quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Um discurso para a História



«A minha mensagem é: estaremos de olho em vocês. Está tudo errado. Eu não deveria estar aqui. Eu devia estar na escola, do outro lado do oceano. Porém, recorrem a nós, os jovens, para terem esperança. Como se atrevem? Roubaram os meus sonhos, a minha infância, com as vossas palavras ocas e eu sou uma das privilegiadas.
As pessoas estão a sofrer, as pessoas estão a morrer. Ecossistemas inteiros estão a colapsar. Estamos no início de uma extinção em massa e só falam de dinheiro e contos de fadas de crescimento económico sem fim. Como se atrevem?
Ao longo de mais de trinta anos a ciência tem sido de uma clareza cristalina. Como se atrevem a continuar a ignorá-la? Vir aqui dizer que estão a fazer o suficiente, quando as políticas e as soluções necessárias não estão sequer à vista. Dizem que nos ouvem e que compreendem a urgência, mas não interessa o quão triste ou zangada eu esteja. Eu não quero acreditar nisso. Porque se realmente compreendessem a situação e continuassem a falhar no agir, então seriam cruéis e eu recuso-me a acreditar nisso.
A ideia hoje em voga, de cortar as nossas emissões para metade, nos próximos dez anos, só nos dá uma probabilidade de 50% de ficar abaixo de 1,5Cº e o risco de reações em cadeia irreversíveis, para lá do controlo humano. Talvez 50% sejam aceitáveis para vocês. Mas esses valores não incluem pontos de rutura, efeitos de retroação, o aquecimento adicional que a poluição do ar esconde ou os aspetos da justiça e equidade climática. Efeitos que contam com a minha geração a absorver da atmosfera centenas de milhares de milhões de toneladas do vosso dióxido de carbono, com tecnologias praticamente inexistentes. Portanto, um risco de 50% é simplesmente inaceitável para nós, que temos que viver com as consequências. Ter 67% de probabilidade de ficar abaixo de 1,5Cº de aumento global da temperatura - o melhor cenário do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas - em que o mundo só tinha mais 420 gigatoneladas de dióxido de carbono para emitir no passado dia 1 de janeiro de 2018 e hoje esse valor já caiu para menos de 350 gigatoneladas. Como se atrevem a fingir que isso pode ser resolvido com business as usual e algumas soluções técnicas?
Com os atuais níveis de emissões, esse "orçamento" de dióxido de carbono que resta desaparecerá em menos de oito anos e meio. Não vão surgir hoje aqui soluções nem planos apresentados com base nesses números, porque eles são demasiado desconfortáveis e vocês ainda não amadureceram o suficiente para dizer a verdade.
Vocês estão a falhar-nos. Mas os jovens estão a começar a compreender a vossa traição. Os olhos de todas as gerações futuras estão em vocês. E se escolherem falhar-nos eu digo: nunca vos vamos perdoar. Não vos deixaremos ficar impunes. É aqui e agora que traçamos o limite. O mundo está a acordar e a mudança está a chegar, quer queiram quer não. Obrigada.»

A pungente e poderosa intervenção de Greta Thunberg na Cimeira do Clima, a 23 de setembro de 2019.

48 comentários:

Geringonço disse...

Olho para este “fenómeno” da Greta com cinismo porque estou farto de ver certas iniciativas potencialmente positivas, e mesmo essenciais, completamente dominadas pelo narcisismo e por interesses que querem mudar tudo para que tudo fique na mesma.

A adolescente Greta diz que está revoltada com os políticos, diz que só pensam no dinheiro, então é caso para estar extremamente revoltada com Barack Obama!
Mas pelo contrário, a Greta não parece demonstrar grande revolta com Obama, parece até que são aliados!

https://expresso.pt/internacional/2019-09-19-Tu-e-eu-somos-uma-equipa-disse-Obama-a-Greta

É bom lembrar que Obama, o neoliberal Obama, prometeu imenso, inclusive prometeu agir decisivamente contra as alterações climáticas.

