Segundo, a cegueira. Ouvir os deputados falar de um país recuperado, com o rendimento a crescer e com o desemprego a descer, quando ainda existem 1,15 milhões de pessoas em desemprego ou no subemprego, com uma emigração sem cessar de subir que afecta a população activa e mesmo a população total e que, claro está, explica de sobremaneira a redução do desemprego; ouvir isto é, no mínimo, não perceber nada do que se está a passar em Portugal e como os portugueses estão a viver. De 2011 até ao 3T 2015 a população activa perdeu 254,1 mil pessoas, enquanto o desemprego em sentido lato subiu 94 mil pessoas. Ou seja, apesar da forte emigração, o desemprego criado desde 2011 não foi ainda "absorvido" pelas actividades em Portugal ou estrangeiro.
Terceiro, a loucura. Ouvir a bancada social-democrata salientar, e repetir, e repisar que o actual governo é "socialista e comunista" é frisar que a coligação de direita é isso mesmo: de direita. Por cada vez que colam o epíteto "comunista" ao governo socialista, tentando cavalgar uma direita ressabiada, apenas se encostam cada vez mais à direita. E mais tarde ou mais cedo será o próprio PSD que sentirá necessidade de mudar de discurso. E de líderes. E de deputados.
5 comentários:
Socialista e comunista versus direita.
Nada mais claro!
O resto é a treta que faz da protecção e justiça social valor inexistente na direita, mantra que encanta a esquerda e de que esta necessita em absoluta para capear de elevado valor moral a sua indigência mental!
"Por cada vez que colam o epíteto "comunista" ao governo socialista ..."
Colar o epíteto "comunista"comunista é um insulto?
Caro José,
Tenha paciência, mas olhe para os números e nunca mais fale de protecção social como valor da direita. Desta vez, contenha-se, não ponha tantos pontos de exclamação e, sobretudo, não escreva antes de pensar. Olhe para os números.
Desfaçatez sem limites! Nem que seja só o benefício de 1€, o que é preciso é dar início à inflexão. É ridículo que estes PaFs se queiram agora colar a pensionistas, trabalhadores, e à maioria que eles massacraram, na expectativa de encontrarem aliados. (Será que ainda os vamos ver em greves?). Bardamerda!
Espero que permaneçam para sempre na sua loucura, e a ouvi-los dizer que “a coligação negativa de esquerda só tinha em vista o poder”… Um subterfúgio que pode atenuar as mágoas da direita, mas não colhe, pois a esmagadora maioria dos cidadãos quis correr com eles. Aliás, eles ainda não perceberam que esta convergência à esquerda resultou não só da iniciativa das direcções partidárias, mas também, e muito, da vontade dos diferentes eleitores. Foi inevitável, estava assim aberto um ciclo muito mais interessante de fazer política.
Caro João
De há muito tenho pensado no 'princípio da confiança' que é algo como o seguinte: toda a asneira, todo o engano, todo o acto corrupto praticado pelos governos ou maiorias parlamentares constitui os seus beneficiados em titulares de direitos inalianáveis. O governo dá o que não pode para se manter no poder, o partido vota benesses para se fazer eleger, alguém terá que pagar que o direito esse permanece ad aeternum para os seus adquirentes.
Num país de reformas majoradas, benefícios cegos e tolerâncias aberrantes, todo um rol de parvoeiras em direitos e garantias que nos mantêm na indigência, não raro os cortes são actos de justiça e de respeito intergeracional.
Enviar um comentário