segunda-feira, 20 de abril de 2020

Chantagem

Denúncia sindical

O estado de emergência está a dar nisto. Os trabalhadores inseridos em «grupos de risco para a COVID-19» estão sujeitos a chantagem por parte de muitas administrações de empresas, em particular multinacionais, que lhes exigem: «Ou trabalhas à tua responsabilidade ou vais para casa com falta justificada».

Esses grupos - previsto no decreto-lei n.º 2-B, de 20 de Abril (prorrogação do estado de emergência), artigo 4º, como «sujeitas a um dever especial de protecção» - incluem pessoas com mais de 70 anos, ou com doenças crónicas (doença cardíaca, pulmonar, diabetes, neoplasias, hiper­tensão arterial, entre outras); ou com compromisso do sistema imunitário (a fazer tratamentos de quimioterapia, tratamentos para doenças auto-imunes, como artrite reumatóide, lúpus, esclerose múltipla ou algumas doenças inflamatórias do intestino), infecção VIH/sida ou doentes transplantados.

13 comentários:

Rão Arques disse...

Sei de um caso em que uma senhora sozinha em casa, apenas com a sua bebé, estando em teletrabalho, mas compatibilizando a atividade profissional com o incontornável atendimento que tem que dispensar à criança, está a ser submetida a constante pressão, com diferentes argumentos de dia para dia, como o tipo de chantagem evidenciado neste postal.
Este modo de atuação é tanto mais repulsivo quanto se despreza a situação de fragilidade que mãe e filha pequenita e estão a viver.
É caso para perguntar se não haverá motivo para recorrer a um sistema de justiça que ponha cobro e condene sem reservas abusos desta natureza.

Anónimo disse...

Obviamente que há neste caso matéria criminal.

Anónimo disse...

Comentário relativo a "matéria criminal", engano no post.

Anónimo disse...

É o estúpido capitalismo

Coisa que bem sabe o Rão Arques,vulgo João pimentel Ferreira. Depois de ter aparecido com o emblema do Chega ao peito tem que mostrar agora alguma continência verbal

Jose disse...

Presumo que se assume que no mercado há tudo o necessário para um programa de protecção a preços decentes.
Presume-se ainda que a empresa tem espaço e meios para alterar o lay-out para promover distanciamento.
Presume-se...

Anónimo disse...

De facto há mesmo um programa para ricos e outro para o resto da maralha.
Não se presume. Sabe-se

Os ricos defendem os seus privilégios.As suas rendas.As suas heranças. O produto do seu saque, que isto de ganhar fortunas é para os donos disto tudo.
Não se presume, sabe-se

Para que servem estes parasitas que vivem do esforço alheio e da chulice do trabalho dos outros?

Presumem que o mundo é seu. Agem como tal.Presumidos presumem em função da sua riqueza.Medram entre a miséria e a pobreza. Como dizia um deles,com aquela sobranceria própria da raça, o destino dum rico é ser cada vez mais rico.

(Só não se sabe se arrotou a seguir, embora se possa presumir)

É altura de começarmos a fazer perguntas bem concretas.

PauloRodrigues disse...

Segundo a cartilha neoliberal(a mesma coisa que social-democrata), o trabalho tinha que ser desregulamentado.
Eram as REFORMAS.
Continuam a ser as REFORMAS.
Ou melhor, uma das reformas, porque há outras...
Eis o resultado da desregulamentação.
É o mercado da mercadoria trabalho.
O estado não deve interferir no mercado, excepto quando o mercado vai à falência.

Anónimo disse...

Pois é isso mesmo, eu diabética insulinodependente trabalho em meio hospitalar e tenho 59 anos, fui obrigada a vir trabalhar porque o médico de família é o único que me podia passar atestado, não passa porque eu não estou doente,fiquei 11 dias em casa a aguardar uma solução para mim e a solução foi vir trabalhar, nem delegado de saúde, nem médica dos diabetes, nem a medica saúde ocupacional da instituição nada!Todos me disseram fique em casa não saia pertence ao grupo de risco, passado 11 dias tem que vir trabalhar não podemos fazer nada por si! Estou a correr um risco desnecessário mas é a vida! se tivesse 60 anos já podia ficar em casa! a sério isto é ridículo!

Rosa Maria - Coimbra

Anónimo disse...

""Presume-se que o "Jdé" é um cidadão de "bem""

Óscar Pereira disse...

Este é o tipo de problemas que tende a fazer gerar uma discussão de surdos... Por um lado os trabalhadores queixam-se, justificadamente, serem vítimas de chantagem por parte do patronato; por outro, o patronato queixa-se, também justificadamente, que não pode fazer mais numa altura em que a actividade económica está quase parada e os rendimentos das empresas estão em queda livre. A solução, contudo, não tem que envolver surdez mútua.

Não é preciso grande pensamento para chegar à conclusão de que apenas o Estado pode evitar a hecatombe, servindo mais uma vez como (uma espécie de) prestamista de último recurso. Mas isto não é a história toda; existe uma outra parte, que a direita tende a não gostar (e o Jose certamente abominará). Que é a seguinte: se o Estado tem a obrigação de, ao fim e ao cabo, injectar dinheiro nas empresas, também deve exercer o poder correspondente de impor restrições ao modo como esse dinheiro pode ou não ser utilizado. Em particular, deve ser obrigatório utilizar a fatia que for necessária dessa verba para garantir condições de segurança a quem tem de trabalhar, e em caso algum deve esse dinheiro constituir dividendos -- pois a ajuda estatal justifica-se para a protecção do tecido produtivo, e apenas para isso.

(Já agora, este é um dos aspectos onde se nota a hipocrisia neoliberal: abominam interferência do Estado no mercado, a não ser que seja para proteger o rendimento dos accionistas, vulgo dividendos. "Façam o que eu digo...")

Anónimo disse...

No seguimento do relato da Rosa Maria, em jeito de indignação pela situação que transmitiu, existem casos já sinalizados de profissionais de saude que "tiveram de meter baixa" alertados para a calamidade e enorme perigo que aí vinha, não reunindo condições para que o estado de baixa fosse emitido. A seu tempo serão evidenciados os casos e logo se verá quem são os verdadeiros herois...

Jose disse...

E mantem-se este reco-reco de quem sempre se quer ver como credor das empresas: as empresas pagam ou financiam (veremos o que vai acontecer) 1/3 de 2/3 do salário a quem não trabalha, e ficam por isso devedoras do Estado!!!

Anónimo disse...

Ê um reco-reco do caraças

Mas que há mesmo luta de classes lá isso há

O bolsonarosmo transparece por todos os poros em personagens como jose

Que pena não termos um crapula assim por cá para obrigar quem trabalha a morrer para preenchimento do bolso de patrões assim do estilo