Mas vamos ver o que Obama verdadeiramente fez:

- Durante a presidência de Obama os conflitos militares envolvendo os EUA aumentaram, assim, contribuindo para mais miséria humana e para a destruição do ambiente;
- Durante a presidência de Obama a produção de petróleo americano aumentou 88%, o maior aumento de produção de sempre!;
- Obama promoveu a produção de combustíveis fósseis recorrendo a técnica “fracking” (fracturamento hidráulico), uma técnica especialmente poluente;
- Obama aprovou a exploração de petróleo no árctico!

E não conseguiria conter a revolta tanta é a hipocrisia do neoliberal Obama, mas a Greta parece apreciar a criatura.
E isto é um péssimo sinal, porque para alguém que agora anda a ser promovida na comunicação social como o Cristo do ambiente, a salvadora da natureza, demonstra não estar a par das proezas governativas contra o ambiente de Obama…

De qualquer maneira, as preocupações com o ambiente e com a falta de acção são muito bem vindas seja da Greta, dos mais jovens, dos menos jovens, de todos.

Anónimo disse...

Este discurso é de uma ingenuidade constrangedora...

L. Rodrigues disse...

É verdade. Ingénuo porque pressupõe que haverá gerações futuras.

S.T. disse...

Que me perdoem a insistência mas o artigo que já referi em comentário a outro post neste mesmo blog é uma das melhores sínteses da problemática das alterações climáticas:

http://links.org.au/degrowth-green-capitalism-ecosocialism-richard-smith?

Impõe-se a sua leitura para quem não quer fazer figura de ingénuo nem de urso. É longo mas fornece pistas interessantes.

S.T.

Anónimo disse...

Que má tradução. Arranje-se um texto com melhor correspondência com o discurso, sem erros tão flagrantes.

Manuel Galvão disse...

Líricos! querem mudar uma lei fundamental da natureza; "a tragédia dos bens comuns"...
Deus lhes perdoe...

Nuno Serra disse...

Caro Anónimo, agradeço-lhe o reparo e reconheço a fraca tradução em várias passagens. Procurei melhorar, recorrendo a outra tradução, mais feliz que a da versão inicial deste post. Obrigado.

Anónimo disse...

O desempenho dos politicos mundiais em matérias ambientais, merece todas as criticas. Mas que seja uma miuda de 16 anos a fazé-las acusando-os de falhas de compreensão e de maturidade nestas matérias, só não faz rir porque se trata de um lamentável exemplo de aproveitamento mediático e de exploração de uma imagem por quem tinha obrigação de a proteger. A começar pela mesa da AG da ONU. Se querem dar visibilidade ao tema para reganhar a influencia e a liderança que têm estado a perder, porque não deram o palco aos verdadeiros autores do discurso da gaiata? Ou será que um cientista social como o Nuno Serra acha mesmo que uma pessoa consegue, aos 16 anos, atingir o estado de maturidade cientifica necessário para compreender a complexidade subjacente ao simplismo redutor plasmado no discurso?

JRodrigues

José M. Sousa disse...

Simplismo redutor? Como aqui «probabilidade de 50% de ficar abaixo de 1,5Cº e o risco de reacções em cadeia irreversíveis, para lá do controlo humano. Talvez 50% sejam aceitáveis para vocês.» ? A mim parece-me mais ignorância do JRodrigues.

Anónimo disse...

Caro JSousa,

Não tenho qualquer rebuço em admitir a minha ignorância nestas matérias, apesar de muitos pesares que não tem ideia nem vêm ao caso. E confesso-lhe a minha admiração por quem habita esse mundo de certezas que parece partilhar com a jovem Greta.

Quer dizer que o José Sousa ( ou a Greta ) verificou e validou o processo cientifico que conduziu à "probabilidade de 50% de ficar abaixo de 1,5Cº ..." ? Ou resolveu apenas acreditar nele porque dá por inquestionável o saber da fonte e a sua absoluta independência de interesses outros que não a verdade cientifica ?

Cump.

JRodrigues

Lowlander disse...

A mim me parece que o JRodrigues critica o mensageiro em vez da mensagem, caricatamente, com base em alguns pressupostos de validade duvidosa.
E se o melhor que tem para contrapor a mensagem da "gaiata" sem "maturidade cientifica necessaria" sao ataques ad hominem, ficamos conversados quanto a credibilidade com que expressa preocupacoes sobre a proteccao da imagem mediatica da tal "gaiata" a quem tanto falta "maturidade cientifica necessaria"...

