sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Famílias Endividadas


O endividamento das famílias constitui uma das transformações mais marcantes da sociedade portuguesa, tendo adquirido maior relevância com a crise económica, que colocou a descoberto a vulnerabilidade gerada pela dívida. Mas o endividamento das famílias não é uma peculiaridade nacional. É um fenómeno partilhado pela generalidade das economias capitalistas desenvolvidas, evidenciando a presença de causas comuns. Destaca-se a crescente hegemonia de políticas neoliberais de promoção dos mercados financeiros, resultando numa crescente imbricação dos Estados, das empresas e das famílias com a finança, sendo a dívida das famílias uma das suas principais manifestações. Reunindo os contributos de investigadores das áreas da economia política, economia comportamental, psicologia cognitiva e social e do direito, este livro aborda a problemática da dívida de um modo abrangente. Analisa a relação entre a decisão individual no campo financeiro e os seus contextos, e debate o modo como a sociedade lida com a dívida e com o incumprimento do devedor.

Do livro, coordenado por Ana Cordeiro Santos, que divulga alguns dos resultados de um projecto interdisciplinar do Centro de Estudos Sociais, reunindo economistas, psicólogos e juristas, em linha com tendências na economia política (análise crítica da financeirização) e comportamental (superação do homo economicus). Um número temático da Revista Crítica de Ciências Sociais sobre consumo e crédito ou um artigo na Análise Social sobre a regulação do consumidor de produtos financeiros apresentam outros resultados. Este último artigo indica-nos como a tendência para promover a chamada literacia financeira não pode ser desligada do esforço para transferir para os consumidores o ónus dos desmandos de um sector financeiro ainda demasiado poderoso, contendo eventuais iniciativas de regulação mais assertivas e menos amigas dos interesses financeiros. Nada que seja estranho a Carlos Costa e aos seus amigos banqueiros...

4 comentários:

Alexandre de Castro disse...

O que se passa com o artigo "Finlândia: a primeira saída da zona euro?", que foi retirado da página. A Comissão Europeia já instituiu alguma Comissão de Censura? É que a situação económica e social na Finlândia está, na realidade, segundo alguns órgãos de comunicação social independentes, à beira da ruptura, ameaçando a estabilidade do euro. E isto, que é grave e importante, está a ser silenciado pelos dirigentes europeus e pelos media comprometidos com o sistema, como é o caso em Portugal.
Agora, também quero ver se czarina da Alemanha também vem dizer que os finlandeses estão a viver acima das suas possibilidades.
Parece-me que no melhor pano cai a nódoa...

Jose disse...

«imbricação dos Estados, das empresas e das famílias com a finança» a formulação científica do aforismo ‘o passo maior que a perna’.
« esforço para transferir para os consumidores o ónus dos desmandos de um sector financeiro» - o consumidor sempre inocentado por não saber medir o passo - artigo 5º da Agenda dos Coitadinhos.

Anónimo disse...

Corre por ca´ que o poder emana do povo…Ate´ dizem que o povo e´ quem mais ordena…
Mas que poder pode emanar de um povo que tem sido submetido a processos de “psicologia aplicada” e a outras intervenções destinadas a amortece-lo?

Em contramão e segundo Maquiavel ensinou “o poder emana do ouro e das armas” e, nesta vertente, Portugal precisaria de ter –
a) Poder Soberano para viver com dignidade, e até para sobreviver –
b) Desenvolvimento económico e social indispensável para a defesa e segurança nacionais. Este depende de autonomia, tanto nas decisões governamentais como na das empresas.
Ora, os mandatários deste rincão, oficiais e oficiosos, entregaram a soberania na sua totalidade a Bruxelas/EU/BCE.
A dignidade em ser português deixou de ser essencial…Hoje basta o Euro….. De Adelino Silva





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Anónimo disse...

o Jose idiota sempre pronto a lamber a mão do dono
os bancos até a supervisão enganam (?)
mas para o idiota Jose as vítimas/clientes são apenas néscios irresponsáveis e quiça grandiosos labregos gulosos
Jose domina muito mal a arte de virar o bico ao prego
pobre Jose
sit Jose sit