quinta-feira, 28 de abril de 2016

Um combate permanente contra as ideias feitas

«O contacto com a segunda intervenção do FMI em Portugal, nos anos 80, abriu-lhe os olhos. Tinha uns dez anos de idade na altura, e as dificuldades por que o país passava mostraram-lhe que "as injustiças pareciam estar muito associadas ao funcionamento da economia". Volvidos 30 anos, já economista de formação e ofício, Ricardo Paes Mamede, autor do livro "O Que Fazer com Este País", tornou-se conhecido por fazer parte de um grupo que não se revê na sacrossanta doutrina da austeridade imposta pelas instituições europeias e pelo governo anterior. Ironicamente, um dos três participantes do programa semanal da RTP3 "Números do Dinheiro", fez o doutoramento na Universidade Bocconi, em Milão, famosa por ter uma das escolas de economia mais conservadoras da Europa, e de onde, de resto, saiu a ideia de austeridade expansionista que nos atormenta. Hoje, o resultado do desalinhamento de Paes Mamede traduz-se também na sua participação, com outros economistas, no blogue Ladrões de Bicicletas, onde esgrime argumentos contra o establishment económico atual, que tem dado a Portugal – e aos países do sul da Europa – graves problemas sociais. Uma recolha desses posts que pedalam contra a maré deu este livro – "A Economia como Desporto de Combate", editado pela Relógio D’Água. Porque é o que esta ciência social é na realidade para quem não se conforma com o estado das coisas: um "combate permanente contra as ideias feitas".»

[da entrevista de Ricardo Nabais para o Jornal de Letras desta semana]

7 comentários:

Jose disse...

Uma curiosidade: qual foi a tese de doutoramento?

Ricardo Paes Mamede disse...

"Industrial dynamics and labour mobility".

Jose disse...

Interessante! Acessível em algum lugar?

António Pedro Pereira disse...

José:
Pare de chatear o Ricardo.
Tem coisas mais importantes a fazer do que aturar as suas perguntas cretinas.
Só os ignorantes não sabem que todas as teses (doutoramento e mestrado) são obrigatoriamente
depositadas nas principais bibliotecas do país: Nacional de Lisboa; Porto; Évora, etc.
Quem está(?) interessado em ler uma tese específica destas, ainda por cima em inglês, sabe estas coisas.

Anónimo disse...

Ahahah

Uma excelente ideia fazer com que o das 20 00 tenha algo para ler mais sério e mais decente do que o que lê e do que escreve.
Aqui ao lado num blog de extrema-direita escrevia isto, referindo-se a António Costa:
"Viva o Caudilho!
Viva o Mahatma!" ( não se nota um cheirinho a abjecto racismo?)"
"O Grande Palhaço!"

Um comportamento "A bem da nação" com toda a certeza

Jose disse...

Manelzinho, não sejas sabujinho!

Anónimo disse...

Sabujo é quem espuma tais anormalidades e outras, com uma evidente conotação racista.

O resto é a ignorância bacoca que nem sabe o que é isso de formação académica, tal o ódio que nutre ao conhecimento e ao saber.

Já agora que viva o 25 de Abril.