidariedade dos outros países da UE em relação aos mais afetados pela crise.

E os povos europeus estão a ir nesta propaganda de extrema direita.

Ainda não perceberam o que isto significa ?

Anónimo disse...

Significa que o Pedro faz a propaganda neoliberal

Ao lado da extrema-direita. Embora agora chore pelo Costa. E pela Merkel

O que faz o diabo para se esconder

S.T. disse...

Bem, parece-me que cabe aos "vocês" desfazer estas falsificações históricas com que o "Pedro" insiste em brindar-nos, com qualquer coisa melhor do que com enlatados copy-paste. Ou então pura e simplesmente silenciar o caluniador.

Assacar a responsabilidade da queda da Republica de Weimar aos comunistas é uma desonestidade histórica tão evidente que eu, por mim, nada mais tenho a acrescentar.

Over and Out

S.T.

Aónio Eliphis disse...

E não é que Jaime Santos disse-a toda. Os comunistas não toleram que a UE seja um projeto de Paz, já lá vão quase 70 anos desde o Tratado de Roma.

Aónio Eliphis disse...

O Cuco fala do Acordo de Munique e de facto foi vergonhoso, mas este serviu unicamente para tentar evitar a guerra, e por isso o PM inglês de então baixa as calças a Hitler e acede à rendição dos Sudetos. Já o acordo Germano-Soviético pré-guerra serviu apenas para dividir a Polónia após uma intervenção militar de invasão entre a Alemanha e a URSS. Mas os comunistas têm memória selectiva.

Pedro disse...

Coitadinho do ST que não sabe que os comunistas tentaram derrubar várias vezes a república de Weimar, enfraquecendo-a profundamente.

Assim como agora, coitadinho, não sabe que as forças que estão a controlar o anti-europeísmo são maioritariamente de extrema direita - fazendo exatamente o que os estalinistas fizeram, alinhando com a extrema direita contra Weimar.

Ele julga que o Farage e a Le Pen são de esquerda.

E quem disser o contrário é "fraturante".

É tão, tão, mas tão inocentinho. Coitadinho.

E como remédio, mente com todos os dentes a tentar "emendar a história" dando a entender que os comunistas apoiaram a república de weimar. E para maior segurança, trata de troll e aconselha o "silenciamento" de quem não concorde com ele no apoio ao anti-europeísmo conduzido extrema direita.

Anónimo disse...

O Pedro é um provocador

Anónimo disse...

Provocador e não só

Adepto de métodos nazis

Tenta tudo para fugir ao que se debate. Repete até à náusea o mesmo paleio monocórdico qual qq crapulazito a fazer o tirocínio no centro da Europa

E agora começa a aparecer a sua verdadeira face. Os idiotas estribilhos anti-neoliberais da treta estão a ficar parecidos com odes de amor a Merkel e companhia

Tal qual aquele aonio eliphis ou o joão Pimentel Ferreira

Lolol. Mais claro que isto não pode ser

Pensa que somos todos parvos?

Pedro disse...


Caro Aónio.

De facto, desculpar os erros próprios com os dos outros é a chamada desculpa da treta.

É um facto que foi a direita quem pôs Hitler no poder, com os apoios do grande capital financeiro,

O que não tira nada ao outro facto, dos comunistas terem enfraquecido ao máximo a esquerda moderada social democrata, contribuindo para a destruição da república de Weimar por parte dos nazis.

Estes gajos enchem as caixas com relatos das cumplicidades da direita e do grande capital com Hitler, como se eu alguma vez os tivesse negado, na tentativa de esconder o que não lhes interessa - o importante papel dos comunistas na destruição da democracia alemã.

Os comunistas tentam fazer esquecer as partes da história incomodativas , como se o acordo de Munique fosse alguma desculpa para os massacres de prisioneiros polacos em Katyn ou se a cumplicidade da direita com Hitler fosse desculpa para o trabalho de desestabilização comunista que ajudou em muito a levar ao desabamento da república social democrata, o que só veio a beneficiar a extrema direita.