Anónimo disse...

Excelente comentário o do JRodrigues, bem haja.

S.T. disse...

Mesmo sem ter seguido o fenómeno Thunberg de perto, parece-me evidente que os meninos prodígio (e não só) normalmente pagam um alto preço pelas assimetrias do seu desenvolvimento pessoal.

Mas do ponto de vista humano cada passo é um desequilíbrio para a frente...

O papel que cada um desempenha na sociedade deve ser avaliado pela sua validade humana e social e não pelas circunstâncias pessoais, limitações ou capacidades extraordinárias que lhe estejam subjacentes.

S.T.

S.T. disse...

Quanto à "a tragédia dos bens comuns", convém não confundir regras societais arbitráriamente impostas com leis da natureza.

Exemplo recente vindo do UK:

https://braveneweurope.com/guy-standing-sharing-public-wealth-why-we-need-a-charter-of-the-commons

Boa leitura.

S.T.

Anónimo disse...

Lowlander, dear,

Muito gira a sua linha de argumentação. Mas não colhe. O meu alvo não é a miuda, como bem explicitei na primeira linha do meu comentário inicial. Mas aqueles que a usam e os outros que, como parece ser o seu caso, preferem fazer de conta que a construcção da personagem, a sua manutenção, e o abuso de imagem implicitos, nunca existiram. How dare you ! Têm assim tão pouca confiança na validade cientifica e na bondade social dos v argumentos que precisam de abandonar o debate racional e explorar as emoções para promover as v crenças ? Again: How dare you !

JRodrigues

S.T. disse...

A natureza especializada dos conhecimentos necessários à validação de teses cientificas impede que cidadãos comuns, mesmo com alguns conhecimentos científicos tenham um papel activo nesse processo.

O processo de validação cientifica passa por mecanismos próprios, normalmente associados à chamada "revisão pelos seus pares", em inglês "peer review", em que outros cientistas, não directamente ligados ao projecto de investigação mas com sólidos conhecimentos das matérias em investigação, verificam os métodos e validam (ou não) as conclusões de um estudo.

O que se passa a jusante deste processo passa a ser o domínio da chamada "divulgação cientifica", que transfere para a opinião pública as conclusões e linhas gerais das descobertas científicas em termos que possam ser compreendidos pelo grande público.

Lançar a suspeição sobre os membros da comunidade científica sobre o que se passa acima do nível de compreensão do vulgo tem sido uma táctica recorrentemente utilizada pelos eco-cepticos e por todos aqueles cujos lucros dependem dos negócios e actividades que provocam danos ambientais.

Por isso é necessário que o público no mínimo tenha consciência dos processos envolvidos na investigação cientifica e sobretudo das manobras e pressões que os que têm interesses em indústrias poluidoras exercem para manterem os seus negócios.

Espalhar essa suspeição é o que JRodrigues aqui tenta fazer, nada mais.

S.T.

José M. Sousa disse...

Pois, o JRodrigues admite a sua ignorância mas continua como se nada fosse. Mas se quiser posso dar-lhe as fontes científicas, sim. Aparentemente, é você que não quer confrontar os seus medos/crenças com os dados científicos. Não tente é pôr as coisas ao contrário.

Anónimo disse...

Vejamos.

Greta é ingénua? Pode ser

Pode ser engolida pela máquina trituradora habitual? Pode

Pode ser uma adolescente ainda um pouco imatura? Talvez

Podem os seus argumentos pecarem por limitados? Sim


Mas Greta é muito mais do que isso. Greta pode ser “ usada” como um aríete. Mais um é certo, mas mais um com algum peso. E com o seu total acordo

Porque na situação em que nós nos encontramos, nas condições em que a humanidade está, são precisas todas as vozes. É necessário retomar a luta em termos colectivos e não em termos solitários ou protelando as soluções para as calendas gregas.

E com Greta, através de Greta, podemos alargar a nossa frente de luta por uma outra condição humana, num outro mundo não despedaçado pelo lucro e nada mais do que o lucro

E a prova que esta mesma Greta incomoda muita gente é o reflexo das suas palavras entre a tralha neoliberal do sítio. Falo em Manuel Carvalho e em joão Miguel Tavares. Mas nessa imprensa infecta muitos outros exemplos há a dar

Anónimo disse...

