domingo, 8 de novembro de 2015
«Nós não permitiremos nunca que o Estado Social continue a ser atacado como tem sido»
«Nós temos ouvido de alguns críticos da estratégia que está a ser seguida a acusação de que abandonámos o centro. O PS não abandonou o seu programa de sempre. Primeiro: não abandonou a maioria que defende a manutenção de Portugal no projecto europeu. O programa de governo garantirá isso. Segundo: o PS também não abandonou a maioria que defende a preservação e defesa do Estado Social português. E por isso, desse ponto de vista, o PS não mudou. O PS mantém-se na intersecção das duas grandes maiorias que compõem a vontade do povo português. Já o PSD abandonou o centro político ao abandonar o consenso nacional na preservação e defesa do Estado Social. (...) É importante que se perceba isto: nós hoje chegámos a um ponto em que o PSD se encostou ao programa liberal do CDS e assim se afastou do centro. E foi esse afastamento do PSD do centro que facilitou o que estamos a fazer com o PCP e BE. É a classe média que precisa, antes de mais, de um Estado Social forte, público e universal, tendencialmente gratuito. E é essa classe média que, com a degradação dos serviços públicos, mais sofreu nos últimos quatro anos. E é para a classe média que o PS fala, quando fala da defesa do Estado Social.»
Da memorável entrevista de Pedro Nuno Santos ao Público, no passado dia 4 de Novembro, a ler na íntegra aqui.
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12 comentários:
Expliquem às pessoas o que é defender o estado social e como está o atual partido no poder a ataca-lo, expliquem que riscos corre, façam pedagogia em vez de repetirem chavões. Não se esqueçam que hoje a luta tem de travar-se no campo da hegemonia cultural, quem tiver essa hegemonia tem muitos pontos a seu favor.
Acho bem!
A preferência cai na intelectualidade de esquerda.
E´ que fazer pedagogia nestes tempos conturbados não e´ coisa fácil… ate´ aqui sempre tiveram medo de mexer na cultura portuguesa que não a cultura europeia.
Os espaços culturais tem-se medido ate´ aqui pelo tamanho do pais. Tem sido medidos pela bitola do mais magricela. E no entanto bem preciso e´ uma reforma de políticas estruturais que se não baseie somente na escola pública.
E´ necessário priorizar escolaridade moderna que influa no quotidiano português. Espero que se não faça remoques de ensino deixando o caduco aparelho do ensino pascentar redutivamente. De Adelino Silva
http://www.tsf.pt/portugal/politica/interior/antonio-costa-classifica-bloco-de-esquerda-como-um-partido-parasita-e-oportunista-1156761.html
Digam o que quiserem, isto foi uma jogada de desespero de Costa. Ou já se esqueceram do apelo ao voto útil feito na campanha?
Essa conversa do Nuno Santos pode parecer uma boa explicação e até é conveniente, mas todos sabemos como aqui chegámos. Estamos a ficar um país mais democrático não pelas melhores razões. Não se deixem encantar que eu também acho isto tudo muito bonito...
O Estado Social é a bandeira mas não é a causa.
O Estado dos lugares e dos serviços vagamente úteis, dos institutos e dos observatórios, das comissões e das administrações, essa é a causa que se vê ameaçada pela direita.
A ameaça é o Estado Social transferir para as IPSS actividades que evitem gerar lugares públicos.
Para o justificar, diz-se ameaçado o estado social e há que denomonizar a eficiente acção das IPSS chamando-lhe Assistencialismo.
O objectivo é tudo verter em Direitos e Regulamentos e na teia burocrática que constrói as sinecuras que são a imagem de marca e natureza do estado esquerdalho.
A cabeça de Antonio Costa esta´ em perigo.
Nunca como hoje um lider do PS foi tao maltratado
A direita começou por reduzir o interesse popular pela politica a zero…
Fez retroceder o trabalho ao ponto de ser incapaz de se equilibrar na sarjeta social por onde transitam a fome, o desemprego e o limbo das vidas franqueadas às demandas just in time de S. Bento.
Tentou descolar o país de todos os elos simbolicos, politicos e constitucionais, que sustentam a solidariedade coletiva.
Inclua-se aí a derrubada de escoras emancipadoras recentes, históricas ou futuras --entre estas, a legislação laboral, a semente de democracia social contida na Constituição – Serviço Nacional de Saude -- o Salário Mínimo Nacional a ser agora revigorado, e muitos outros beneficios para as familias portuguesas mais necessitadas.
São esses os objetivos subjacentes à ofensiva beliçosa do conservadorismo retrogado.
O tamanho da empreitada requer afastar as pedras do caminho, sendo Antonio Costa a peça angular de uma estrutura, cujo deslocamento permitirá demolir o conjunto.
Restarão de pé gentinha desprovida de relevância política seria no PS, exceto evidenciar a dimensão arrasadora do projeto a apresentar ao parlamento.
Quem criticou – com razão, como o fiz desde 2005-- a letargia do governo e do PS diante do passo de ganso da Liga dos Golpistas não deve alimentar ilusões.
Da presidencia da republica ate´ ao concelho de ministros, passando pelo L. do Caldas vivem-se momentos de acelerado assalto ao espaço político da resistência e acçao democráticas
Com todas as virtudes e defeitos listáveis, Antonio Costa é hoje uma espécie de esteio simbólico do solo expandido ao redor dessa alavanca que avança célere sobre o legado da lenta construção em verdade da democracia social no país.
