domingo, 20 de janeiro de 2008
Ironias da história económica
O «complexo Wall-Street-Tesouro» dos EUA, directamente, ou por intermédio do FMI e do Banco Mundial, tudo fez para que os países em vias de desenvolvimento aderissem ao malfadado «consenso de Washington». Isto foi nos anos oitenta e noventa, o período dourado do neoliberalismo. As privatizações maciças, e tantas vezes desastrosas, eram um dos principais pilares de um consenso que entretanto se esboroou. Felizmente nem todos os governos seguiram essa receita e muitos dos que a seguiram já a ultrapassaram. Aprenderam com as crises económicas recorrentes. E agora, como já aqui o Nuno Teles tinha notado, estamos perante uma dessas deliciosas ironias da história económica: são os governos dos países emergentes que utilizam as suas colossais reservas para, através de fundos de investimento detidos pelo Estado, «salvar» os colossos financeiros privados de Wall-Street. Estes fundos estão a crescer (embora o seu peso seja ainda diminuto) e as suas justificações são variadas: desde puras estratégias de rentabilização de activos até instrumentos da reabilitada política industrial. Sobre os «fundos soberanos» e o emergente «capitalismo de Estado» vale a pena ler agora o excelente artigo de Andrew Leonard (via blogoexisto) e a sempre atenta, e quando a crise aperta pragmática, The Economist.
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5 comentários:
Joao, relacionado com as tuas primeiras frases, daa uma vista de olhos neste artigo: http://www.project-syndicate.org/commentary/stiglitz93
Obrigado João pelo artigo.
Não deixar de ler também na mesma edição do "The Economist" o artigo sobre a situação do Millennium BCP.
E este do Martin Wolf, com links e tudo...
http://farmaciacentral.wordpress.com/2008/01/21/mercados-de-laranjas-e-mercados-de-factores/
Joao
Já fiz referência numa posta mais abaixo. Obrigado por ter disponibilizado o artigo João.
Tem razão Artur. Chegámos à The Economist. Já nem é preciso publicidade do governo a falar da west coast. Far west...
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