( entre parênteses... esse “ bem haja”,expresso por um “ comentador” , vem directamente da Holanda.
Com esta informação não se pretende validar ou invalidar o conteúdo do comentário de JRodrigues. Pretende-se apenas denunciar o modo como se tenta torpedear assim pela calada a discussão. Com o aplauso oculto de verdadeiros interessados no andamento predador neoliberal da coisa)

Lowlander disse...

JRodrigues, docura, fofinho,

Repito-me: a sua critica parte de pressupostos duvidosos.

Desenvolvo um pouco mais: os ditos pressupostos, sao apresentados como facto sem evidencia para alem do postulado, preconceituoso e condescendente que ela "e demasiado nova para perceber disto"

Concluo: assim sendo todo o seu arrazoado redunda, quer a intencao seja essa ou nao, numa caricaturizacao abusiva do mensageiro. Pior, a sua critica nao vai mais alem que isso, apresentando assim as caracteristicas tipicas de um vulgar ataque ad hominem.

Comento: acusa outros de abandonarem o debate racional, mas na sua contra-argumentacao eu observo uma total ausencia de dados cientificos, pressupostos nao justificados e falacias argumentativas... ficamos entao assim.

Anónimo disse...


ST,

O ressalto lógico que construiu para suportar a conclusão plasmada pela sua intervenção das 12.33, é de evidente má-fé. Não vejo que outra motivação possa suportar a confusão propositada que faz entre um desafio aos produtores de conhecimento cientifico para que sejam eles próprios a defenderem as suas convicções, e a alegada suspeição sobre a sua validade cientifica.

O meu ponto, reitero-o, é outro. É a utilização simbólica e abusiva de uma quase criança como veiculo de asserções que seguramente não entende. Disse Thumberg: ""Fifty percent may be acceptable to you. But those numbers do not include tipping points, most feedback loops, additional warming hidden by toxic air pollution or the aspects of equity and climate justice. ". E a questão é : acha vexa que Thumberg domina os mecanismos de retroacção associados às dinâmcicas climáticas para saber do que está a falar ?

Repare: isto não é o mesmo que usar a Angelina Jolie como rosto de uma campanha pelas causas dos refugiados. Madame Jolie é figura pública e nessa medida pode chamar a atenção para a causa. Além disso é crescida e vacinada qb para ter a obrigação de saber onde é que se está a meter e lidar com isso. Ora isto que se passa aqui é outro campeonato. É a exploração emocional de uma figura que obviamente não tem estrutura para tanto. Se o ST convive bem com isso, que bom para si. Mas faça o favor de me poupar às suas diatribes pseudo-éticas.

I'm donne !

JRodrigues

Anónimo disse...

Disse ST : "O processo de validação cientifica passa por mecanismos próprios, normalmente associados à chamada "revisão pelos seus pares", em inglês "peer review", em que outros cientistas, não directamente ligados ao projecto de investigação mas com sólidos conhecimentos das matérias em investigação, verificam os métodos e validam (ou não) as conclusões de um estudo."

Exactissimamente, ST! Como por exemplo aqui :


By Nic Lewis:

Readers may recall that last autumn I wrote several article critiquing the Resplandy et al. (2018) ocean heat uptake study in Nature, which was based on measured changes in the O2/N2 ratio (δO2/N2) and CO2 atmospheric concentration. These were combined to produce an estimate (ΔAPOObs) of changes in atmospheric potential oxygen since 1991, from which they isolated a component (ΔAPOClimate) that can be used to estimate the change in ocean heat content. In four articles, here and here, here, and here, I set out why I thought the trend in ΔAPOClimate – and hence their ocean heat uptake estimate – was overstated, and its uncertainty greatly understated, essentially because of errors in their statistical methodology. The bulk of my criticisms were largely accepted by the authors of the study. However, it was evident from their related Realclimate article that in their submitted correction they had also made a change in an unconnected assumption, with the effect of offsetting much of the reduction in their ocean heat uptake estimate that correcting their statistical errors would have caused.

Nearly ten months have passed since then, without Nature publishing the authors' correction.

