sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Não há transição ecológica sem a classe trabalhadora


As alterações climáticas são, incontornavelmente, uma questão de classe. Este argumento, desenvolvido por Matthew Huber no livro Climate Change as Class War – Building Socialism on a Warming Planet, transfere o enfoque da luta climática para o domínio da produção no sistema capitalista, uma vez que é aí que reside a base material inerente às emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e, consequentemente, à crise climática.

O autor defende que a ação coletiva deve ser primeiramente dirigida contra a fração da classe capitalista que detém e controla os meios de produção associados à indústria fóssil e a outras indústrias intensivas em carbono (como o aço, o cimento, ou os fertilizantes nitrogenados). Com efeito, o capitalismo assegura que uma minoria de proprietários controla e lucra com a produção, num modelo assente na acumulação contínua de capital, no consumo voraz de combustíveis fósseis e no extrativismo. Deste modo, a reprodução do sistema capitalista colide inevitavelmente com os limites biogeofísicos do planeta.

O resto da crónica pode ser lido no setenta e quatro.

1 comentário:

Garra disse...

Obra essencial. Traz centralidade ao mundo do trabalho, à classe operária e ao movimento sindical, como atores chave da luta contra as alterações climáticas.