quarta-feira, 29 de abril de 2020

A música tem mesmo de ser outra


Qualquer intervenção do Estado na TAP implicará que o Estado acompanhe todas as decisões que são tomadas com impacto na vida da empresa (...) A música agora é outra na TAP (...) É bom que estejamos conscientes que a missão é salvar a TAP e não nenhum acionista em particular (...) Estamos interessados que parceiros nos acompanhem na intervenção na empresa. Se não acompanharem, o Estado não deixará cair a empresa. Mas isso terá consequências na relação societária (...) O Estado está a acompanhar a situação tremendamente difícil da TAP e a estudar diferentes alternativas de intervenção e a discutir o seu futuro de acordo com interesse nacional, e não de qualquer interesse particular. A TAP sem intervenção pública não tem qualquer possibilidade de sobreviver.

Se um dos fundadores não vem ao blogue, vamos nós até Pedro Santos.

Entretanto, os trabalhadores da aviação exigem o controlo público da TAP.

Como por aqui se tem defendido, a reconstrução de um sector empresarial público robusto, capaz de ser instrumento de um Estado estratega, é uma necessidade imposta pela realidade: da TAP à banca.

No fundo, trata-se de alargar o espírito de umas oficinas da CP ou de um laboratório militar do Estado, sendo que quantidade tem de ser alteração qualitativa, reconstrução a sério de um Estado soberano, capaz de planear e de pilotar a economia para fora de uma crise sem paralelo.

Como dizia a outra senhora, não há alternativa. Ou melhor há, mas é mesmo cada vez mais bárbara.

19 comentários:

Jose disse...

«um Estado estratega»

Não se esqueçam de juntar à TAP uma agência de viagens.

Anónimo disse...

A música tem mesmo de ser outra

Cairão por aqui, desaustinados e enfurecidos, os amantes dos interesses privados e dos privados interesses.

Têm que defender as suas coutadas. E este tipo de discurso é tão perigoso que virão em matilha...como os chacais

Anónimo disse...

Pois é

Mas o humor de Jose não está em alta. Só lhe sobra este ódio de estimação aos nossos instrumentos de soberania?

É pouco. É pobre. É risível.

Ponham-lhe o fisco atrás das rendas e ele quererá partir logo através de uma agência de viagens para qualquer prostíbulo, perdão, offshore da sua predilecção

Anónimo disse...

Nem sempre estou de acordo com o Pedro Nuno Santos, longe disso até. Mas há uma coragem que lhe devo reconhecer: não sendo nós os dois parceiros do mesmo clube de esquerda, somos ambos e ainda assim, (parece-me, pelo menos), orgulhosamente de esquerda. Isso deveria levar a que, sem surpresa, convergíssemos no que toca ao controlo público da TAP e de outras empresas estratégicas nacionais? Concerteza que sim. Contudo e descendo da abstracção teórica ao plano concreto, para alguém que faz parte de um governo do PS, posicionar-se assim, de um modo tão "extremista", é bem capaz de lhe traçar o futuro. A ver vamos.

PauloRodrigues disse...

Com frasquilho aos comandos da tap e siza vieira a supervisionar, "vou ali e já volto".
Lembro o caso dos US Postal Service (artigo de Max B.Sawicky no Jacobin Mag): os USPS são públicos, mas foram-lhe impostos n restrições com o objetivo de beneficiar concorrentes privados dos serviços postais.
"Politicians do things by half" The Stranglers "Skin Deep".

Jose disse...

Dizer público é dizer incapaz de sobreviver em concorrência.
Ou o consumidor ou o contribuinte têm que lhe suportar a ineficiência e o compadrio.

Anónimo disse...

No regime Salazarista o Estado possuia 90% do capital da TAP desde a sua fundação , Hoje tem apenas 50%. Como chegámos a esta situação?
Outra situação muito grave é a dos CTT que foi privatizada na sua totalidade e que sempre pertenceu ao Estado desde a sua criação nos tempos remotos da Monarquia.

Geringonço disse...