However, Ruth Dixon has just spotted that the Resplandy et al. paper has today been retracted, at Nature's request. This article at Retraction Watch covers the story. The Retraction Notice by the authors at Nature reads:

Shortly after publication, arising from comments from Nicholas Lewis, we realized that our reported uncertainties were underestimated owing to our treatment of certain systematic errors as random errors. In addition, we became aware of several smaller issues in our analysis of uncertainty. Although correcting these issues did not substantially change the central estimate of ocean warming, it led to a roughly fourfold increase in uncertainties, significantly weakening implications for an upward revision of ocean warming and climate sensitivity. Because of these weaker implications, the Nature editors asked for a Retraction, which we accept. Despite the revised uncertainties, our method remains valid and provides an estimate of ocean warming that is independent of the ocean data underpinning other approaches. The revised paper, with corrected uncertainties, will be submitted to another journal. The Retraction will contain a link to the new publication, if and when it is published.

I believe that this saga, as well as showing how ineffective journal peer review tends to be in spotting problematic issues in papers, illustrates the need for a much closer involvement of statisticians in climate science research. That was a point also made in one of the articles highlighted in Judith's latest Week in Review post: Climate science needs professional statisticians [link].

Nicholas Lewis 25 September 2019

Lowlander disse...

Escreve o JRodrigues pelas 10h37:

"Não tenho qualquer rebuço em admitir a minha ignorância nestas matérias, apesar de muitos pesares que não tem ideia nem vêm ao caso. E confesso-lhe a minha admiração por quem habita esse mundo de certezas que parece partilhar com a jovem Greta.
Quer dizer que o José Sousa ( ou a Greta ) verificou e validou o processo cientifico que conduziu à "probabilidade de 50% de ficar abaixo de 1,5Cº ..." ? Ou resolveu apenas acreditar nele porque dá por inquestionável o saber da fonte e a sua absoluta independência de interesses outros que não a verdade cientifica ?"

---

Nao querendo em demasia meter o meu arado em seara alheia ja que ja o S.T. e o veterano Jose M Sousa responderam de forma adequada ao JRodrigues, sintetizo eu a mensagem subjacente a este pensamento:

"Eu [JRodrigues] nao sei nada sobre o assunto em apreco, logo, ninguem sabe."

Comento: e o debate racional em directo e a cores!

Anónimo disse...

Caro comentador das 13:05 que evidências tem que esta "nova" abordagem não faz parte do andamento predador neoliberal?

A cada comentário do JRodrigues fica mais explicita a irracionalidade que paira por estas bandas. A intelectualidade dos dias de hoje parece não passar do "querer com muita força".

José M. Sousa disse...

«But those numbers do not include tipping points, most feedback loops, additional warming hidden by toxic air pollution or the aspects of equity and climate justice.» Esta afirmação está absolutamente correcta e, nas suas características gerais, estes mecanismos são relativamente fáceis de compreender, até para um aluno do liceu!

Manuel Rocha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

?
Estranho este comentário das 14 e 03

Qual nova abordagem? A denuncia da intromissão pela calada de um profissional da coisa?

Um intelectual dos dias de hoje a passar-se por “racional”, quando os seus interesses são manifestamente outros?

Com a coragem que pontifica neste tipo de coisas?

Anónimo disse...

Lowlander,

Pode tirar o cavalinho da chuva que não me levará para o debate nem o ringue que lhe interessa. Desde a adolescência que não frequento madraças nem debato crenças. Voilá !

Sorry, baby !

JRodrigues


S.T. disse...

Como eu suspeitava, Greta Thunberg tem uma assimetria de desenvolvimento que explica a sua precocidade em certos domínios.

Greta Thunberg on the "gift" of Asperger's in fighting climate change: "We need people who think …
https://www.youtube.com/watch?v=BQ4rBLCpEeM

A pergunta que racionalmente temos que fazer é "cui bono?", isto é, quem beneficia com estes ataques à mensagem de Greta Thunberg. Ou se quiserem invertam a questão e perguntem quem beneficia de uma mudança de paradigma energético.