Do mesmo modo, hoje com a obsessão de destruir a UE batem palmas á cada vez maior receptividade de políticos de extrema direita como Farage e Le Pen.

Têm a mania que são uns grandes estrategos e só fazem m…

Esta gente não aprende nada.

Anónimo disse...

Ahahah

Apanhado mesmo

Reparem no tonto do Pedro. Responde ao seu alter ego Aonio eliphis como se este tivesse postado algo aqui

Na sua pressa transtornada pensaria estar s comentar como Aonio. Afinal estava sob o nickname de Pedro

Responde a Pedro. Pedro responde s Pedro como se este fosse Aonio. Pedro engana-se no Pedro.

Ahahah

estevesayres disse...

Desde já, o meu agradecimento aos ” Ladrões de Bicicletas”, por dar oportunidade a todas as correntes ideológicas de expressarem os seus pontos de vista.

Nem todos somos socialistas, comunistas ou de esquerda. Creio que na sua maioria, somos democratas. E por conseguinte, eu e não só, dizemo-nos democratas e patriotas. Enquanto outros, dizem “democratas patriotas e de esquerda,” . Ora logo aqui só se está a incluir, os de esquerda. Os democratas e patriotas que não são de esquerda, esses não tem direito a pronunciarem-se!?
Em resposta, algumas questões levantadas por alguns, gostaria de recordar, quando se condena Robespierre, Danton , Morat condena-se pelos erros que eles cometeram e não pelos indivíduos que mandaram para a guilhotina. A mesma coisa se deve fazer em relação a Stalin. Assim, quando fazemos uma crítica a Stalin nós fazemos uma crítica a um individuo que cometeu erros – e eles devem ser escalpelizados e não perdoados, mas não fazemos uma crítica ao homem. Até porque Stalin não estava só. E, por fim, foi ele que mandou abaixo o Hitler.

Quanto a uma outra pergunta dirigida a minha pessoa, meu caro; o estudo que tenho feito ao longo dos anos sobre o Marxismo, e tendo em conta a “Tese da Urgeiriça” de Arnaldo Matos, leva me a concluir, que uma revolução não pode sobreviver sozinha num pais isolado. Vai levar alguns a anos não sem quantos , esperamos que seja para breve

Anónimo disse...

Já percebemos caro Aonio Pimentel Ferreira Pedro

Já percebemos.

Anda nesta azáfama tremendista,, papagueando o que lhe mandaram papaguear

Não se preocupe. O único com simpatias por métodos nazis parece ser o Pedro eliphis. Não desmentidos como se sabe

Com que então banhos gelados, injeções e lobotomias?

Como os nazis e o Bannon?

Que vergonha caro Pimentel Ferreira

S.T. disse...

Bem. eu tinha prometido a mim mesmo que já tinha dado para este peditório de trolls euroínómanos, mas, ainda assim, vamos lá a mais uma voltinha. :)

Os ataques ao meu nick só me divertem porque nesta longa série de comentários dei provas sobejas de fazer da história da Republica de Weimar uma leitura equilibrada e imparcial, reconhecendo as dificuldades criadas pelo KVD, com as suas lutas, mas atribuindo a verdadeira responsabilidade pela sua queda a quem ela pertence: Ao presidente Hindenburg por ter acedido a nomear Hitler chanceler, ao chanceler Bruning pelas suas políticas austeritárias que criaram mais de quatro milhões de desempregados e aos industrialistas alemães, que pressionaram Hindenburg a nomear Hitler. A inépcia e o intriguismo de Franz von Papen também não devem ser esquecidos. Mas adiante.

Tudo aquilo que escrevi tem respaldo em múltiplos textos e documentos, muitos deles podendo ser consultados online. Portanto os ataques soezes do troll dois-em-um ou melhor, o troll-dos-mil-e-um-nicks, não me afectam nem um bocadinho.

