Porque o ‘mundo é a nossa tarefa’

Nada melhor do que iniciar o ano com boas leituras. Recomendo sem reservas este artigo de Perry Anderson, saído no último número da New Left Review. Em primeiro lugar, uma nota sobre a revista: trata-se, quanto a mim, da mais interessante publicação de teoria social crítica no campo marxista e pós-marxista e mostra como estas tradições, feitas de uma enorme diversidade, debate interno e abertura, continuam a fornecer as melhores grelhas de leitura para pensar a articulação entre o económico, o político, o social e o cultural no capitalismo e também, embora este aspecto esteja infelizmente muito menos desenvolvido, as melhores intuições para pensar o que poderá e deverá vir depois. Em segundo lugar, uma nota sobre Perry Anderson: não conheço melhor e mais lúcido pensador marxista. Pessimismo da inteligência em todo o seu esplendor. Em terceiro lugar, uma nota sobre o artigo em questão: são, muito simplesmente, algumas notas sobre a evolução da «conjuntura» mundial dos últimos sete anos. Acho que é difícil, em pouco mais de vinte páginas e com poucas contemplações para optimismos da vontade deslocados, encontrar uma análise mais arguta do capitalismo contemporâneo. Hei-de voltar a este texto e às discussões que ele convoca. Que revista ou site arrisca a sua tradução?