A conclusão óbvia é que o peso financeiro está do lado dos negacionistas climáticos, enquanto as energias alternativas não têm ainda o poder económico para influenciarem significativamente as decisões políticas. Logo a questão parece-me simples: Os negacionistas climáticos estão a aplicar as mesmas tácticas que outras indústrias daninhas aplicaram antes, como a indústria do asbestos e a indústria tabaqueira.

Os métodos, as manhas e as tentativas de introminar são as mesmas e seguem o mesmo roteiro embora se modernizem na sua forma.

Uma das manhosices é plantar cientistas de terceira categoria em posições de grande exposição mediática ou apresentar dados ou controvérsias ciêntificos que nada significam fora do contexto académico ou de investigação em que ocorrem. Tal e qual como se tentou agora aqui fazer.

O problema para os climato-cépticos é que a emotividade da acção de Thunberg espoleta respostas massificadas e é lesiva dos interesses de quem ainda está investido até às orelhas em combustíveis fósseis e em todo o sistema económico, político e militar que dele depende.

E o que os "fósseis" mais temem é que a contestação ao sistema energético fóssil se massifique e obrigue a mudanças significativas.

S.T.

Anónimo disse...


O ST conhece-me de onde, sabe o quê sobre o meu percurso, para se permitir perorar o que seja sobre as "agendas" que me movem ou as etiquetas que melhor me servem ??!! Não seja patético, filho ! O ridiculo não mata , mas é uma prática lamentável !

Desde quando é incompatível ser anti.capitalista, anti-militarista, anti-fósseis, e ao mesmo tempo, anti práticas politicas de cariz populista que subvertem a ética dos meios à bondade dos fins ??! Ou também é daqueles que acha normal subverter o Estado de Direito em nome do combate ao crime ? Tenha noção, rapaz !



JRodrigues

Lowlander disse...

Manuel Rocha e JRodrigues sao um e unico comentador. Fica anotado para memoria futura.

Quanto ao resto, noto que decidiu desistir desse seu semi-ensaio de defesa a sua critica original ad hominem. Faz bem porque era de facto indefensavel.

Xau xau coracao. Vai pela sombra.

Anónimo disse...

Lowlander,

V é brilhante, pá! Portanto a hipótese de haver dois ( ou mais ) gajos que usem o mesmo IP e, eventualmente, o mesmo equipamento, é uma cena que não lhe faz sentido, certo ? Prefere a explicação que lhe dá mais jeito. Muito bem ! Compreende-se assim melhor o simplismo das demais deduções.

JRodrigues

S.T. disse...

Parece que pisei os calos a "alguém".

É sintomático que reajam a afirmações que apenas repõem a sanidade dos locais.
O problema (para eles) é que quando iniciam uma operação de desinformação e lançam as primeiras cartadas já eu os estou a topar.

Por isso é natural que eu lhes corte as vazas.
Já dizia o "primeiro" Guterres: "É a vida!" LOL

Eu acrescento: "O que lhes lembrou agora já eu até me esqueci há muito tempo."

Ganhem juízo!

S.T.

S.T. disse...

Essa de partilhar o equipamento é muito "comunitária".

Daqui a pouco ficamos a saber que é um caso de dupla personalidade e partilham também o mesmo corpo. ROTFL

Depois é a pobre Greta Thunberg que é "estranha"...

S.T.

Anónimo disse...

É lamentável a falta de civilidade de muitos comentadores que frequentam este espaço, já nem é possível dar uma opinião sem se ser catalogado e vilipendiado.

Anónimo disse...

A menina Greta acusou este mundo de lhe ter destruido a infância... Este mundo ou os pais da criança?.

Na infância não se imagina as meninas a ler e compreender textos científicos sobre um qualqer "aquecimento global" ou sobre um outro qualquer "arrefecimento global", ambos com o poder de destruir a casa paterna da infante e o planeta!.
Uma mente aspérgica não tem capacidade de perceber e comparar o valor real de diferentes situações.
Foca-se limitadamente num tema. Obviamente de forma acrítica, nesse único tema. Ela o reconhece.

Os pais da menina são activistas pró-aquecimento global. A pobre da menina "na sua infância", com uma capacidade reduzida em compreenção e de destinguir factos e opiniões, foi metralhada, "destruída" pelas conversas dos pais. Repito, dos pais.
Na sequência desta avalanche de informação indigestível para muitas crianças e mesmo jóvens, nos EUA aumentam constantemente as consultas a psiquiatras por crianças a sofrer de "gretite agúda".
Lá chegaremos. Até porque há muitos -em posições de responsabilidade- que estão a ajudar.