Tenho no entanto que reconhecer que às vezes sou de compreensão lenta e que só à posteriori percebo o objectivo de certas movimentações.
Assim aconteceu com todo este sururu em relação à Republica de Weimar.
Porquê vir lembrar erros tácticos menores do KPD quando o SPD e outros partidos da direita democrática alemã da altura têm muito mais pesadas responsabilidades?
E por que é que de repente sou objecto de tal ataque a tentar denegrir as minhas teses?
(Continua)
S.T.

S.T. disse...

(Continuação)
Porquê vir lembrar erros tácticos menores do KPD quando o SPD e outros partidos da direita democrática alemã da altura têm muito mais pesadas responsabilidades na ascenção do nazismo?
E por que é que de repente sou objecto de tal ataque a tentar denegrir as minhas teses?

A razão chama-se PÂNICO, e a resposta é-nos dada pelas projecções das sondagens para o Parlamento Europeu.
Ver aqui:

https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-04-18/brexit-delay-to-dent-eu-ballot-win-of-merkel-allies-poll-shows

O que é que se passou?

Como é que se analisa uma tal sondagem?

Em primeiro lugar uma tendência. O crescimento dos eurocépticos à custa da direita conservadora neoliberal.
Em segundo lugar, as eleições europeias a terem lugar no UK vão propiciar uma liberdade eleitoral muito mais vasta porque se sabe que não vai ter repercussões no governo do UK. Isso já se traduz na transferência de votos dos conservadores britânicos para o partido do Brexit. Tal transferência pode também afectar o Labor porque, cientes de não haver repercussão na política interna, os brexiters do Labor podem ser tentados a ser mais explícitos na sua rejeição da EU do que uma liderança prudente mais interessada em evitar divisões. A transferência dos tories para o Brexit Party é colossal nas últimas sondagens no UK e uma leve baixa do Labor também pode ser imputada ao mesmo fenómeno.

O problema, ao nível do Parlamento Europeu, para a direita conservadora do PPE é que os partidos da direita eurocéptica (ECR, EFDD e ENF) juntos (66+45+62=173) ficariam com quase tantos deputados como o PPE (180), e com mais do que o S&D com 149.
Isto significa que sem o concurso dos sociais democratas do S&D e mesmo contando com os liberais do ALDE (76) e os Verdes (57) não conseguem uma maioria funcional (180+76+57=313).
Ficam abaixo dos 50% necessários para uma maioria (376). A coisa piora para o lado do PPE se, em questões que digam respeito à soberania e à justiça económica os partidos eurocépticos de direita conseguirem o concurso da esquerda europeia reunida no GUE/NGL.

Se juntarmos a isso que alguns membros do S&D podem romper com a fidelidade globalista e neoliberal, podemos ter o caldo muito entornado para o domínio neoliberal-globalista da EU.

Percebem agora o PÂNICO neoliberal?
Percebem agora por que é que Macron se opunha a adiar o Brexit?
Percebem agora por que é que a trollfarm europeísta anda em rebuliço e ataca a minha tese de convergência para a dissolução do império da EU?

João Rodrigues tem toda a razão em fazer o paralelo entre a situação actual e a resistência ao nazismo e ao colaboracionismo. O paralelo é com as lutas nacionais de libertação anti-coloniais e não com a Republica de Weimar.

E quando os escarafunchosos te atacam é porque tens razão e estás a atacar onde mais lhes dói.

S.T.

Anónimo disse...

Muito bom, caro ST

Aónio Eliphis disse...

Caro Pedro

Nesse ponto estamos em desacordo.