"Patrões propõem entrada do Estado para segurar empresas durante a crise"

https://www.publico.pt/2020/04/30/economia/noticia/patroes-propoem-entrada-estado-segurar-empresas-durante-crise-1914503

Tu queres o Estado só para ti e para o teus amigos troll Jose!

De compadrio sabes tu muito... Porque não nos ensinas?

Anónimo disse...

A pior coisa que se pode fazer em economia política é substituir um monopólio estatal por um monopolio privado ou mesmo por um oligopólio privado.
O oligopólio privado normalmente leva ao cartel.
Em Portugal temos já uma série de exemplos como por exemplo o da energia elétrica e o das telecomunicações . As telecomunicações em Portugal apenas aparentemente progrediram e são caras.
Quanto á energia é melhor nem sequer falar nisso. Vejamos qual o preço do Kilowatt.hora de origem eléctrica em Portugal.
Pergunta-se ? Aos preços existentes é possível haver industria transformadora, em Portugal ?
A Juntar a isso ´há o elevado custo dos terrenos destinados às plataformas das unidades industriais devido á especulação imobiliária, e da construção, pois a construção em Portugal utiliza tecnicas obsoletas.
Onde a coisa funciona um pouco melhor é nas empresas de obras publicas pois os requisitos são maiores e a fiscalização é mais apertada essencialmente na administração central,nos municípios não citamos para não ferir susceptibilidades.
Não podemos é andarmos constantemente a enganarmo-nos a nóa proprios.


Jose disse...

Como chegamos a isto?

Eis um exercício que ninguém quer fazer.
Sempre se chegaria à mesma conclusão: onde havia acumulação de capital e investimento passou a haver felicidade= rendimento, consumo e dívida.

Anónimo disse...

O problema é não terem coragem de deixar estoirar o que tem de estoirar. Caso contrário, são sorvedouros de dinheiro. Por isso é que os trabalhadores querem trabalhar para o estado. Façam ou não façam, trabalhem ou não, a teta está garantida, porque Zé paga. Sendo público, ainda dá para meter uns amigos e familiares, ficam garantidos para a vida. a gestão socialista ( ainda há socialistas, ou só a mania que são socialistas) nunca funcionou em lado nenhum, haveria de funcionar aqui porquê? São mais inteligentes que os da antiga Urss e Rda e quejandos? Tirando o sns, deixe-se estoirar,cancros sorvedouros de riqueza e infestados de incompetentes, já há muitos.

Anónimo disse...

Fala-se na TAP,numa oficina da CP, num laboratório militar do Estado...

...e joãopimentelferreiravitorpereirapaulorodrigues fala nos USPS daquele jeitinho a chutar para canto

Anónimo disse...

Jose tem azar.

Depois daquele humor serôdio e tão em forma de agente de viagens frustrado, volta-se para o que lhe é habitual

Volta-se contra as funções sociais do Estado,assumindo o seu carácter de replicador das teses mais destrambelhadas dum neoliberalismo obsceno

"Dizer público" é incapaz, blablablablablabla e blabkla

Teve azar. Geringonço acerta no alvo.

E João Rodrigues explicita, num outro seu post magnifico, o que estes gajos da CIP e das confederações patronais querem

Querem viver à conta do Estado.Socializar os prejuizos e açambarcar os lucros.

A mão invisível a funcionar mas de acordo com as tetas do Estado de que se querem servir

Uns verdadeiros mamões estes tipos.Sem vergonha e repelentes

Jose teve de facto azar.

Anónimo disse...

Do comentário das 22 e 16 nem vale a pena perder tempo.

Daquele género de neoliberal em final da época a bufar contra o Estado e os seus trabalhadores. Até se adivinha o choradinho pela gestão austeritária de Passos Coelho,mais os amigos e familiares, todos montados na segunda derivada do João pimentel ferreira

Que como incompetente se repete, desta forma travestida

Jaime Santos disse...

Se o Estado paga, o Estado deve mandar, isso parece-me claro, em vez do acordo actual que prevê que o accionista minoritário faça o que quer.

