As memórias de sábados familiares, com jornais espalhados pelo chão, são inescapáveis e de vez em quando lá cedo à nostalgia e compro o saco com o Expresso. Arrependo-me sempre. Já basta a dieta diária do Público para imprensa convencional em português. Depois passam várias semanas ou mesmo meses antes de cair no mesmo erro.
Afinal de contas, o Expresso é um símbolo maior da decadência e da vincada viragem para a direita desta comunicação social, que só tem paralelo na televisão público-privada. Juntem-lhe a complementar falta de gosto, bastando lembrar como promovem as Joanas Vasconcelos, expressão artística do porno-riquismo que propagandeiam naquela bolha.
Um mero exemplo do que acabei de escrever, uma notícia sobre a liderança do PCP:
“Ironia do destino, foi a esquerda de Jerónimo de Sousa que o deixou de fora deste seu novo combate político. Uma estenose carotídea na artéria esquerda do líder comunista – detetada nos habituais exames médicos de rotina antes de qualquer campanha eleitoral – ditou o seu destino político imediato.”
Fazer ironia política com os problemas de saúde das pessoas é hábito decadente, num jornal dirigido por um produtor de lixo editorial, ou é só uma das facetas mais rasteiras do anticomunismo de sempre?
1 comentário:
Comecei bastante novo a trabalhar(tipografia) no inicio dos anos setenta(habilitações a sexta classe),aprendi muito com os "velhos" tipógrafos,começando a ler o "Diário de Lisboa",quando hoje folheio um jornal (não tendo grandes estudos) vejo que não passam de mera propaganda aos poderes instalados.
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