Passos Coelho tentou sossegar os banqueiros ansiosos, garantindo que o Estado será um temporário “accionista passivo” se tiver de entrar no capital dos bancos privados, como tudo parece indicar, para os salvar dos seus negócios com a dívida pública, até há pouco tão apetitosa, já que não é por patriotismo que os bancos nacionais detêm mais ou menos 20 mil milhões de euros desta, a que se tem de juntar outra dívida periférica igualmente reestruturável, mas também para os salvar da dívida privada, num contexto de recessiva austeridade tão intensamente saudada pelos espíritos santos da economia política nacional e geradora de tantas insolvências.
Como referiu Silva Lopes, um economista com quem temos estado muitas vezes em desacordo, mas que sempre criticou a liberalização e a complacência financeiras, o Estado não pode entrar no capital dos bancos para assistir impávido e sereno, sem participar na gestão. O Estado tem de exercer todos os poderes de accionista. Só assim se pode começar a superar um sistema financeiro que tão maus serviços prestou à economia portuguesa, aos sectores produtivos. O crédito é um bem público e tem de ser um instrumento de política económica. Mas não esperem que o governo dos actuais e dos novos aspirantes a “donos de Portugal” perceba isso. Não está na sua natureza.
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2 comentários:
A sua natureza é afundar este já não soberano país à custa dos mercados que são os deuses destes personagens politicos formatados nas «melhores» faculdades do sistema!
para juntar o insulto á injuria, os que falam em "accionistas passivos" agora, eram os mesmos que exigiram que o estado desse as golden shares que tinha, porque "se não mete dinheiro, não pode mandar"
eu que até sou um moderado, começo a achar que isto não vai lá com falinhas mansas...
Miguel
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