Os efeitos ridiculamente antidemocráticos do sistema eleitoral britânico estão à vista: um partido com pouco mais de um terço dos votos tem praticamente dois terços dos lugares. O pior do blairismo – “o meu maior triunfo”, disse Thatcher – tomou o poder e promete ser a alternância sem alternativa. A extrema-direita em ascensão agradecerá ainda mais.
No meio de um desastre político-ideológico sem fim, Corbyn, o melhor Primeiro-Ministro que o Reino Unido nunca teve, foi eleito, conjuntamente com um punhado de outros defensores da Palestina. Ficámos também a saber que os trabalhistas de Starmer tiveram menos votos do que os trabalhistas de Corbyn em 2017 e em 2019. Fraco consolo.
Escrevi o seguinte em 2019: a tragédia do indispensável Jeremy Corbyn foi a de ter sido sempre fiel à tradição eurocéptica, radicalmente democrática, do melhor trabalhismo britânico até ter sido arrastado pelos europeístas para uma posição inconsistente, que incluiu a defesa de um segundo referendo, quando havia que respeitar a vontade nacional-popular no Brexit, como de resto se tinha feito na eleição de 2017.
Sim, sempre defendi que o Brexit, com claro conteúdo de classe, era uma oportunidade, a intensificação da democracia era uma oportunidade. Infelizmente, foi desperdiçada pelo melhor da social-democracia. Pelo menos, a Grã-Bretanha está agora mais unida, com o colapso do intragável nacionalismo escocês, e a unificação irlandesa é mais provável.
2 comentários:
Cego e surdo para a generalidade dos meios de comunicação e de informação, McDonald's, Telepizzas e quejandos. O cheiro e o sabor dizem tudo.
Daltónico para emigrantes e imigrantes.
Disléxico para os políticos e os partidos.
Afásico para as redes sociais.
Disestesia para as bolsas de valores e multinacionais, banco mundial, FMI e ratings.
Ataxia para a FIFA e a UEFA.
Disgenesia para os ultra-conservadores e puritanos.
Ageusia para o planeamento urbano e do território.
Diglóssico para a ONU.
Cinestético para a natureza.
A que me fez e a minha, sinestesia.
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