É por isso que o Orçamento do Estado para 2018 nos deve merecer censura, porque, uma vez mais, as suas medidas dirigem-se não para a vanguarda dinâmica de Portugal, mas principalmente para a sua face mais conservadora e estática. O país muda, a política não. O país olha para a frente, e o Governo reproduz estratégias do passado. O Orçamento de 2018 é anti-web, anti-inovação e antimodernidade, nada faz por criar as condições que a Web Summit exalta. (...) Num ano de folga, em que em cima da mesa está a aposta na Web ou no Panteão, o Governo apostou no segundo.
Manuel de Carvalho, O país na Web do Panteão, Público.
O jornalista do Público confirma por palavras uma das capas mais ideológicas deste jornal. Só que onde antes estava um porquinho-mealheiro, coloquem agora um pobre empreendedor perseguido pelas estrelas, foices e martelos, os espectros que sintomaticamente atormentam. É neste delírio ideológico que estamos, nem sequer reparando que se há sector que nesta lógica económico-política perversa faria parte do tal país antimoderno, da sua face conservadora, seria o dos jornais. Na realidade, é uma das vítimas da predação efectuada por multinacionais que se escondem por detrás da fraude ideológica do empreendedorismo de garagem num contexto de ameaça de estagnação secular no capitalismo maduro.
A tal vanguarda, conceito perigosamente revolucionário formulado por um Manuel Carvalho regressado da Rússia, quer o quê? A uberização sem fim das relação laborais e uma fiscalidade ainda mais regressiva, em modo Macron na periferia, ou seja, de troika? O desmantelamento da segurança social e dos serviços públicos, substituídos por sorteios de rendimentos básicos incondicionais e outras palhaçadas? E para quê? Para assim criar novas crises de procura, desequilíbrios de poder que não geram incentivos para a inovação decente, mas sim para que os ricos não saibam o que fazer ao dinheiro, a não ser lançá-lo na especulação financeira e imobiliária?
Enfim, toda esta agitação ideológica no final do artigo é por causa de um modesto orçamento, dentro do colete-de-forças europeu e que, portanto, não pode dar resposta a muitos problemas de um país sem instrumentos decentes de política industrial, de crédito ou cambial. Mas que ainda assim permite um aumento ligeiro de rendimentos aos pensionistas, aos funcionários públicos e a outros sectores das classes médias e populares realmente existentes, a continuação da esperança num país menos brutalmente desigual. Imaginem o que esta gente não faria se se fosse ainda mais longe, por um caminho de desenvolvimento soberano e inclusivo?
Finalmente, sublinhemos que se há nesta periferia algumas ilhas de modernidade económica e social, estas estão também nas, foram criadas pelas, instituições, investimentos e apoios públicos em sectores que vão da saúde, à educação, passando pela ciência ou pelas telecomunicações. Não chega, claro.
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13 comentários:
«principalmente para a sua face mais conservadora e estática»
Não vejo que esta observação - que é a substância da opinião reproduzida - possa ser associada a ‘foices e martelos’ .
’Foices e martelos’ estão nos antípodas das profissões beneficiadas pela generosidade geringonça. As que de facto lhes lhe correspondem continuam na sua luta em afastar o desemprego e condicionadas a profissões de escassa remuneração.
Quanto às ‘Estrelas’, elas só podem sugerir um certo estrelato de dependentes do Estado, para os quais a entediante segurança de salário e emprego a horas (poucas) tem de ser compensada com estimulantes progressões de carreira e, óbviamente, de remuneração.
Não vê Jose nada.
Mas já vê as foices e martelos nos antípodas de. E faz este choradinho de rato de sacristia pelas profissões não beneficiadas pela "generosidade da geringonça"e que correspondem às ditas foices e martelos
Este tipo deve ser parvo para pensar que engolimos estas suas tentativas canhestras de.
Foram essas habilidades que justificaram o convite para perito patronal duma confederação patronal que desviou fundos dos fundos sociais europeus?
Há mais.
A designada "entediante" segurança de salário e de emprego a horas mostra sem o querer a verdadeira face de quem sonha com tempos em que a segurança no emprego se transforme numa angustiante forma de vida?
E a raiva babada pelo emprego com horário revela o sonho caceteiro, neoliberal e de patrão boçal e rasteiro pelo emprego sem horário?
E o hino sobre as estimulantes progressões nas carreiras revela o cumprimento de ordens daquele idiota criminoso do Passos Coelho que mandou afixar nas paróquias respectivas os mandamentos da sua néscia propaganda, tentando fazer esquecer a manutenção do congelamento das carreiras (progressão dos índices remuneratórios), parte desde 2005 e o congelamento dos salários para a generalidade dos trabalhadores desde 2009 e a não admissão de trabalhadores?
Tudo isto para cumprir o seu velho sonho húmido de acabar com o Estado Social e com as suas funções sociais?
Ao serviço duma ideologia sinistra que vê na vampiragem de quem trabalha o alfa e omega da sua actividade de saque?
A todo o tempo são expressas as aspirações da esquerda através do modelo que compõem para a função pública.
