A SIC Notícias estreia amanhã um programa de debate sobre «grandes temas nacionais e internacionais». Chama-se Linhas Vermelhas e conta com a participação de Mariana Mortágua (BE), Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP), Pedro Delgado Alves (PS) e Miguel Morgado (PSD). Uma vez mais, comunista não entra nem comenta. Parece que é mesmo uma das «normas não escritas» do já de si tão enviesado «pluralismo» no debate televisivo em Portugal.
A menos que o PCP tenha declinado o convite para se fazer representar, o que é muito improvável, seria bom conhecer-se o critério adotado pela SIC para compor o painel de intervenientes. De facto, se estamos a falar de partidos há muito representados no parlamento, o PCP manifestamente não poderia nunca ficar de fora. E como outro critério aceitável não se vislumbra, é provável que a questão seja mesmo, e apenas, um problema de «linhas vermelhas».
Adenda: A imagem ali em cima é uma adaptação da original, com o prolongamento de uma das margens. Talvez assim se perceba melhor que estamos perante um debate inaceitavelmente amputado e empobrecido. Como o seria também se estivesse em falta, pondo agora as coisas no prisma oposto, um representante da área do CDS-PP ou da área do PSD.
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10 comentários:
A probabilidade de um participante do PC não se afastar NUNCA do publicado pelo partido, é demasiado alta para justificar uma cadeira.
Caro José, independentemente de isso ser ou não verdade, é discutível, não legitimaria nunca a opção de exclusão, pela SIC. Mas nós sabemos que isto do pluralismo, da isenção da comunicação social e da própria democracia são coisas que ao José não dizem muito.
O que Mariana Mortágua (BE), Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP), Pedro Delgado Alves (PS) e Miguel Morgado (PSD) têm em comum?
É o europeísmo!!
Comunista não entra, como não entra qualquer crítica consequente à integração europeísta neoliberal anti-democrática.
É um clube de europeístas e se vocês não gostam da UE/Euro não entram nele!
Por esta altura do campeonato já devem saber que existe um esforço tremendo que se arrasta há já bastantes anos para ostracizar os críticos consequentes da UE/ Euro e para proteger a integração europeísta neoliberal - supostamente irreversível - das críticas dos mesmos.
Reparem ao ponto que a degradação do debate provocada pelo europeísmo alcançou. O PCP, partido que avisou do mal que seria o Euro, tem agora um discurso mais refreado em relação à integração europeísta neoliberal, talvez esteja errado mas é a minha percepção.
É para verem como os europeístas tem tão pouca confiança na legitimidade da UE/Euro ao ponto de qualquer crítica, mesmo que ligeira, os provoca ataques de pânico.
Entretanto, o europeísta extraordinaire António Costa já disse:
"É fundamental que autarcas não sejam contra a UE"
https://observador.pt/2021/09/22/em-beja-costa-considera-fundamental-que-autarcas-nao-sejam-contra-a-ue/
Estes são os valores europeístas realmente existentes!!
Democracia?! Ah!!
Ricardo Paes Mamede, que escreve neste blogue, que é crítico da UE, que apela ao voto no PCP, é comentador residente num programa da SIC-Notícias. Será que é por ser demasiado evidente que pensa pela sua própria cabeça?
«...da isenção da comunicação social e da própria democracia são coisas que ao José não dizem muito»
Talvez possa dar-lhe razão se cuidar de as definir por modo que nelas caiba por inteiro o PCP.
Por acaso, acho que falta lá a opinião dos comunistas. Mas se a questão é a da representatividade parlamentar, então falta igualmente a IL e o Chega.
Parece-me, muito simplesmente, que a SIC convidou os representantes dos dois maiores partidos de cada bloco ideológico,,,
E o BE não é um Partido Pró-Europeu, já agora... O seu programa político, que se situa no campo do socialismo democrático estatista (como o do PCP) obrigaria, para ser aplicado, o País a sair da UE...
O Bloco de Esquerda é tão anti-europeísta e patriótico como o Syriza...
O BE não quer que Portugal recupere soberania monetária, qualquer política de desenvolvimento digna desse nome está sempre dependente da vontade de quem tem o poder de criar o carcanhol, e quem tem esse poder é o BCE, como é que o BE pretende financiar as políticas de desenvolvimento e sociais sem soberania monetária? Vai ficar à espera da boa vontade da Comissão Europeia e do BCE?
Era bonito ver a Mortágua como Ministra das Finanças, um Governo do BE a prometer todos os investimentos, a obedecer às ordens da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu.
Mas nós não precisamos de esperar por um governo do BE para saber o que acontece a supostos governos “radicais de esquerda”, basta ver o que se tornou o Syriza.
Não só a falta de escrutínio democrático que o BCE goza é ultrajante como sabemos bem o que as suas tendências fanática-austeritárias causam a milhões de pessoas, especialmente a pessoas do sul da Europa!
Onde está a revolta dos bloquistas no que diz respeito à óbvia falta de legitimidade democrática do BCE e Comissão Europeia?
E não é só sair do Euro, é também deitar para o lixo o Tratado austeritário de Maastricht e suas regras sem fundamento técnico, mas o fim do Tratado de Maastricht é também o fim desta União Europeia… O BE não quer isso…
E é por isso que a Mortágua faz parte do clube comentador de TV europeísta, os Donos Disto Tudo sabem que ela não vai passar a linha vermelha que os Donos Disto Tudo definiram.
Cuidado com os comentários do «Jose», como se vê, aqui, muito ressabiado, depois das devidas vénias e elogios já feitos ao blog «O Adamastor» do seu grande amigo e confrade, o Tenente-Coronel João José Brandão Ferreira.
Os dois comentários do «Jose» aqui lançados são, de facto, muito ricos e preciosos.
Do josé e quejandos, não surpreende. Ensarilham-se nos próprios dribles e com a baba anticomunista besuntam benzeduras censórias.
Surpresa- ou talvez não - é o silêncio cúmplice dos representantes democráticos do painel.
A propósito, recordo as recentes declarações de Pinto Balsemão, justificando o largo espiche dado ao mrpp, aquando do pós 25 de Abril. com o objetivo de isolar o PCP, pela extrema esquerda escolhida a preceito. Expresso e SIC, o mesmo bazar, a mesma luta.
Pergunta pertinente: quem são os emeerres de agora?
Penso que o resultado das eleições do próprio dia em que publicou o texto poderão ajudar a responder à questão.
Caso contrário, talvez consinta em desperdiçar algum tempo a ler o que, sobre o assunto, escrevi em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2021/10/matusalem-reliquia-comunista-portuguesa.html
Lamento se não lhe agradar...
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