segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O espectro de Tobin

Anda de novo um espectro pelo mundo do capital financeiro – o espectro da taxa Tobin, ou da taxação das transacções financeiras. Este espectro regressa a cada crise financeira. E tem ressurgido muitas vezes desde que em 1978 o economista James Tobin, que haveria de ganhar o prémio Nobel, propôs que se aplicasse um imposto modesto sobre as transacções nos mercados internacionais de divisas com o objectivo de reduzir a instabilidade cambial. Afinal de contas, o número de crises financeiras – cambiais e bancárias – mais do que triplicou desde os anos setenta, quando comparado com o período dos “trinta gloriosos anos” do pós-guerra marcado pelo maior peso da banca publica ou pela existência de controlos generalizados à circulação de capitais. O resto da minha crónica semanal no i pode ser lido aqui.

O artigo original de James Tobin pode ser lido aqui. Este livro continua a conter a melhor súmula de argumentos a favor da Taxa Tobin. O livro do economista François Chesnais – Tobin or not Tobin –, disponível em edição portuguesa, é uma boa introdução ao tema. Thomas Phillipon escreve sobre a relação entre o processo de desregulamentação e o aumento das rendas captadas pelo sector financeiro (o gráfico abaixo mostra a relação entre a desregulamentação e os salários no sector financeiro). O aumento das crises financeiras desde os anos setenta já não pode ser escamoteado. Dani Rodrik oferece boas razões para o domínio dos “cépticos financeiros”. O site da ATTAC francesa disponibiliza imensos recursos para quem quer subordinar a economia à democracia. O espectro de Tobin regressa

5 comentários:

CN disse...

"O aumento das crises financeiras desde os anos setenta já não pode ser escamoteado"

O que é que aconteceu nos anos 70?

O fim (ou melhor, default) do dólar como promess de pagamento de um dada quantidade de ouro física.

O ínicio de um sistema de reservas fraccionárias que permite a expansão de crédito por pura expansão monetária.


Resultado: crises financeiras sistémicas.

Nuno disse...

Por acaso comprei este fim de semana um bom livro sobre o mercado de capitais Anglo Saxónico e a especulação "Dinheiro Tóxico" de Kevin Philips com prefácio de João Duque.O autor,jornalista económico está contra a especulação que se gerou no contexto dos mercados de capitais Anglo Saxónicos;este tema é complexo mas fascinante!Mas comecem por ler Galbraith e o Crash de 1929!Ah,a editora é a Caleidoscópio"Dinheiro tóxico"

Nuno disse...

aliás,especulação e titularização das dívidas,como no caso do subprime.Cada vez a finança tem mais importância no PIb ao contrário da indústria transformadora a indústria transformadora

CN disse...

Caro Nuno

Recomendo antes o "American Great Depression" do economista "austríaco" Murray N. ROthbard.

Coitado do Galbraith...

Nuno disse...

O que eu gosto no Galbraith é a clareza da escrita,só ao alcance de quem domina os assuntos;Por isso recomendei inicialmente a leitura desse livro,ali se explica a natureza da especulação