quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Certificados de aforro: mais um frete à banca?

É a última grande novidade deste governo: a emissão de uma nova série de certificados de aforro, que acaba com o poder atractivo destes produtos de poupança face à concorrência privada. Na nova série (C), a taxa de remuneração base continua indexada à Euribor mas vai ser mais baixa logo que os juros comecem a cair (devido à nova fórmula de cálculo); e o prémio de permanência (que era a grande vantagem dos certificados) é completamente revisto, não só alargando-se o prazo necessário para atingir a taxa máxima (de quatro para nove anos), como impedindo que o aforrador possa manter essa taxa máxima por mais do que um ano.
Por outro lado, relativamente aos certificados actuais, que as pessoas (na maioria idosos) já subscreveram, o Governo também não se coibiu de reduzir a taxa de remuneração, violando os direitos adquiridos pelos aforradores que, quando compraram certificados, fizeram-no com base num conjunto de condições. Há muito tempo que se diz que as actuais condições remuneratórias dos certificados de aforro eram demasiado vantajosas, saindo muito caro aos cofres do Estado. Até pode ser verdade. Mas também é verdade que quem beneficia directamente com esta descaracterização dos certificados são os bancos e outras instituições financeiras que comercializam produtos semelhantes (até o nome é igual em alguns casos) e que a partir de agora passam a ser mais rentáveis do que os do Estado.

4 comentários:

cadeiradopoder disse...

Boa chamada de atenção. O que parece, muitas vezes é. E não há coincidências.

Pedro Sá disse...

Os certificados de aforro deviam era deixar de existir daqui para a frente (obviamente sem prejuízo dos que existem). Incentivar a poupança é uma atitude salazarenta.

Anónimo disse...

O melhor da história é que existe total consenso entre os principais fazedores de opinião económica acerca da necessidade de estimular as famílias portuguesas a poupar. Esse é aliás o mesmo argumento de quem defende as isenções fiscais aos bancos que, como se tem visto, lhes têm servido para estimular imenso a economia portuguesa.
Parece o final de uma anedota de mau gosto.
Ricardo Noronha

Anónimo disse...

Já tou a ver:um desses merdas de ministros à cabeça do BES,avençados pelos BPI.Isto já cheira muito mal e estes gajos já merecem um levantamento popular.De fosse em Espanha estavam f******.Mas este povo é muito merdoso que já nem se coibem de nos dizer nas trombas ao que veem.E tá tudo bem,graçaz à deuzzz