São José de Almeida é hoje a excepção que confirma a regra na área do comentário jornalístico sobre economia política. Os seus artigos ao sábado no Público são um exemplo de jornalismo atento à realidade do país. Espanta-me que ela consiga manter a sua coluna de opinião. Talvez SJA funcione como a voz dissidente que vai permitindo ao Público enganar os seus leitores: «estão a ver, este jornal ainda é plural e não está totalmente rendido à agenda do director».
Seja como for, SJA contesta a actual hegemonia e o seus interditos temáticos e linguísticos. E por isso merece ser atentamente lida. Por exemplo, quando, como ontem, correctamente identifica «uma nova forma de luta de classes, em que uma upper class (...) influencia e domina o poder político (...) com o objectivo de retirar direitos, de cercear a liberdade, de reduzir o bem-estar social que garante patamares de dignidade à generalidade dos seus cidadãos».
Ou quando, no mesmo artigo, reconhece a infeliz (e definitiva?) adesão do governo do Partido Socialista a uma autêntica «revolução neoliberal que tem como objectivo reorientar a redistribuição da riqueza em função do interesse do lucro e das empresas». Ou ainda quando identifica, ao analisar as transformações em curso na administração pública, alguns dos principais mecanismos que alimentam este processo político.
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1 comentário:
concordo que SJA é "a" voz dissonante no Público. Só não é razão suficiente para eu comprar o jornal.
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