Neste contexto, quero daqui saudar Ferro Rodrigues pelo seu empenho e bom senso democráticos, merecendo críticas de alguns complacentes que se dizem de esquerda e sobretudo de uma direita dita conservadora-liberal. Basta raspar um pouco e revela-se o eterno ódio desta última à revolução democrática e nacional. É um combate pela memória que se trava, com implicações óbvias em tempos perigosos.
Quando as coisas apertam, esta direita já simpatizou com soluções autoritárias, do tipo suspensão da democracia, proposta por uma Ferreira Leite agora só aparentemente ensandecida. E quiseram mobilizar a Igreja Católica, vejam lá o despudor, à boleia de comparações com a Páscoa. Felizmente, a nossa democracia nunca teve uma questão religiosa. E a Assembleia da República (AR) não foi encerrada no estado em que nos encontramos, o que diz bem de nós. Era o que mais faltava que o fosse no seu dia inicial.
Como também denunciou Vítor Dias, depois do 25 de Abril, voltam-se agora para o 1º de Maio. Sabem que a revolução democrática foi feita também pela mobilização laboral, à qual devotam um ódio sem quartel. A democracia que suportam até ver é para ficar à porta do local onde se trabalha.
Este ódio tem agora um lugar cada vez mais proeminente na imprensa dita de referência, com toda a mentira associada ao tipo de mobilização desde o início planeada pela CGTP. Sim, estamos a falar de gente como Maria João Marques, ou seja, da observadorização em curso na opinião do Público, já que ela veio desse e de outros blogues da direita pura e dura.
Este ódio tem agora um lugar cada vez mais proeminente na imprensa dita de referência, com toda a mentira associada ao tipo de mobilização desde o início planeada pela CGTP. Sim, estamos a falar de gente como Maria João Marques, ou seja, da observadorização em curso na opinião do Público, já que ela veio desse e de outros blogues da direita pura e dura.
Se acham que isto é um exagero, acordai, porque o que aí vem não autoriza sonos da razão. É bom saber que, na AR, há democratas que não dormem no exercício das suas funções.
25 de Abril sempre, fascismo nunca mais: na AR e, às 15h, nas janelas de todo o país.
9 comentários:
Caro João Rodrigues,
Quando se discute a adoção de tecnologias de informação (TI) por parte das organizações geralmente dividem-se as organizações em duas categorias: as que partiram dos processos e serviços existentes e simplesmente os digitalizaram (isto é, continuaram a fazer como sempre fizeram, agora apenas em suporte digital) - digitalização; e as que analisaram o potencial e as características das TI e aproveitaram para redesenhar os processos e serviços tendo em conta essas características e potencial, desta forma oferecendo serviços inovadores e que respondem melhor ao que os seus clientes necessitam e pretendem - transformação digital.
A crise do Covid veio impor restrições em praticamente todas as áreas da nossa vida em sociedade. E as TI, por permitirem as interações sem contacto físico, foram naturalmente a ferramenta escolhida para ultrapassar essas restrições.
É natural que, num primeiro momento a urgência dite que a forma como essas TI foram adotadas pelos diversos setores (económicos, sociais, políticos, ...) seguisse essencialmente um modelo de digitalização: manter exatamente as mesmas práticas, apenas agora recorrendo a plataformas digitais para o fazer. Mas já era altura para deixar de pensar assim e refletir melhor num quadro de transformação digital.
O 25 de abril tem de ser comemorado: agora e sempre; em comemorações populares e em cerimónias solenes e oficiais. Mas não é de agora que o modelo das cerimónias solenes e oficiais era alvo de reflexão crítica. O modelo, não as comemorações (a não ser por uma parte ínfima da sociedade, o que tem de se aceitar numa democracia pluralista).
A Assembleia da República podia ter aproveitado este momento para mudar esse modelo (mantendo e até reforçando as comemorações oficiais), dando o exemplo à sociedade e adotando uma perspetiva de transformação digital em vez de uma perspetiva de simples digitalização. Podia ter sido inovadora, tal como têm sido inovadores muitos dos setores da sociedade para fazer face à pandemia (por exemplo, https://www.projectopenair.org/). Perdeu essa oportunidade e preferiu manter o modelo anterior, apenas adaptado (o modelo digitalização). É pena.
Do ódio ao 25 de abril.
https://www.coimbra.pt/2020/04/coimbra-celebra-46o-aniversario-do-25-de-abril-com-iniciativas-partilhadas-online/
O 25A opôs-se ao que vinha sendo uma acção política medíocre, hesitante, incapaz de anunciar um futuro para o país.
Foi uma festa porque se celebrou um futuro que se adivinhava, não porque se libertava dos horrores que propagandeiam os que por esse meio buscam legitimar-se pelo seu passado e não pelas suas acções no presente.
Agora, que há anos se vive numa confrangedora mediocridade que sempre anuncia um futuro de ameaças, que paralelo existe entre a festa de 1974 e a mascarada de 2020?
Nenhum!
Onde havia festa há melancolia, onde havia fé há descrença, onde se adivinhava grandeza há mediocridade em dose que então seria inimaginável.
Do ódio ao 25 de Abril
E Jose levantou-se
Embora com aqueles tiques um pouco semi-envergonhado pós derrota de um dos seus,um tal de Passos Coelho. Na altura dos anos de chumbo ele proclamava bem alto a sua filiação. E berrava bem alto o seu ódio a Abril.
A confrangedora mediocridade passa também por aqui.Por esta cobardia que oscila com os ventos e as marés mas que todavia tem uma utilidade. Serve de alerta para a retomada do poder por estas coisas
Mais um
Mais um excelente artigo de João Rodrigues
Chapeau
Com grande dignidade ( mais até que em anos anteriores) e apesar do aproveitamento político que se fez em torno das comemorações, estas decorreram exemplarmente
E foi comovente ouvir mais uma vez Grândola Vila Morena
Ou esse magnífico Acordai!
Jose
Cada um sente esta data consoante as suas sensibilidades
Contudo ... 25 de Abril Sempre no passado, no presente e principalmente no futuro
Há aqui alguém que tenta reescrever a História
Definir a trampa em que o fascismo se tinha atolado como "acção política medíocre, hesitante, incapaz de anunciar um futuro para o país" é sinal pelo menos de duas coisas:
-Da incapacidade já de defender a dita trampa
-Da tentativa de a fazer passar eufemisticamente desta forma
O horror que se tenta negar é no entanto o rabo do gato escondido da mascarada que se quer fazer passar
A miséria,a fome,o subdesenvolvimento, os donos disto tudo,os crimes, os assassinatos denunciam a trampa de que se fala
E as inúmeras vítimas da guerra colonial, tão esquecida por uns tantos, apontam o caminho eivado de cadáveres dos que mandaram matar e morrer pelas colonias, para grã riqueza de uns tantos. Esse punhado destinado a se tornar cada vez mais rico, deixando como herança o produto do saque para que se cumprisse o fado na mão dos seus herdeiros
Inovar é pôr a AR a celebrar Abril e, quiçá, a votar leis com likes no FB! Certo! Essa de chamar "cliente" ao cidadão é todo um programa...
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