Anónimo disse...

Eis um comentário parido por alguém que é objectivamente um colega do Carvalho. Ou do Tavares.
Com aquele cheiro característico do pimentel aonio pimentel Ferreira

A repetir a conversa da treta que andou s disseminar por tudo o que era sítio

Alternando os insultos soezes a Greta com o ataque asqueroso aos pais da jovem

Anónimo disse...

Pelas 22 e 08 o pimentel Ferreira a lastimar-se por não lhe deixarem o espaço de acção que reivindica para as suas sujas actividades?

Veja-se mais adiante o comentário asqueroso que faz a Greta.

Agora quer incriminar os pais desta por terem permitido que a jovem tivesse voz

Há algo de sinistro, sempre, por detrás do paleio de um neoliberal a propagandear o lodaçal

Anónimo disse...

Este sujeito das 23 e14 é o protótipo do caçador de bruxas de há uns séculos

Greta não pode dizer aquilo. Greta está proibida de dizer aquilo. E se a culpa não é só dela, é sobretudo dos pais da bruxa

Não reparam que há aqui algo de caçador de bruxas mais moderno? Assim a modos daqueles que na Alemanha nos anos 30 tomaram nas suas mãos a caça aos que não seguiam os seus preceitos rácicos e ideológicos?

São Canhões? Sabem mesmo a manteiga... disse...

a terra geologicamente já esteve muito mais quente e também mais fria e não veio mal ao mundo por isso

Lowlander disse...

Os dinossauros que o digam.

José M. Sousa disse...

Pois, acontece que durante a maior parte desse tempo geológico, a espécie humana simplesmente não existia. E quando existia, eram poucas dezenas de milhares e viviam em cavernas. Hoje caminhamos para os 8 mil milhões e vivemos em sociedades complexas e frágeis, apesar das aparências. Um mínimo de bom senso, já nem falo em conhecimentos por aí além, não ficava mal!

S.T. disse...

As galinhas também já tiveram dentes...

E não veio mal ao mundo por isso...

Excepto que nessas eras eram os antepassados ancestrais das galinhas que comiam mamíferos e agora são os mamíferos-que-andam-em-duas-pernas que comem as galinhas.

Subtis diferenças...

S.T.

Anónimo disse...

Qual será a evolução térmica do próprio canhões?
Ao longo do tempo e ao longo do próprio?
A cuca fundiu, as extremidades arrefeceram

Sabe-se lá o que isto tem trazido de mal ao mundo ...do canhões

Cromossoma 2 disse...

Tenham ou não razão, estejam ou não errados, o TRISTE é ver como nós, ADULTOS, deixamos as nossas crianças num AUTÊNTICO abandono social por deficiência cientifico e ético NOSSA. Com a acção / inacção que NÓS temos tido o melhor que conseguimos fazer foi pôr crianças contra crianças, adultos contra crianças e adultos contra adultos. Tudo ao lado. Ele são agendas escondidas, são gente que mente pq é ignorante,etc Ex: ("Não têm mais nada melhor para fazer, pois não? Sem ofensa, claro!" Etc.)E assim vamos tratando crianças que legitimamente teimam em querer pensar, teimam em querer ter Princípios e teimam em se preocuparem com os OUTROS.
A alguns que aqui escrevem vos digo: Cresçam. Como ousam pensar que cuidam de mim (ou de vós mesmos!)se eu VEJO q nem de CRIANÇAS sabem cuidar devidamente.

Cromossoma 2 disse...

A ignorância não tem nem faz mal quando não tem poder e é humilde. Já quando é o inverso... Mete nojo, para além de ser perigosíssima.

the revolution of not-yet disse...

e desceremos dos 8 mil milhões para uma cifra mais sustentável e é tudo, o gelo vai derreter e as migrações em massa começar daqui a 100 anos quando estivermos todos mortos

Anónimo disse...

A idiotia também tem manteiga nos dentes Se a revolução dos canhões migra em massa é algo que se deve perguntar aos do ofício.