sexta-feira, 17 de abril de 2020

Indignados sonsos


É sempre adorável ver as fações da sociedade que não se mobilizam por coisa nenhuma estarem muito ativas na sua indignação pelo facto de o parlamento ir celebrar o 25 de Abril, ao ponto de fazerem um abaixo-assinado contra a sua realização.

Coincidentemente, ou não, são as mesmas fações da sociedade que viram um país a ser desmembrado pela austeridade e ficaram entre a inação e o entusiástico aplauso.

Querem mesmo convencer-nos que a vossa grande preocupação é a saúde pública? Não nos gozem.

O parlamento deve celebrar o 25 de Abril, sim. Até para lembrar que, se hoje somos capazes de responder com eficácia a esta pandemia, é porque a constituição que dessa revolução decorreu consagrou como princípio fundamental a saúde pública universal.

Muito contra a vontade das alas da sociedade que agora nos brindam com a sua indignação sonsa. Não esquecemos.

13 comentários:

PauloRodrigues disse...

Os mesmo que festejaram as vitórias de trump e bolsonaro.

Geringonço disse...

Não serão essas as mesmas facções* da sociedade que agora imploram (mais uma vez...) pela ajuda (€€€€) do Estado e adoravam que o serviço militar obrigatório regressasse?

Em tempos de descrédito da ideologia/ religião/ seita "mercado livre" é sempre bom ter o papá Estado para lhes passar o guito como para dar umas cacetadas naqueles que protestam o regabofe das "elites".

*escrito sem ter em conta o acordo ortográfico.

Victor Nogueira disse...

Pois. Talvez seja de lembrar que na madrugada de 25 para 26 de Novembro de 1967 houve calamitosas cheias na região de Lisboa e arredores que provocaram mais de 700 mortos e destruíram milhares de habitações, tendo o Governo de então proibido a divulgação dum aviso prévio pela Meteorologia, alegando não querer causar alarme social, censurando posteriormente as notícias relativas ao sucedido.

Rão Arques disse...

CARAS E COROAS
É sempre deplorável ver facções da sociedade sempre actuantes para comemorar datas de que vulgarmente não respeitam o seu significado.
Se calhar as cartas abertas dos inertes e cansativos notáveis são consideradas mais importantes do que os abaixo-assinados promovidos por vulgares cidadãos no pleno uso de uma iniciativa irrecusável, à luz dos direitos fundamentais
Coincidentemente, ou não, foram estas mesmas facções da sociedade a criar as condições que conduziram o país a ser desmembrado pela austeridade de que eles próprios foram obreiros, e balançam sem pudor entre o desprezível endossar de culpas e a entusiástica reprovação de quem lhes suportou a herança.
Querem mesmo convencer-nos que a vossa grande preocupação é o país? Não nos gozem.
O parlamento pode celebrar o 25 de Abril, sim. Até para lhes lembrar que, a melhor comemoração deve ser na prática corrente daquela casa com um comportamento ético e democrático irrepreensível, ao contrário das lamentáveis cenas a que vulgarmente se assiste.
Em defesa da capacidade de responder com eficácia a esta pandemia, é necessário que os nossos representantes cumpram com rigor e dêem o exemplo daquilo que recomendam e exigem aos seus representados.
A constituição que dessa revolução decorreu consagrou como princípio fundamental a liberdade emitir opiniões e aderir a acções à margem do tão gasto como inquietante politicamente correto.
Muito contra a vontade das alas da sociedade que agora nos vão brindando com um comportamento mal temperado que é bom não esquecer.

João Pimentel Ferreira disse...

O que é o 25 de Abril sem abraços, cantorias lado-a-lado e sem a descida da Avenida?

João Pimentel Ferreira disse...

Uma pergunta de um ateu aos camaradas de esquerda: e as igrejas, devem poder abrir no 25 de Abril? Ou autorizamos apenas as liturgias do regime?

PauloRodrigues disse...

Beware of the religion that markets know best.
Joseph Stiglitz.

Anónimo disse...

Rão arques não é o João Pimenbtel Ferreira? E não é o PauloRodrigues?

A fazer as funções de evangelista papa-hóstias dos que odeiam Abril?

Confirmadamente com aquele sentido de honestidade semelhante àquele pastor evangelista de Bolsonaro que foi apanhado a fazer a liturgia com a mulher do próximo, depois de um sermão severo e tonitroante contra as mesmas liturgias com a mulher do próximo?

Anónimo disse...

...confirmo que rão arques é mesmo o tal joão pimentel ferreira,elemento que pontifica nos antros da extrema direita com esta violência verbal que se replica

Rão arques dissertando sobre António Costa precisamente num desses antros:

"Já foi demitido ( António Costa)quando perdeu as eleições, e depois das sucessivas broncas no comando do governo a ser arquivadas só sairá à bastonada"

É comparar este bolsar alarve nos sítios por onde pontifica, com os toques de pitonisa no trapézio para enganar incautos

É bom reconhecer estas tácticas de aldrabão sem escrúpulos

António Pereira disse...

Sem o 25 de abril não podíamos todos estar aqui a emitir as nossas opiniões e a fazerem-se petições, portanto celebre-se o dia da liberdade. Uns no Parlamento, outros em casa, outros a trabalhar porque isto da quarentena não é para todos, e outros não comemoram.

Anónimo disse...

"Não, não venho dizer que toda a contestação que por aí vai à celebração do 25 de Abril na AR seja fruto de ódio ao 25 de Abril pela simples razão de que infelizmente já encontrei nas redes sociais muitos democratas a partilharem dessa hostilidade à celebração.

Prefiro antes pensar que estamos perante um daqueles casos um pouco inexplicáveis de fuga aos factos.

Porque a verdade é que, no dia 25 de Abril, tirando os cravos e um número muito limitado de convidados, a AR vai estar exactamente como tem estado nos dias em que tem reunido ou, para ser mais exemplificativo, quando decidiu os estados de emergência, sem que ninguém tivesse contestado o seu funcionamento nos novos moldes.

Os oponentes da celebração só têm duas hipóteses: ou contestam com fundamentos a verdade do parágrafo anterior ou, não a contestando, reconhecem que a sua oposição não tem nenhuma justificação. Assobiar para o lado é que não vale.

E, neste contexto que ponho à honesta consideração de todos os oponentes da celebração, só venho dizer que feio sinal seria que a AR não comemorasse o 25 de Abril data maior e incomparável da nossa vida como povo e nação.

https://otempodascerejas2.blogspot.com/2020/04/atencao-aos-factos.html

Anónimo disse...

Entretanto reparem nesse mesmo link do desplante do mercenário do observador, um tal João ou Jose qualquer coisa

Henrique Chester disse...

JPF se as igrejas não abrirem cheias de fieis no 25 de Abril, ou em qualquer outro dia, só pode ser falta de confiança em Deus, por mim ateu militante confio na Republica e na Democracia, só posso concordar com a "liturgia" da Liberdade.