quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Zeitgeist?

O Partido da Esquerda (Die Linke) obteve um resultado histórico ao conseguir eleger deputados nas eleições regionais em dois estados na parte ocidental da Alemanha (5,1% em Hessen e 7,1 na Baixa Saxónia). É agora um partido com implantação nacional. Como assinalava, na semana passada, esta detalhada reportagem do sempre atento, embora também enviesado, Financial Times (o melhor barómetro daquilo que preocupa os defensores do status quo neoliberal), o crescimento da esquerda alemã é parte de um forte contra-movimento que está a contestar as crescentes desigualdades e a duradoura compressão dos salários. Diz-se que o SPD, cada vez mais pressionado à esquerda, teve de repudiar parcialmente a famigerada agenda 2010 que reduziu fortemente os direitos dos trabalhadores alemães e que, graças a essa viragem, conseguiu alcançar bons resultados. Aumento das despesas sociais e salário mínimo são alguns dos novos temas na agenda política. A seguir com atenção. Para ver se aprendemos alguma coisa. Para ver se a ala esquerda do PS - que oscila entre a excessiva discrição ou, como bem sublinha Daniel Oliveira, a inconsistência - aprende alguma coisa.