A UE é um projeto edificado dos escombros da segunda grande guerra. E se considerar que entre 1918 e 1939 distam apenas 21 anos e que desde a fundação da UE já lá vão quase 70 anos de Paz em países da UE, pode-se dizer que, com todos os seus defeitos, a UE tem sido um enorme projeto de sucesso, e que, ao contrário de outros impérios como os EUA ou a URSS, nunca a UE usou o poderio militar para impôr qualquer ditâme. Garanto-lhe que os tanques europeus não entrarão nas ruas de Londres caso o RU saia liminarmente sem acordo.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Ahahah

Os tanques europeus? Isso existe?

O que estes tipos inventam para atirar a bola para o lado

Ó eliphis, o discordar de si próprio é uma boa estratégia, Lolol

Pena que já tenha sido identificada a parelha. Ou trilhelha. Ou nrelha

S.T. disse...

Ainda vou acrescentar mais um curto elemento de reflexão.

Se as preocupações com o crescimento da extrema-direita por parte das forças neoliberais/conservadoras fosse genuína deveríamos estar a assistir ao implementar de políticas que efectivamente aplanassem as desigualdades e redistribuissem parte dos ganhos em favor das classes médias e menos favorecidas.

Concomitantemente deveríamos estar a assistir a um reverter do fluxo que acumula capital e poder no centro da EU.

Ora nada disso se está a passar. Pelo contrário há a tentativa de aferrolhar ainda mais as depauperadas economias periféricas nas teias monetárias e bancárias dos países do núcleo da EU.

Logo, a preocupação com o crescimento da extrema-direita é uma farsa ou no mínimo um mero argumento para obrigar a esquerda a cada vez mais concessões sem fim à vista.

Querem diminuir o peso da extrem-direita europeia? A fórmula é simples: Investimento, justiça fiscal, redistribuição e protecção social.

S.T.

Pedro disse...

ST

Sim, sou mesmo eu que tomo decisões sobre essas coisas todas.

Espere lá que eu vou já dar ordens ao eurogrupo para aplicarem medidas de investimento etc.

Oiça lá, vocês não são capazes de ter uma conversa inteligente ao menos ao nível de um QI normal ?

É só provocações, falsas acusações e idiotices.

Já lhe disse umas cinquenta vezes que já não sou a favor da UE precisamente por causa disso, pela UE não aplicar políticas social democratas o que é o mesmo que dizer que não aplicam políticas de Investimento, justiça fiscal, redistribuição e protecção social.


Se você não estivesse tão ocupado a espalhar mentiras, a insultar e debitar discursos que não têm nada a ver com o que está a ser discutido talvez percebesse ao menos 1% do que lhe dizem.

Mas já vi que falar com vocês é como falar com portas ou cavalos.

Pedro disse...

Aónio.

Nesse aspecto concordo.

A paz é o único ponto positivo da UE neste momento.

Mas em tudo o resto a UE está-se a revelar um logro, pior, uma armadilha.

Os países do sul estão a ser esmagados pelo centro, principalmente alemão mas não só.

Os fundos que nos "dão" não chega para compensar as perdas da sujeição a políticas que apenas favorecem os países do centro.

Para mais somos regularmente insultados e humilhados, nunca me vou esquecer dos insultos do antigo presidente do eurogrupo e das "ajudas" da troika "dadas" em troca de pagamento de juros e de sujeição a políticas de destruição da nossa economia.

Ao mesmo tempo vemos países como a alemanha a violar constantemente todas as regras que eles próprios impõem (aos outros).

A alemanha violou as regras do déficit quando lhe apeteceu e há décadas que viola todos os dias as regras do superávit, porque lhe apetece - e na europa ninguém diz nada.

Embora caia tudo em cima de Portugal ou da Grécia, qu têm de ser brutalmente "castigados" ao mínimo problema.

Isto não é uma união, é colonialismo.

Existem outras formas de manter a paz na europa que não a UE, eventualmente a nível da ONU e da Nato.

Entretanto neste momento, de facto, o que mais me preocupa é a subida da extrema direita, que os comunas parece não se importarem nada. Talvez porque de certa forma se identificam…

Aónio Eliphis disse...

