terça-feira, 27 de março de 2018

A irresistível atração pelo populismo


Não é só o simplismo nada inocente da mensagem (sobretudo a associação entre «financiamento dos partidos» e «CDS votou contra»), numa discussão bem mais complexa (que envolve, pelo menos, a gestão do processo legislativo, o regime do IVA e o limite de donativos). É também a lata de um partido que, nesta matéria, tem para contar o episódio inenarrável dos depósitos nos seus cofres, em apenas cinco dias, de um milhão de euros, «para evitar que os alarmes anti-corrupção disparassem». Nada de especialmente novo, porém, se considerarmos a propensão para deitar mão a tudo o que possa render votos (como sucede na perseguição demagógica aos beneficiários do RSI ou em relação a discursos abertamente anti-imigração, sobretudo nos anos noventa).

26 comentários:

Anónimo disse...

Na mouche

Jaime Santos disse...

Cuidado, Nuno Serra, não vá o João Rodrigues cair-lhe em cima pela conspurcação da palavra populismo. O que certas pessoas não percebem é que a palavra tem, sobretudo à Direita, uma conotação bem negativa por muito boas (ou se quisermos infames) razões.

A tentativa de ligação direta entre o povo e os líderes políticos sem passar pela intermediação das instituições (onde as decisões políticas adquirem a complexidade que vai para além dos meros slogans) é, em qualquer dos casos, a característica unificadora de todos os populismos.

E é justamente aquilo que o cartaz do CDS ilustra na perfeição. Nada de nuances, somos nós que vos defendemos e todos os outros (que calham de pensar diferente) que vos querem roubar.

Nuno Serra disse...

Não se preocupe, caro Jaime Santos. O João Rodrigues sabe bem a diferença entre a estrada da beira e a beira da estrada. Aliás, como ele costuma dizer - e bem - populismos há muitos (e nacionalismos também)

Anónimo disse...

Jaime Santos talvez fosse melhor ler de novo os textos de João Rodrigues.

Deixava de fazer essas figuras um pouco ridículas de tentar encontrar contradições de fundo onde não as há ( e mesmo que as houvesse...) e evitava mostrar mais uma vez uma leitura demasiado superficial dos factos.

Sabe Jaime Santos, parece que os textos que lê necessitam de algum processo de intermediação pessoal já que parece que não consegue alcançar a complexidade que vai para além dos seus meros slogans

A.R.A disse...

Foi exactamente este o cartaz que mencionei alguns posts atrás e ... vai daí, que há falta do Jose sempre temos um Jaime Santos com a sua verve escorreita em interpretações, no mínimo, mui sui generis acerca de algo que alguém de semelhantes capacidades cognitivas apareceu numa famigerada lista de beneméritos deste mencionado partido.

Contudo, também é na diversidade da fauna que reside a beleza da selva onde, a titulo comparativo a la JS, o babuíno esta para o Jose como o Jacinto Leite Capelo Rego esta para o Jaime Santos, sem nuances, todos diferentes todos iguais.

Jose disse...

O babuíno é possivelmente um meu parente afastado; já o JLCR é uma figura de retórica para traduzir toda a chafurdice em que se metem os partidos.

E nisso do populismo só conheci um período em que o vi sustido: o tempo da troika.
Aberta a verborreia populista e dúplice da geringonça, é vê-lo a afiar o dente por todo o lado.

Anónimo disse...

Jaime Santos o <>.
Jaime Santos, o kripto-liberal, que veste a roupa de Socialista como alguém que não tem água em casa veste Roupa lavada e se banha com Perfume, sempre pronto a defender o liberalismo e a criticar a esquerda.

Jaime Santos é, há que reconhecer, uma versão mais polida e inteligente do José.

Imigrante 2013.

esteves,ayres disse...

Estes debates/opinião são para mim um verdadeiro pesadelo, até me parece que estamos numa aula de política e relações da direita e de esquerdo caviar. Desculpem, eu queria dizer de relações internacionais!
O CDS/PP e seus correligionários têm muita coisa para nos contar! Não vou comentar a entrada em Portugal da CEE/EU, alteraram a sua posição politica, quando se aperceberam, que lhes cheirava a taxo.
Mas como este debate é académica, reservo-me para um próximo debate, que não seja tão académica!
Por fim: Não ao fascismo!

Frederico Pinheiro disse...

CDS e o financiamento: Jacinto Leite Capelo Rego

Anónimo disse...

Saia aí um debate não académico para satisfazer o caro Ayres

Anónimo disse...

