Vem tarde. Quando as coisas se tornam demasiado arriscadas, há sempre alguns entusiastas dos ‘desportos radicais’ que pensam duas vezes. Esse momento chegou.
É ambíguo. Insiste na ‘disciplina fiscal’ sem especificar se se trata da regra estúpida que é sempre violada na primeira recessão ou de alguma coisa mais inteligente que compreende que o défice é “uma variável endógena”.
Pode ajudar. Sobretudo quando defende: 1) uma tesouraria comum que angarie fundos para a zona euro como um todo; 2) uma estratégia que produza em simultâneo a convergência e o crescimento económicos (porque o problema da dívida não pode ser resolvido sem crescimento): 3) que o euro precisa de uma solução europeia (a busca de soluções nacionais só pode levar à dissolução).
"A crise do euro necessita de uma solução imediata. As medidas actuais são insuficientes e tardias e estão a precipitar a agitação financeira global. O euro está longe de ser perfeito, como esta crise teve oportunidade de mostrar. Mas a resposta é solucionar os seus defeitos em vez de permitir que debilite e, talvez, destrua o sistema financeiro global.
Nós, cidadãos europeus preocupados, solicitamos aos governos da zona euro que concordem no princípio de que é necessário um acordo legalmente vinculativo que: 1) estabeleça uma tesouraria comum que angarie fundos para a zona euro como um todo e assegure que os estados-membros aderem a uma disciplina fiscal; 2) reforce a supervisão e a regulamentação comuns, bem como garanta os depósitos feitos na zona euro; e 3) desenvolva uma estratégia que produza em simultâneo a convergência e o crescimento económicos, porque o problema da dívida não pode ser resolvido sem crescimento.
Enquanto um acordo legalmente vinculativo está a ser negociado e ratificado, os governos da zona euro devem entretanto capacitar a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF) e o Banco Central Europeu (BCE) para cooperarem no esforço de controlar a crise. Estas instituições poderão então garantir e, eventualmente, até recapitalizar o sistema bancário e permitir aos países em dificuldades refinanciarem a sua dívida, dentro de limites acordados, a praticamente custo zero através da emissão de títulos do tesouro que podem ser redescontados no BCE.
Solicitamos às legislaturas dos países da zona euro que reconheçam que o euro precisa de uma solução europeia. A busca de soluções nacionais só pode levar à dissolução".
Signatários, às 13h de 11 de Outubro: Asger Aamund (Dinamarca), Martti Ahtisaari (Finlândia), Anders Aslund (Suécia), Gordon Bajnai (Hungria), Mario Baldassarri (Itália), Ulrich Beck (Alemanha), Peter Bofinger (Alemanha), Svetoslav Bojilov (Bulgária), Emma Bonino (Itália), Elmar Brok (Alemanha), Maria Cattaui (Grécia/Suíça), Daniel Cohn-Bendit (Alemanha), Bertrand Collomb (França), Massimo D"Alema (Itália), Daniel Daianu (Roménia),George David (Chipre/Grécia), Howard Davies (Reino Unido), Jean-Luc Dehaene (Bélgica), Ales Debeljak (Eslovénia), Gianfranco Dell"Alba (Itália), Pavol Demes (Eslováquia), Kemal Dervis (Turquia), Tibor Dessewffy (Hungria), Andrew Duff (Reino Unido), Hans Eichel (Alemanha), Joschka Fischer (Alemanha), Timothy Garton Ash (Reino Unido), Anthony Giddens (Reino Unido), Charles Goodhart (Reino Unido), Heather Grabbe (Reino Unido), Charles Grant (Reino Unido), Jean-Marie Guéhenno (França), Alfred Gusenbauer (Áustria), Hans Hækkerup (Dinamarca), David Hannay (Reino Unido), Chris Haskins (Reino Unido /Irlanda), Pierre Hassner (França), Steven Heinz (Áustria), Francois Heisbourg (França), Diego Hidalgo (Espanha), Michiel van Hulten (Países Baixos), Jaakko Iloniemi (Finlândia), Wolfgang Ischinger (Alemanha),Minna Jarvenpaa (Finlândia/EUA), Mary Kaldor (Reino Unido), Glenys Kinnock (Reino Unido), Gerald Knaus (Áustria), Rem Koolhaas (Países Baixos), Fiorella Kostoris (Itália), Bernard Kouchner (França), Ivan Krastev (Bulgária), Armin Laschet (Alemanha), Mark Leonard (Reino Unido), Gerard Lyons (Reino Unido), George Magnus (Reino Unido), Emma Marcegaglia (Itália), Tadeusz Mazowiecki (Polónia), Dominique Moisi (França),Hildegard Müller (Alemanha), Kalypso Nicolaidis (Grécia/França), Christine Ockrent (Bélgica), Dick Oosting (Países Baixos), Mabel van Oranje (Países Baixos), Marcelino Oreja Aguirre (Espanha), Ana Palacio (Espanha), Jose Pérez Fernandes (Espanha), Julian Priestly (Reino Unido), Andrew Puddephatt (Reino Unido), Hélène Rey (França), George Robertson (Reino Unido), Albert Rohan (Áustria), Dariusz Rosati (Polónia), Adam D. Rotfeld (Polónia), Olivier Roy (França),Daniel Sachs (Suécia), Marietje Schaake (Países Baixos), Giuseppe Scognamiglio (Itália), Narcís Serra (Espanha), David Simon (Reino Unido), Aleksander Smolar (Polónia), Javier Solana (Espanha), Pedro Solbes (Espanha), Carlos Solchago (Espanha), George Soros (Hungria/EUA), Pär Stenbäck (Finlândia), Ion Sturza (Roménia), Pawel Swieboda (Polónia), Loukas Tsoukalis (Grécia), George Vassiliou (Chipre), Guy Verhofstadt (Bélgica), Vaira Vike-Freiberga (Letónia), David Vines (Reino Unido), António Vitorino (Portugal), Norbert Walter (Alemanha), Stephen Wall (Reino Unido), Carlos Alonso Zaldívar (Espanha), Stelios Zavvos (Grécia)
3 comentários:
nesta galeria de "notáveis" estão muitos daqueles que nos colocaram nesta posição.
Que significa concretamente:
«1) estabeleça uma tesouraria comum que angarie fundos para a zona euro como um todo e assegure que os estados-membros aderem a uma disciplina fiscal»
e se isso não significa uma perda de autonomia dos estados, conduzindo a um federalismo económico europeu?
CUIDADO !!!
Há aqui muita farinha misturada com FARELO.
Há muitos LOBOS e nenhum CORDEIRO - dos conhecidos.
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