Respondendo ao Cuco

"Os tanques europeus? Isso existe?"

Não! E é exatamente esse o meu ponto!

Aónio Eliphis disse...

O SI faz-de ingénuo, muito ingénuo.

Considere que a carga fiscal nos países da UE não tem parado de aumentar desde a crise para redistribuir a riqueza gerada. Em França já vai quase nos 50%. Se isso não é redistribuição, então o que é?

https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php?title=File:Total_revenue_from_taxes_and_social_contributions,_EU-28_and_EA-19,%25_of_GDP,_1995-2017.png

Anónimo disse...

Um troll

O Pedro aonio eliphis Ferreira

Essa da porta ou do cavalo é de inspirado

Demasiado impotente para mais do que este número de circo



Anónimo disse...

Já viram?

O namoro do pombinho Pedro com o aonio pombinho?

Já repararam que o único a defender os métodos nazis foi o Pedro?

Já notaram que este tipo se repete tanto, que agora só lhe restam idiotices para ver se se assume como crítico menos à direita?

Já olharam o Pedro a elogiar a Merkel e agora a fazer aquele papel de papa hóstias para ver se cola?

Já atentaram para onde o mandaria o Miguel Portas se se deparasse com um tipo assim?

Anónimo disse...

O aonio agora quer-se fazer passar por coisa séria.

Agora quer que um cuco lhe responda sobre a idiotice dos tanques de que falou

Que fazer?

É o ponto dele

(por favor, será que podemos dar uma gargalhada?)

Anónimo disse...

Depois o aonio pedro eliphis pimentel ferreira fala sobre a carga fiscal. E da redistribuição

Primeiro anda a insultar os demais. E agora com esses olhinhos de carneiro mal morto...zás...pede que lhe expliquem o que é isso de "redistribuição"

Será que este tipo pensa que estamos num sítio mal frequentado do mises, na companhia do seu outro eu, o pedro pimentel ferreira?

Ó aonio, estas estratégias a tentar chutar a bola para canto já tiveram melhores dias.

Anónimo disse...

Quando às destrambelhices dos "coemtários" do pedro.

Demasiado idiotas para serem levadas a sério. Depois queixa-se que os fantasmas do Miguel e do Mário o mandem aquela parte

Anónimo disse...

Confessem lá se isto não é duma pseudo-virgem hipócrita a tentar passar por gente honrada:

Diz o pedro:"Já lhe disse umas cinquenta vezes que já não sou a favor da UE"


Já não. Desde que foi desmascarado tem que tentar vestir nova farpela,lol. É um inconstante. Nas suas próprias palavras, um tipo de extremos.

Anónimo disse...

"Os países do sul estão a ser esmagados pelo centro, principalmente alemão mas não só"

Há o centro alemão. E não só. E o norte também, mais o sul esmagado.


É de aonio, perdão, de pedro, lolol

Anónimo disse...

Diz pedro:
"A alemanha violou as regras do déficit quando lhe apeteceu e há décadas que viola todos os dias as regras do superávit, porque lhe apetece - e na europa ninguém diz nada."

Décadas, pois. São as décadas,senhor

Viola, não viola...

e na europa ninguém diz nada..


Então o alter ego do eliphis não diz nada porquê?

Ah, porque o pedro foi para s Paulo, travestido de Romão.Não está na europa


Diz pedro: "Portugal ou da Grécia, qu têm de ser brutalmente "castigados" ao mínimo problema".
Pois, o problema do brutal castigo , como o castigo defendido pelo pedro



Esta prosa é uma pérola. O pimentel ferreira a fazer-se passar por idiota, com a linguagem própria dos idiotas


Mas como diz o poeta: o idiota é um fingidor que finge ser mais idiota do que o idiota que de facto é

Anónimo disse...

Uma fotografia lindíssima, cheia de força e beleza, e que mostra as mulheres partisan italianas, forças motoras da resistência às tropas de ocupação estrangeiras.

