O Financial Times de hoje discute a capacidade de resposta à pandemia no Reino Unido. Um dos problemas é o legado de décadas de restrição do investimento público na saúde. “As políticas, assim como o financiamento reduzido, moldaram o serviço [NHS, o Serviço Nacional de Saúde britânico]. Durante décadas, cortou o número de camas hospitalares a um ritmo superior à maioria das restantes nações."
Um dos entrevistados no artigo lembra que o NHS tem operado "no fio da navalha" durante anos e que a sua capacidade é posta à prova todos os invernos devido aos surtos de gripe e outras doenças, sendo que "não é preciso muito para que o sistema enfrente dificuldades severas das quais tem cada vez mais dificuldade em recuperar".
Não é novidade que o Reino Unido tem atravessado um longo período de austeridade, marcado pela contenção da despesa pública e diminuição do peso do Estado. O NHS não escapou a esta tendência. Os últimos dez anos de governos Conservadores foram, neste sentido, uma "década perdida" e ajudam a explicar alguns dos problemas que o país enfrenta hoje. Sem surpresa, as escolhas orçamentais têm mesmo um grande impacto nas nossas vidas.
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3 comentários:
Ao quadro descrito só falta acrescentar que tudo foi um despropósito injustificável e que o SNS lá do sítio tinha que ter em permanência camas preparadas para uma qualquer pandemia.
Recordo um tempo em que portugueses 'emigravam' para usufruir do SNS britânico!
O professor Steve Keen explica as implicações económicas da pandemia de coronavirus:
https://www.youtube.com/watch?v=HE-44ngyYoA
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