sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Para quê?
Para quê esta brutalidade? É preciso insistir até que respondam a esta pergunta, ou deixem de responder-lhe tornando clara a inutilidade desta auto-flagelação colectiva. Eles já perceberam, ou já perceberam que não podem esconder mais tempo, que a brutalidade não nos vai permitir sair disto.
Já perceberam mesmo que vai ser cada vez mais difícil, ao ponto de se tornar impossível, cumprir as metas do défice. Perceberam sim. Acabei de ouvir Pacheco Pereira a explicar porquê (ver segundo 35): a redução do rendimento reduz a base fiscal e produz buracos “inesperados” e volta a produzi-los quando aos buracos inesperados se responde com mais brutalidade.
Já perceberam portanto o que já era evidente há muito tempo. Mas continuam a insistir, inclusive o próprio Pacheco Pereira.
Para quê esta brutalidade? A única resposta que lhes ouvi até agora foi: temos de cumprir as metas para renegociar com a troika em melhores condições e obter mais empréstimos depois de 2013.
Como se os credores se preocupassem em saber se somos bonzinhos e obedientes ou não. Os credores querem saber é se estamos ou não em condições de pagar o que nos emprestam. E por que é que as condições de novos empréstimos haviam de ser melhores no momento em que estivermos economicamente destroçados e portanto em piores condições de pagar os juros e amortizar os novos empréstimos?
O que há a fazer então? Renegociar com os credores (incluindo a troika) sim, mas já. E tentar parar isto. Unir.
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