Contra o nazi-fascismo aliaram-se comunistas, socialistas, democratas, anti-fascistas. E derramando o seu sangue heróico, ousaram lutar e derrubar os carniceiros que tomaram conta do seu país.


Pedro disse...

Except durante o pacto nazi-soviético, em que os comunistas sabotaram a resistência contra os nazis.

Não deixa de ser irónico.

Na altura em que capitalistas como Churchill e De Gaulle incitavam á resistência contra o nazismo, os partidos comunistas pactuavam com o fascismo.

Anónimo disse...

Mentira Pedro aonio fereira Pimentel. Mentira

Unidos contra o nazi/fascismo

Agora há por aí um tipo, o Pedro, que defende os métodos dos nazis

Na actualidade

O que faria um tipo assim nos tempos de hitler? Filiar-se-ia nas SS?

Anónimo disse...

Bem tenta o pedro, nas suas alarvidades anti-comunistas

Não deixa de ser irónico :

Em 10 de Fevereiro de 1943, De Gaulle escreverá uma notável carta ao comité central do Partido Comunista. Foi o único partido ao qual ele se dirigiu desta forma, em que reconheceu a importância do Partido Comunista na Resistência, na formação dos franco-atiradores, e em que fez referência a Estalinegrado, afirmando que «eu sei que a França combatente pode contar com o Partido Comunista Francês». Este entendimento entre gaulistas e comunistas foi a espinha dorsal do acordo que se conseguiu mais tarde, em Maio, no Conselho Nacional da Resistência, depois de Jean Moulin ter unificado a Resistência"

Há mais; fica para depois

Apenas um esboço a acrescentar que afinal parece mesmo que pedro está dupla ou triplamente irritado.

Anónimo disse...

E irritado e zangado e fora de si porquê?

( só alguém fora de si é capaz de escrever o que debitou a 25 de Abrl pelas 14 e 53)


Irritado, zangado. abespinhado, feito num 8:

- Porque foi identificado como sendo joão pimentel ferreira, um conhecido parlapatão que usa e abusa de nicknames falsos para fazer o que faz. Ao serviço duma escola sórdida, a de von Mises e de um projecto neoliberal próximo da extrema-direita

- Porque foi apanhado a mentir e a mentir por várias causas:
Para deturpar os movimentos unitários que permitiram o derrube do nazi-fascismo.
Para insultar a memória dos que caíram combatendo a besta.
Para ocultar o que se suspeita que seja a sua conivência com a extrema-direita actual e os seus antecessores

- Porque se descaiu e confessou a sua simpatia pelos métodos dos torcionários nazis

Pedro disse...

Ao estalinista aldrabão.

Eu referi especificamente o período do pacto nazi-soviético, em que os comunas foram cúmplices do nazismo.

Ora, se você não fosse um ignorante saberia que Hitler desfez a sociedade que tinha com os comunistas em 1941, quando invadiu o território dos seus antigos sócios soviéticos.

A carta de De Gaulle é de 1943, pelo que não tem nada a ver com o período que referi.

Ou acha que o De Gaulle ficou muito contente quando os comunas apoiaram o Hitler atacando a Polónia que resistia ao III Reich ?

E não estou nada irritado.

Antes pelo contrário, farto-me de rir com a vossa estupidez.

Anónimo disse...

Está irritado está E ainda vai ficar mais

E para além de aldrabão ê Burro

Está aí em cima o comunicado de Thorez e da direcção do Partido comunista

25 de Agosto de 1939

Há mais. Para esfregar na cara se necessário for

Não passa. Nem a aldrabice, nem a mentira, nem a manipulação

Nem a apologia de métodos nazis

Sorry Pedro aonio Pimentel Ferreira etc etc etc


Anónimo disse...

Parece que os comunas ( e não só ) continuam a dar lições ao pedro e aos seus métodos de torcionário