Descobri recentemente o sítio do economista brasileiro Luiz Carlos Bresser-Pereira. Uma excelente fonte sobre economia em português. Destaque para a defesa de uma política cambial competitiva, parte de uma política industrial estratégica com fôlego, ingrediente para uma inserção internacional governada e bem sucedida das nações em desenvolvimento. Uma tradição desenvolvimentista com raízes no Brasil e com alguma influência política – base intelectual da outra mão invisível. O governo brasileiro impôs recentemente uma taxa de 2% sobre os influxos de capitais especulativos. Um dos instrumentos disponíveis para gerir os fluxos de capitais e evitar desgraças cambiais maiores. Uma outra política cambial, contra a ortodoxia económica, é possível no Brasil.
Num contexto diferente, espero que o novo ministério da economia, inovação e desenvolvimento contribua para a consolidação em Portugal de um discurso público desenvolvimentista assertivo e confiante, na linha de algumas preocupações que constam do QREN. Um discurso que defenda e defina, usando a reduzida margem de manobra disponível, uma política industrial mais coerente, servida por incentivos selectivos e por investimentos públicos bem planeados, que favoreçam a área dos bens transaccionáveis intensivos em conhecimento e em tecnologia e não a captura de sectores da provisão pública por grupos rentistas.
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