Continuar a tentar pensar, lançado na próxima quinta-feira em Lisboa, reúne as crónicas que São José Almeida escreveu para o Público nos últimos anos e quatro textos que discutem alguns dos temas que lhe são caros. Eu discuto a economia política e moral de uma cronista cidadã:
A economia é demasiado importante para ser deixada a economistas e gestores. Em infeliz maioria, estes passaram por uma intensa (de)formação académica e profissional, cujo objectivo parece ter sido o de dificultar o adequado reconhecimento de algo simples, mas radical, que estas crónicas nos lembram constantemente: a economia é política porque trata de questões de poder, de controlo da produção e distribuição de riqueza, de regras que definem quem tem liberdade e quem está exposto a essa liberdade; a economia é moral porque a provisão dos bens e serviços necessários à vida pressupõe acordos sobre os fins que queremos prosseguir como comunidade política democrática, acordos sobre o justo e o injusto, o certo e o errado. Economia política e moral, portanto, com classe, género e outras identidades sociais, com conflito e com cooperação. E sempre com alternativas suportadas por razões e não por cálculos mecânicos.
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