Esperemos no entanto que Pedro Nuno Santos não acabe a engolir as palavras como quando defendeu que Portugal se devia marimbar para os credores. Dá muito jeito para malhar na Direita (gostei), mas só se for consequente. Ora a entrevista de Costa à RTP não é muito auspiciosa para as pretensões do seu Super-Ministro. Cuidado com as entradas de leão com saídas à Syriza...

Agora, gostava sinceramente de perceber o que é isso do Estado Estratega. Qual é a componente de inovação que uma companhia aérea traz para a Economia Nacional, sendo que a aviação é um dos sectores económicos mais poluentes (George Monbiot defende que as companhias aéreas devem simplesmente falir)?

Se me vier dizer que serve para atrair turistas a Portugal, eu respondo-lhe que não é a Esquerda que rejeita o modelo do turismo de massas, sector onde aliás predomina a precariedade e os baixos salários (e que nos tem posto o pão na boca)? Parece-me hipocrisia...

Se é a questão da ligação às nossas comunidades migrantes (já sei que defende a fronteira, mas ainda bem que ela se mantém aberta a quem quer entrar ou sair), de acordo, mas aí o Estado que subsidie a empresa e diga porque é que está a subsidiar. Se é para proteger empregos, idem.

Mas então ficaremos esclarecidos sobre o que é um 'Estado Estratega'. Isso quer simplesmente dizer um Estado que mantém a funcionar por motivos impreteríveis empresas que de outro modo iriam à falência.

Ora, se isto se aceita num ou noutro caso, não pode estender o conceito ao resto da Economia. Ou melhor, pode, mas isto chama-se URSS e não acabou lá muito bem...

É que para mudar a partitura, convém que a peça nova seja melhor que a anterior, o maestro a saiba conduzir e os músicos não desafinem. O exemplo acima não é a esse respeito muito abonatório, no fim de contas, os cenários, os cantores, os músicos e o maestro acabaram todos no vão e daí partiram rumo ao subsolo...

Anónimo disse...

O Jaime Santos ainda se diz do Partido Socialista?

Ou navega já nas águas francas do Passismo que assentou arraiais no Observador?Junto com aquela coisa do Francisco Assis?

Anónimo disse...

Impressiona ver o contorcionismo de Jaime Santos.

Repare-se na sua azia para com João Rodrigues. Não gosta que este desmascare o acampamento neoliberal, nem o pedido de ingresso semi-oculto de JS junto dos feirantes austeritários

Mas repare-se no seu comportamento para com Pedro Nuno Santos.

Já todos percebemos,nem é preciso dizer mais

( Nem vale a pena falar no Syruza...não foi JS que se fartou de elogiar a traição do Syriza para com o povo grego? Agora esqueceu-se do elogio aos traidores e da saída que estes encontraram para se acoitarem nos braços dos amigos neoliberais? )

Anónimo disse...

Mas JS assume cada vez mais o seu papel de neoliberal encartado,a tentar encontrar argumentos para as suas inclinações cada vez mais para a direita

Um dia irá pedir batatinhas às grilhetas dos seus amigos neoliberais,argumentando que até defendeu a privatização da TAP,e disse que ela era muito má e disse que era poluidora e mais o turismo de massas e disse que ia à falência, e mais todo o argumentário dos que se babam pelos negócios com a venda da TAP. Até poderá apresentar este discurso miserável e repelente como comprovativo de.

Nesse dia ouvirá um claro:

"Roma não paga a traidores"

Tipos desta "qualidade" não são de facto de confiança.Nem mesmo para o lado para que se bandeiam

Anónimo disse...

O que terá este jose contra a felicidade?

E contra os trabalhadores?

Dos cantos obscuros de paredes bolorentas sai o ódio também ideológico dos que gritavam ( e gritam) os "viva la muerte"

É por isso que títulos magníficos como este do Público lhe devem fazer uma azia dos diabos

“Todos os trabalhadores têm direito a ser felizes”

"Foram despedidos, entraram em layoff, perderam rendimentos. Trabalham receosos e temem o futuro. Em que pensam os trabalhadores neste 1º de Maio, quando uma pandemia virou o mundo do avesso? Liberdade, esperança, resiliência, fé, medo – e o “vazio” que o desemprego traz"