sexta-feira, 3 de abril de 2020

Afinar instrumentos

A informação vem do site do CESP - Portugal, sindicato filiado na CGTP e que pode ser vista na sua página do Facebook.

Nela se relata casos de muitas empresas com lucros avultados, que poderiam amortecer os custos da crise, mas que agora recorrem ao lay-off

Este é o risco de um lay-off simplificado que, apressadamente, pela mão do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, seguiu os conselhos patronais e não cuidou do papel social das grandes empresas que são, aliás, as mais bem preparadas para recorrer  ao lay-off. E por isso, agora, temos o Estado a cuidar das margens brutas comerciais de firmas como o grupo FNAC, a a Adolfo Dominguez,  H&M, etc, etc...

Do ponto de vista da eficácia económica, trata-se apenas de desperdício de dinheiros públicos bastante escassos, mal orientados e sem objectivos traçados que se vejam. Talvez seja um sinal de que os mecanismos devam ser afinados para produzir bons e justos resultados.

A crise é excepcional, mas por que não será possível pensar devagar?

PS: Mais a Ground Force... 

9 comentários:

Jose disse...

Pensar devagar!

Vou pensar devagar em 800 milhões de lucro...já pensei, e imagino que da sua actividade em Portugal será o acumulado nos últimos 400 anos, considerando que entretanto terá entregue ao Estado uns 200 milhões desses 800..

Continuando a pensar devagar, acho que as empresas não são feitas para se derreterem em salários, donde cabe ao Estado escolher entre lay-off e subsídio de desemprego.

Anónimo disse...

Isto é inqualificável, em ultima análise é enfraquecer a resposta do país para salvaguardar os lucros e o interesse de alguns, inqualificável mesmo, este ministro mina o país, a pouca competência não explica tudo...

PauloRodrigues disse...

Corporate Welfare.

Anónimo disse...

800 milhares e não 800 milhões. A Giovanni Galli nem tem esse valor em volume de negócios quanto mais em lucro!!! Quem dera!

João Ramos de Almeida disse...

Caros,

Foi um erro de descrita não devagar :-) as minhas desculpas.

Caro José,
As empresas não são, de facto, para derreterem em salários. Mas pense mais devagar: mais salários são mais lucros, a prazo. Menos salários, todos juntos e ao mesmo tempo, corresponde a um deserto.

Acredito que nesta crise geral, o Estado deve proteger as empresas e os salários, mas é que isso deveria trazer - como um Memorando de Entendimento ao contrário - condições.

Discutam-se essas condições. O fim às ilegalidades, às jornadas de trabalho sem fim e sem paga adequada, os contratos temporários, os baixos salários, a desigual repartição de rendimento nas empresas, as transferências de capital para offshores, os RERTs e todo o edifício legal instituído. As sociedades não são para serem derretidas em lucros não tributados.

Leão Marques disse...

Gostava de saber se os lucros apresentados são destas empresas em Portugal ou no mundo.

Anónimo disse...

En Portugal praticamente não existe um Ministerio da Economia .Aquilo que existe é um superministerio das finanças das contas certas.
É uma imposição de Bruxelas e do BCE.A Escola de Chicago no seu melhor estilo e que encontra eco no dogmatismo dos Euroentusiastas. Uma ciência baseada em dogmas.
Quanto ao lay- off , verificamos que mais de 10% dos trabalhadores portugueses já se encontra nessa situação
Saberão os responsáveis pelo poder publico em Portugal o que isso significa e as suas consequências?

Anónimo disse...

Obviamente que um país em estado de emergência tem de pôr os lucros das empresas ao dispôr da sociedade, isto já nem é uma questão de decência é mesmo uma questão de necessidade.

A. Pinto disse...

Pensando devagar, ou mesmo devagarinho. Uma Empresa é um meio social, composto por meios de equipamento e recursos Humanos, em que uns não funcionam sem os outros. Em que o custo dos salários deveria ser calculado, em função da satisfação do bem estar e qualidade de vida do trabalhador, tendo ainda em linha de conta a média de agregado familiar. Sendo em função deste vector, planificada toda a estrutura de custos, directos e indirectos, definindo daqui o seu valor de venda mínimo da matéria produzida. O mercado criará o intervalo de comercialização. Em qualquer empresa a distribuição dos lucros, não deveria constituir-se numa função de proporcionalidade entre a concorrência de todos os vectores, que para ele concorrem? - Penso que sim! Nesta condição o trabalho deveria ter a sua compensação dos lucros, na exacta medida da sua proporcionalidade directa para a formação do Vv.