ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ECONOMIA POLÍTICA
DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS
Os estudos sobre os fenómenos económicos têm vindo a sofrer desde há muito de um estreitamento epistemológico, teórico, metodológico e disciplinar, que reduziu a capacidade para entender o mundo e sobre ele intervir. Escasseiam nas universidades, nos meios de comunicação, nas instâncias de poder político e no debate público em geral abordagens capazes de entender as economias na sua especificidade e complexidade. É este tipo de abordagem que a Economia Política prossegue.
Por “Economia Política” entendemos o domínio científico que se dedica à análise dos processos e resultados económicos nos contextos institucionais, históricos e geográficos respectivos, entendendo os fenómenos económicos como sendo eminentemente configurados por factores de ordem social, política, jurídica, cultural, tecnológica e ecológica.
Porque falta reconhecimento institucional a uma abordagem pluralista ao estudo dos fenómenos económicos quanto às problemáticas, às disciplinas envolvidas, aos referenciais teóricos e às metodologias; porque cresce a ideia de uma responsabilidade ética e social dos cientistas sociais; e porque acreditamos existir massa crítica em Portugal para contribuir para um debate científico necessário, propomos a constituição de uma Associação Portuguesa de Economia Política.
Esta Associação pugnará pela construção, consolidação e promoção da Economia Política em Portugal. Promoverá uma abordagem pluridisciplinar e interdisciplinar do estudo da produção das condições da vida em sociedade, tendo como fim último a sua sustentabilidade social, ambiental e económica.
Enquanto associação propõe-se ainda defender e promover no seio das instituições de ensino superior e de investigação os princípios do pluralismo e do pensamento crítico, intrínsecos à Universidade e fundamentais para o debate político democrático. Mais concretamente propõe-se:
1. Fomentar o ensino e a investigação em Economia Política em Portugal enquanto abordagem pluridisciplinar e interdisciplinar;
2. Reivindicar junto das instituições do ensino superior e da investigação científica a criação do domínio científico pluridisciplinar e interdisciplinar de Economia Política, nomeadamente para efeitos de ensino, de financiamento à investigação e de avaliação;
3. Criar espaços para a partilha e discussão de trabalhos de investigação em Portugal no domínio da Economia Política;
4. Promover o debate público, contribuindo com a produção de informação fundamentada e plural sobre os processos e os resultados económicos, à escala regional, nacional e internacional, sobre as políticas públicas e sobre as dinâmicas sociais e formas de acção colectiva que as condicionam.
5. Contribuir para a internacionalização da investigação em Economia Política realizada em Portugal.
9 comentários:
Caro Ricardo:
Onde se pode ver a lista dos fundadores?
Qual a melhor maneira de seguir os trabalhos desenvolvidos pela associação?
Desejo-vos uma longa vida ao serviço de Portugal e dos portugueses. Bem hajam! De Adelino Silva
Parabéns pela iniciativa e se no futuro fizerem uma recolha de fundos destinada a suportar as atividades da associação, ou aceitarem entre os seus membros pessoas que não são economistas, disponho-me a contribuir. Boa sorte!
«entendendo os fenómenos económicos como sendo eminentemente configurados por factores de ordem social, política, jurídica, cultural, tecnológica e ecológica».
A eminência do 'custo dos factores' fica para outras áreas da investigação...
"Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida"
Assim tenha ela, pelo menos, a duração do tempo que tardou em chegar! Votos de amplo sucesso e de um ótimo trabalho!
A iliteracia boçal do patronato confirmada aí pelas 23 e 36.
Muitos parabéns pela iniciativa. Ainda recem-nascida já desperta os reflexos pavlovianos das eminências.
Parabéns aos fundadores e votos de êxito para a APEP. Acompanharei com interesse e empenho as projectadas iniciativas.
Parabéns!
Avelino Pais
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