terça-feira, 17 de março de 2020

Quem espera pela UE, desespera

Fonte: INE

O primeiro-ministro acaba de anunciar mais uma medida de contenção do vírus Covid19. 

Depois de infectados mais de 100 mil pessoas (sem China), com a Europa a registar 54% desse grupo, o Conselho Europeia decidiu fazer um gesto. Fechou as fronteiras aos países terceiros da UE.

E o Governo português, depois de tudo o que já se passou, seguiu-lhe as pisadas, embora tenha estabelecido excepções: manterá os voos onde - é o argumento oficial - existem comunidades portuguesas fortes: Estados Unidos, Canadá, Venezuela e PALOPs.

Ora, olhando para o 2ª gráfico, relativo à distribuição de passageiros por continente de origem, verifica-se que o grosso dos passageiros vem da União Europeia. A América do Norte tem apenas 3,2% dos passageiros, os PALOPs menos de 2% e os restantes - incluindo a Venezuela e a China - uns 8%. 

Mas - pergunta o jornalista - por que não com os países da União Europeia que são aqueles que mais influenciam os números de infectados europeus? António Costa argumenta que não, porque "tem de prevalecer o princípio da liberdade de circulação".

Prevaleceu a "liberdade de circulação"... do vírus. Medida ousada!

PS:
Para quem leu o comentário que foi feito em baixo, o documento citado do Imperial College sobre o Covd19 é este. E a parte citada é a que vem transcrita na imagem em baixo. Abra-se o debate e pergunte-se ao Governo que estratégia está a ser seguida. 



8 comentários:

Anónimo disse...

Aparentemente houve um relatório que fez Trump mudar de opinião quanto à abordagem a ter em relação à pandemia de COVID-19.

O relatório é este (pdf)

https://www.imperial.ac.uk/media/imperial-college/medicine/sph/ide/gida-fellowships/Imperial-College-COVID19-NPI-modelling-16-03-2020.pdf

O artigo do zeroedge é este:

https://www.zerohedge.com/health/terrifying-new-research-warns-22-million-could-die-us-without-drastic-action

Two fundamental strategies are possible: (a) mitigation, which focuses on slowing but not necessarily stopping epidemic spread –reducing peak healthcare demand while protecting those most at risk of severe disease from infection, and (b) suppression, which aims to reverse epidemic growth, reducing case numbers to low levels and maintaining that situation indefinitely. Each policy has major challenges. We find that that optimal mitigation policies (combining home isolation of suspect cases, home quarantine of those living in the same household as suspect cases, and social distancing of the elderly and others at most risk of severe disease) might reduce peak healthcare demand by 2/3 and deaths by half.

Podemos agora abandonar a treta das meias-tintas e das medidas "porosas" só para salvar a face e realmente implementar medidas de contenção sérias, coerentes e realmente eficazes?

Bmonteiro disse...

Pois.

Anónimo disse...

Não se consegue entender que da zona geografica de onde vem o maior trafego as fronteiras, não sejam encerradas com a excepção das mercadorias.

Anónimo disse...

Peço desculpa por duplicar o conteúdo do post mas não era visível a citação do estudo que refiro acima.
De qualquer forma o essencial é difundir o estudo e exigir seriedade nas medidas de contenção.
Que diabo! O fecho das fronteiras neste contexto não é uma medida política, é uma questão sanitária.

Anónimo disse...

Começam a surgir agora uma série de contradições

João Ramos de Almeida disse...

Caro anónimo,
Não viu porque não estava lá. Foi o seu comentário que me levou a colocá-lo lá.

Anónimo disse...

há uns tempos, aquando da crise refugiados vindos do norte de áfrica, o cartoonista el roto (que acho o melhor dos que conheço), no el pais, publicou um cartoon onde duas pessoas falavam acerca de receber ou não os imigrantes:
- devemos recebê-los, estão a fugir da pobreza...
- eles estão a trazer a pobreza!

rui

Anónimo disse...

Para quem queira ler só uma síntese do estudo e de como obrigou o governo de BJ a reorientar os esforços de contenção da pandemia.

https://www.businessinsider.com/uk-abandoned-coronavirus-strategy-that-would-cause-250000-deaths-2020-3

Por 250000 razões.

Entretanto a OMS revê a taxa de mortalidade do virus de 2% para 3,4%

https://www.worldometers.info/coronavirus/coronavirus-death-rate/

Presumindo uma taxa de infecção de 40% teriamos em Pt 136000 mortos. Considerando uma taxa de infecção de 60% da população teríamos 204000 mortos. Isto sem entrar em linha de conta com as fragilidades do nosso sistema de saúde que determinariam números muito superiores por incapacidade de resposta.