Esse destino - ser funcionário público - é o que ambicionam para si e para todos os mais, e natural lhes parece que tão alto desígnio seja composto com as melhores cores.
Lamentam-se com a perda de empresas públicas para a dívida que sustentou essa deriva.
Querem de volta as que dizem estratégicas - o que no essencial quer dizer fora da competição no mercado - e nunca se propõem criar o que quer que seja que tenha de conformar-se a uma concorrência em mercados não condicionados à intervenção do Estado.
Essas deixam-nas para privados de qualquer nacionalidade e destinam-nas a criar a riqueza que haverá de sustentar a estatização de todo o serviço ou sinecura pública que uma fértil imaginação a todo o tempo e a toda a circunstância congemina.
Eis uma sucinta apresentação dos 'superiores' valores da esquerda geringonça.
Cuco é um reles caluniador que face à evidência logo inventa uma 'confederação patronal que desviou fundos dos fundos sociais europeus'.
Tudo o mais é azia de veres a clientela geringonça identificada e denunciada.
Inventa-se cada coisa.
"Esse destino - ser funcionário público "
Isto é uma patada. Uma patada na inteligência dos demais.
Mas há mais.
De repente desapareceram as foices e os martelos. A idiotia tem limites. E passou-se a outra questão
Chega a ser confrangedor ver o esforço do coitado para esconder os seus grandes objectivos. Denunciados aí mais acima:
-A designada "entediante" segurança de salário e de emprego a horas mostra sem o querer a verdadeira face de quem sonha com tempos em que a segurança no emprego se transforme numa angustiante forma de vida. Ou seja em que a insegurança seja o pão nosso de cada dia. A jorna diária a ser discutida na praça pública, o sonho húmido de tal gentalha
-E a raiva babada pelo emprego com horário revela o sonho caceteiro, neoliberal e de patrão boçal e rasteiro pelo emprego sem horário
Desmascarado nas linhas gerais dos seus gerais propósitos para o país,o que resta a este sujeito (jose/JgMenos?)?
Lê jose a sina sobre o "destino" e estende na praça pública alguns dos seus outros propósitos com o intuito de esconder a trampa revelada
Aí está o sonho rancoroso em relação às empresas estratégicas. Ai está o espectáculo putrefacto duma direita que de salazarista e de braço estendido a reivindicar que Angola é nossa, passou aparentemente para o outro lado do espectro,reivindicando a perda das empressas públicas e das nossas empresas estratégicas.
Adivinha-se a salivação. O resultado das políticas criminosas em toda a sua dimensão, em que avultam privatizações abjectas defendidas por tal gentalha. A privatização do sector bancário teve as consequências que teve. Mas não só. O vendaval que percorreu o país para que este voltasse a estar na mão de meia dúzia de donos do país, sob os aplausos fortes,constantes, duma direita caceteira, sempre a pedir por mais, acarretou pobreza, miséria,despedimentos, perda de emprego, perda de salários, de pensões, de tempo de lazer, de direitos sociais como o da saúde e o da educação. E trouxe outra coisa,revelada por este tipo: a insegurança no trabalho ( que "entediante" essa coisa de segurança, dirá naquela pose de néscio patrão) e a dos horários laborais desregulados.
Tudo a bem da engorda de quem mais tem
"O assalto, já com vários anos, pode e deve ser parado ..." como escreveu João Rodrigues.
E é isto que jose não gosta de ler. Aliás, é jose "que escarra no tacho dos bens públicos e comuns onde alarvemente se empanzina. Continua a arrotar milhões em dividendos obtidos com o saque em todos os sectores estratégicos da economia, sem qualquer esforço, porque são seguros e garantidos. Continua a protecção e garantia do Estado na socialização dos prejuízos que resultam dos desmandos dos seus acólitos na jogatana financeira, e até os incentiva a roubar. O seu Passos é acusado da fraude de mais de 6,7 milhões de euros, os quais abarbatou sem qualquer esforço".
Tem até o despautério de dizer que "aos bancos não se deu nada", confirmando ponto por ponto o que se diz acima
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2017/11/cds-pp-depois-dos-cortes-bonanca.html
Numa manifestação idiota volta a citar o cuco. Utiliza o tratamento coloquial sabe-se lá com que intuito.
Esconde que o seu trabalho, pago como perito patronal pela sua associação patronal, foi-o pelos fundos sociais europeus. À custa de fraudes com esses mesmos fundos. Na época foi um fartar para a cambada.
A clientela que serve é desta estirpe.
O Cuco persiste na inventiva de caluniador: diz saber que fui pago, e até sabe que com fundos sociais europeus. Palhaço!
O termo "clientela" é um termo um pouco comercial de mais para o que se discute, embora se perceba que seja utilizado pelo José no seu intuito de vandalizar o combate politico-ideológico.
Mas José pode estar descansado que sempre haverá partidos, movimentos,pessoas que defendam o direito à segurança no emprego, a horários regulados,a trabalho com direitos, à distribuição equitativa da riqueza, ao fim da exploração desenfreada, ao fim da exploração do homem pelo homem.
Independentemente do ódio ou da azia que tal possa provocar no próprio Jose
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