Decepá-lo a enxadadas de descrédito e suspeição –como tem sido feito-- até arrancá-lo do chão das possibilidades eleitorais, como se uiva explicitamente, é o plano acalentado pela Liga Golpista desde 2011. De Adelino Silva
Boa.Também gostei de ver o PN Santos a dizer ao Rangel: “Ganharam as eleições? Então governem…” ;)
Observo que o programa de governo está a ser esmiuçado como nenhum outro pelos meios afetos à direita (a Coligação nem programa tinha, se bem que à última da hora tivesse querido colar umas “coisitas socialistas”, e até criaram um Min. Da Cultura e da Igualdade). Sempre com aquele pretenso rigor das despesas e das receitas, como que a insinuarem que não há alternativa (TINA).
A única alternativa que a direita conhece, é esta:
http://www.dinheirovivo.pt/economia/crise-tirou-36-mil-milhoes-aos-salarios-e-deu-26-mil-milhoes-ao-capital/
Eles tão rigorosos, mas nunca cumpriram os seus objetivos (e.g. défice, dívida): quando menos se esperava, lá vinha mais um rombo. Dos good fellows.
Fora!
Adelino, tem uma visão ampla e consistente sobre o terreno expandido da democracia social - seja lá isso o que for, serve para definir o espaço vital da esquerda.
Essa visão visionária paira sobre anos e anos de despautério económico e orçamental e viu nada que o alarmasse senão recuos do projecto constitucional.
E vê agora o esteio Costa em obra de expandir tal terreno quado este se propõe aumentar a despesa e paralisar o investimento, aumentar salários e promover o desemprego-
Ser de esquerda é isto mesmo, é ter uma visão que abarca futuros e esconde o presente.
Felizes os pensionistas de esquerda!!!
Jose sabujo e ignorante
onde está escrito que aumentar salários aumenta o desemprego ?
sabes o que são elasticidades e incrementos marginais ?
claro que não
não passas dum ignorante que ladra o que diz o dono sem qualquer sentido crítico
não passas dum preguiçoso
se não fosses preguiçoso e estudasses já não dizias essas cagadas, ignorante
um ignorante a falar de temas económicos dá sempre vontade de rir
Ó Zéquinha, convencidozeco, então as baboseiras continuam.? Não sabe que é feito andar para aí sempre a mentir e a dizer asneiras.? Alguém lhe devia meter pimenta ( ou uns valentes piri-piris...) na língua...
Porque será que o fulano não vê que os seus patrões (sabujos...patrões) não ligam pifia ao que ele pensa. Para um Direitaço dos quatro costados é uma autêntica desgraça.
Se calhar, á pala de tanto elogiar a Direita Miserável,Revanchista e Fascistoide está á espera que P.Coelho ou o P.Portas o convidem para o parlamento (daqui por 4 anos, claro), como aconteceu com o A.Amorim do PSD ( um grande... crâneo da direita...).
Não fora a enorme elasticidade da estupidez do anónimo das 10:08 e conheceria
como a elasticidade do aumento dos custos actua na elasticidade do aumento dos preços e consequente elasticidade do volume de negócios, daí ao desemprego é um passo seguro numa economia aberta,
como a elasticidade da diminuição do IVA da restauração vai actuar sobre a elasticidade dos lucros da restauração,
como a elasticidade dos aumentos das pensões vai actuar na elasticidade das pensões futuras,
como a elasticidade do défice vai acompanhar a par e passo a elasticidade da demagogia em curso de implantação.
Mas estou certo que a elasticidde da procura de telemóveis, plasmas e viagens turístivcas vai conhecer interessantes desenvolvimentos. A China agradecerá.
Para quem passou uma boa parte da sua vida entre o padre e o almirante e com escassos recursos da mãe, o ensino na cultura fascista obrigatória perverteu a sociedade com a qual convivi de 1939 a 1974. Desde 1974 até esta data 2015, a cultura social-democrata impôs-se numa postura com arremedos de socialismo – ate´ o CDS com seu retrogrado anticomunismo virou, oportunisticamente, para o socialismo. Outros enfiaram o socialismo na gaveta. Outros ainda deixaram de ser PPD e passaram a PSD. Bem JOSE, se bem entendi, parece ter grande aversão a tudo que cheire a progresso.
Os homens da minha geração viram as prisões sob tortura. Os homens e mulheres desse tempo passaram fomes atrozes – tanto de pão como de cultura –
Acho que, se passar uns poucos dias melhores e´ de justiça.
Não tenho prurido algum contra aqueles que não pensam como eu. Afinal, somos cidadãos portugueses, nascidos neste rincão a´ beira-mar plantado.
Gostaria de lembrar que tive a sorte de ajudar a arriar a bandeira das quinas nas ex-colónias e chorei por isso.
Algo de patriotismo e internacionalismo e´ a minha cultura. Viva a Republica. De Adelino Silva
Adelino,
Não o quero maltratar porque lhe reconheço o sonho e de há muito percebi que não rejeita o seu país nem a sua História.
Mas tanto se me dá que tenha havido PIDE como se me dá que tenham havido Inquisição - é passado.
O presente não se constrói com pieguices nem com memórias.
E se conheceu e viveu o tempo de Salazar, saberá bem, que o futuro se constrói a cuidar do presente e não nesta parvoeira de ignorar o possível para chegar a um futuro que se escapa em sucessivos resgates.
Se lhe parece progresso chegar-mos a 2015 com bem mais de metade da população reformada, desempregada, emigrada e endividada para a vida, quando buscar o conforto da História, para além do que possa extrair da acção da PIDE, considere também o desconforto que lhe causará o progresso sustentado conseguido nos 40 anos de salazarismo, com crises mundiais e guerras e sem tecnologias, fundos europeus nem troikas.
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