Então? Quer dizer que o Jacinto Leite Capelo Rego é um académico? E dos reputados e com direito a cátedra? Querem lá ver que tb defende a soberana escala nacional? Ou era um valente aldrabão a bater no peito e a gritar pela nação, mas a vender alegremente o país até ao desbarato?

Anónimo disse...

Não.
Quer dizer que Jacinto Leite Capelo Rego é uma outra face menos visível dum partido que oscila entre o oportunismo e a direita mais direita.
Não tem nada de académico ou de não académico, não tem cátedra ou deixa de ter cátedra, é tão reputado como Paulo Núncio ou Paulo Portas, não defende qualquer escala nacional soberana, (sabe-se lá o que isso seja), bate no peito não por qualquer nação mas sim de facto como um aldrabão

Anónimo disse...

"... sobretudo nos anos noventa"

E nos anos oitenta!? Aí sim ...

Vitor disse...

O que está a dizer sobre os anos 80 e 90 está tudo correto. Contudo a verdade é que o CDS foi o único partido que votou contra o inenarrável legislação que foi aprovada pelo parlamento com os votos a favor de todos os outros partidos.
Foi este voto contra do CDS, a forte percepção da oposição da opinião pública e o veto do Presidente que permitiram que que pelo menos no que toca ao IVA a legislação fosse alterada. Inclusivé foi também esta posição que permitiu ao Bloco emendar a mão no que respeita ao IVA.
Portanto sim, o CDS atual teve um papel importante nesta legislação e faz todo o sentido divulguem e se orgulhem dessa posição. Pena foi o BE e o PCP terem estado em vias de ceder a outros interesses nesta questão.
Com a facilidade atual em comunicar e com a enorme redução de custos na comunicação trazida pela Internet, além da auteridade imposta aos Portugueses nas outras áreas da governação, não faz sentido nenhum estar a aumentar os financiamentos diretos ou indiretos dos partidos, o caminho correto deveria ser no sentido da redução de custos.

Anónimo disse...

Vitor Pimentel Ferreira

Vá dar banho ao cão mais essa propaganda infecta aos Jacintos Leite Capelo Rego

Opprtunistas rascas já temos esta cambada.

Anónimo disse...

A enorme redução de custos trazida pela net?

Mais um a vender a ideia que há portugueses de primeira e de segunda. Os que têm acesso à net e os que não têm tal privilégio...pelas políticas da tralha neoliberal conhecidas.

Redução de custos na corrupção ligada ao ensino privado, isso sim. E aos interesses privados na saúde.

Sai agora um submarino para a mesa do canto da demagogia barata

Anónimo disse...

"Pena foi o BE e o PCP terem estado em vias de ceder a outros interesses nesta questão".
Mas quem cedeu a outros interesses?

Os nomes por favor.

João Pimentel Ferreira disse...

Excelente posta!

Mas um esquerdista a acusar os cartazes da direita de serem populistas, é obra! Nunca ninguém viu cartazes do PCP ou do BE? "Mais salários, mais pensões"! Com que dinheiro?

Se facto, é preciso lata!

A.R.A disse...

Estamos a falar do partido do taxi (não pelo nº de deputados mas sim por quem paga a melhor corrida) em que até o seu "pai", envergonhado que estava da vida em que o seu "filho" andava (e ainda anda!) a levar, fez a ele próprio o favor, creio que por amor ao "filho", de ser ele, o "pai", a bater com a porta e a sair de casa.
De lá para cá, o "filho" teve uma vida no mínimo esquisita e nada católica ou não fosse, entre tantas outras, a mentira de revogar o irrevogável uma afronta aos desígnios bíblicos de um bom cristão.

Nem Kafka se lembraria de uma metamorfose de um "filho" numa transmutação em "coisa" ao som de "Can't stop me now" ... e pergunta o leitor (e pergunta muito bem!):
- Mas que culpa é que os Queen têm?

Anónimo disse...

Vitor Ferreira Pimentel inquieto

E a papaguear o receituário da tralha neoliberal

Curioso. Também não haverá dinheiro para os contratos de associação com os colégios privados que este tipo defendia junto com os tomates holandeses?

Anónimo disse...

"já o JLCR é uma figura de retórica para traduzir toda a chafurdice em que se metem os partidos."

Vamos lá a colocar os pontos nos is. Esse tal Jacinto leite Capelo Rego não é nenhuma figura de retórica. Essa estória de desculpabilizar personagens, atrás da retórica de figuras de retórica não passa. JLCR é daquele partido a quem o próprio jose escrevia cartas lancinantes.

