terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Quanto menos mau, melhor


Depois do sacrifício da Grécia e da Irlanda e da indiferença dos deuses, o bom senso parece estar a marcar alguns pontos em Bruxelas.

Não sabemos exactamente o que quer dizer “reforço e flexibilização do Fundo Europeu de Estabilização Financeira” mas se significar mutualização dos custos da crise do Euro, isto é, financiamento dos Estados e bancos da periferia a taxas razoáveis, redução dos insuportáveis juros cobrados à Grécia e Irlanda pela “ajuda” europeia, isso não pode deixar de significar que a má experiência está a ajudar alguns a recuperar alguma sobriedade.

Menos mau é... menos mau. A melhoria das condições de financiamento externo, ao reduzir os encargos da divida pode aliviar algumas das pressões austeritárias e contribuir para consolidações orçamentais menos dramáticas e recessivas.

É claro que as pressões no sentido de “reformas estruturais” que facilitem o ajustamento pela via da deflação salarial vão continuar. É claro também que o entorse fundamental da zona euro – ausência de instrumentos de política económica à escala europeia para debelar crises e desequilíbrios - se vai manter. Além disso, estes pequenos avanços são reversíveis. Mas com a espada dos “mercados” mais longe da cabeça de todos, as condições de acção tornam-se mais difíceis para os promotores do austeritarismo. Não esqueçamos que ainda na semana passada os nossos austeritários se acotovelavam no Figo Maduro para receber o FMI em apoteose.

4 comentários:

Anónimo disse...

O que é o austeritarismo?
Ter 700.00 funcionários é normal para o estado português? Pagar pensões de 100% é normal? Os salários dos magistrados é sustentável para o no0ssso país? A câmara de Lisboa ter o dobro dos funcionários da câmara de Madrid é normal? Que o padrão de um casal de classe média seja ter dois carros é normal? Na Noruega e na Suécia têm um. Parce-me que isto tem de ser mudado. A maioria dos gregos apoia nas sondagens as reformas realizadas.


Jorge Rocha

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

isto da futurologia é tramado

Que o padrão de um casal de funcionários de 1500 a 2500 euros por mês seja ter dois carros ao estilo americano é normal?

ou comprar casas de 5 e 6 divisões
ou vivendas geminadas em Azeitão a 200mil euros quando só se ganha 20 0u 25 mil por ano
e se estoiram 20mil com o cartão de crédito
sei lá...aqui os cinemas do Burgo que foram comprados aos falidos donos pela câmara
estão pela 3ªvez em 10 anos em remodelações
um tem uma parede deitada abaixo
e deve demorar a crescer
pelos 20 gatos pingados que iam lá ver cultura
quando cá o maralhal quer é murangus com açúcar

em vez daqueles que dizem uma carga policial e perguntei ao polícia está a levantar o bastão para uma mulher?

Quanto melhor menos , mau....

Maquiavel disse...

Sr. Jorge, você nada conhece da Noruega ou Suécia, onde é normalíssimo as famílias terem dois carros, e defenderem, como em Portugal, que "é absolutamente necessário ter 2 carros", mesmo com autocarros e comboios à porta.

A diferença é que eles ganham o dobro dos portugueses. Isso sim. Como a Sarcodina bem refere.

Veja lá quantos funcionários públicos tem a Suécia, que tem mais ou menos 10 milhöes de habitantes como Portugal, e depois venha dizer coisas. O problema é a ineficiência generalizada dos portugueses, trabalha-se para aquecer. A produtividade do sector privado em Portugal é menos que a do sector público na Suécia. E nos países nórdicos näo há PPP, nem "jobs for the boys" inventados. Pois é.

Mostre lá essas sondagens gregas, vá. Ou seräo mais invençöes do Bessa?

Anónimo disse...

Conheço. Na Alemanha, na Dinamarca ou na Suécia uma boa parte das pessoas nem carro tem. A bicicleta é fundamental. São sociedades muito mais frugais. Em Portugal o prestígio mede-se pelo ter. Vá Oslo e diga-me qual é o padrão de consumo e que estradas têm eles. A ideia de ter 2 carros excede o que é médio. Não significa que mais pessoas o não pudessem ter.
Ter uma mulher-a-dias é miuito menos vulgar. Por uma questão de mentalidade de que uma ceta igualdade faz parte. Isso sucede menos na Suécia.
Portugal é o que se vê.
Estou certo de que aqui os ladrões reconhecem o excesso no consumo dos portugueses. Por que há endividamente dos particulares?


Jorge Rocha