«A economia é um produto das nossas escolhas, das nossas crenças, valores, representações e práticas diárias. No entanto, a economia é um produto que nenhuma das partes interessadas controla totalmente. É por isso que surgem boas surpresas, como a inovação tecnológica, mas também más, como a recalcitrante crise em que estamos imersos. Houve um tempo em que havia ambição, sonho e luta suficiente para superar contradições sistémicas. O capitalismo já teve muitas fases, e essas formas anteriores foram rejeitadas. Daí a rejeição do trabalho infantil, a emancipação feminina, a emergência dos direitos de bem-estar e o fim dos impérios coloniais. Sobre o sistema económico no qual ainda vivemos: é tempo de parar de lhe continuarmos a dar indefinidamente crédito. Basta de conformismo intelectual. É altura de reconhecer os verdadeiros problemas e conceber novas soluções estruturais. Se entretanto deixarmos de lhe chamar capitalismo, por tal deixar de fazer sentido, assim será. Não chega mudar, é preciso mudar para melhor. Economia é cultura e o actual modelo económico está bloqueado. (...) Daí que, talvez, a única forma de obter respostas seja a de devolver a economia a todos nós e começar por fazer perguntas.»
Do artigo de Gustavo Cardoso, João Caraça e Sandro Mendonça, no Público de hoje.
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3 comentários:
Produção de Produtores? Até podia ser, mas seria coisa muito diferente do que aqui se diz:" A economia é um produto"?,"A economia somos nós"?
Depois:"a inovação tecnológica é uma surpresa"?, "A crise é uma surpresa"?
[...]superar contradições sistémicas. O capitalismo já teve muitas fases, e essas formas anteriores foram rejeitadas.Quais formas?
Os "Ladrões andam a roubar composições aos alunos do Básico?
Originalmente publicado no blog do autor do comentário.
Isso é que é democratizar a economia e não, como pretendem os do "pensamento único", afastar o Estado e os cidadãos para que os "donos" disto continuem a aproveitar, o que em inglês se diz com ainda mais verdade porque o "profit" é lucro mas também é proveito,não é?
Cláudio Teixeira
A Economia é sustentada por dois pilares: a Oferta (de quem produz) e a Procura (de quem consome). Entre estes dois pilares estabelece-se uma interdependência permanente, que tende para um equilíbrio de natureza instável. Quando esse equilíbrio se rompe, surge uma crise.
Há também entre eles uma permanente relação de forças, que oscila entre um campo e o outro, mas onde surge a predominância do lado da Oferta, cujos agentes se organizam entre si, formando monopólios, por exemplo, e ou aliando-se ao aparelho de Estado, sobre o qual, cada vez mais, exercem uma grande influência, de uma forma velada e oculta.
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