Mas não passa uma coisa ainda mais grave. É o de jose tentar vender a ideia (perante as evidências esmagadoras do que é um partido de trafulhas de direita) que todos são iguais. Partidos ou pessoas.
Como se quem pugnasse pela exploração dos demais fosse igual a quem é explorado.

Neste paleio generalizador de jose perpassam duas ideias abjectas:
-Uma é a sua velha fobia à democracia e aos partidos que traduzem tal vivência. A União Nacional não era um partido para este tipo de gentes.

-A outra é o seu contributo para o populismo de direita que tenta criar as condições necessárias para uma saída de extrema-direita acima dos ditos partidos:"Tecnocratas" ou assumidos fascistas

Como se Salazar, o mandante do assassínio e chafurdeiro-mor do regime, fosse igual à sua vítima, Humberto Delgado.

Anónimo disse...

Infelizmente jose continua a fazer afirmações naquele seu tom de anunciador de verdades religiosas para auto-consumo de fiéis:

"E nisso do populismo só conheci um período em que o vi sustido: o tempo da troika"

Para alguém ter a lata de dizer esta frase idiota é porque está apaixonado. Compreende-se que a troika lhe esteja entranhada no corpo e compreende-se até as suas lamentações de carpideira pela sua aparente saída. Claro que já se tentou distanciar posteriormente da dita troika, mas volta agora ao seu "amor", agora disfarçado de período mágico em que o "populismo" foi suspenso.
( tal como o Diabo volta e meia aparece montado ou a montar o seu discurso).

A falta de memória é uma coisa lixada. Mas pior é quando, a pretexto da falta de memória dos demais, se tenta manipular desta forma grosseira.

Os exemplos são tantos que até dói. Poder-se-ia falar naquele relógio inventado por Portas a contar os minutos que faltariam para o fim da troika. Ou poder-se-ia falar nos inúmeros enganos e tentativas de correcção das previsões dos não-populistas troikistas. Ou poder-se-ia falar naquela demissão irrevogável de Portas mais as cenas canalhas em torno desta (Paulo Portas até foi brindado com uma missiva particular de jose)

Poder-se-ia recordar a justificação maior de Vitor Gaspar para a queda de 4 % do Produto. Foi por causa das chuvas torrenciais do princípio do ano de 2013. A questão foi alvo duma autêntica incontinência por parte de Álvaro Santos Pereira

Vale a pena recordar o momento hilariante em que um deputado provoca um ataque de riso na AR
https://www.youtube.com/watch?v=C2IV0MG3WOs

Anónimo disse...

Mais outra prova da ´"ausência do populismo" no período de chumbo da governação neoliberal de Passos Coelho e Paulo Portas. Lembram-se quando Vitor Gaspar disse que o problema do nosso país é a "clivagem, é a luta de gerações"?

Ao contrário do outro vídeo, este não tem nenhuma piada. O que desperta é asco por tais ministros e por tais demagogos:

https://www.youtube.com/watch?v=k6OOfKwCbgo

Anónimo disse...

Vitor pimentel ferreira continua o mesmo.

A dar o dito pelo não dito. Agora até num mesmo comentário sobre esta feliz e oportuna posta de Nuno Serra.

Começa por afirmar:
"Excelente posta!"

Excelente mesmo.Mas será assim tão excelente?

Parece que não porque segundo Pimentel, "um esquerdista a acusar ... é obra!"

A "obra" ficará por aqui?

Mais uma vez parece que não, a ajuizar pela forma como termina Vitor Pimentel Ferreira o seu "comentário":
"Se facto, é preciso lata!"

De "excelente" à "lata"...eis o resumo ( inquietante do ponto de vista da saúde mental) dos comentários de pimentel ferreira.

A.R.A disse...

João Pimentel Ferreira

É preciso ter mesmo lata para comparar a luta por melhor salários com a ignóbil frase do:
- Com que dinheiro?
Deu-me vontade de replicar com uma outra frase chavão do famoso "garganta funda" em " Os Homens do Presidente":
- Siga o dinheiro!
Se o fizer de modo minimamente competente, talvez a desfaçatez com que se refugia na sua frase fetiche desvaneça num possível decoro gramatical com uma consequente vergonha na cara.

A.R.A

Anónimo disse...

"Mais salários, mais pensões"! Com que dinheiro?"

17 mil milhões deviam chegar, caro troll pimentel ferreira. O que acha?

Ernesto