«Se o banco não representa risco sistémico e não foi para ajudar a economia, resta saber por que razão o Governo avança com um garantia pública para salvar um banco no qual os próprios accionistas não quiseram apostar. Ninguém saberá, mas fica sempre a dúvida se não terá sido para garantir o apoio da poderosa e influente rede de clientes do BPP» (Pedro Sales).
Entretanto, sabe-se que o Banco de Portugal nomeou Fernando Adão da Fonseca como presidente provisório do BPP (Público). Vem do BCP. Uma das instituições que participa na operação de financiamento do BPP garantida pelo Estado. É presidente do «Fórum para a Liberdade de Educação», um grupo de interesse que se dedica a pugnar pela privatização do ensino em Portugal, ou seja, pela expansão do escândalo que são as dezenas de milhões de euros que o Estado entrega todos os anos ao ensino privado no quadro de protocolos de associação (com um crescimento de 30 milhões de euros em 2000 para 221 milhões em 2007). Faz parte da SEDES. É da área do PS, claro. É membro do Compromisso Portugal, organização que, felizmente, anda muito apagada (pudera…).
O neoliberalismo sempre foi assim. Como já aqui e aqui se defendeu, trata-se sempre de promover a reapropriação privada do Estado, das instituições e dos recursos públicos, depois de intervalos de democracia forte. Promover os interesses dos negócios, fortalecidos por anteriores processos de privatização, e a sua expansão a nova esferas da vida exige uma engenharia política com algum grau de flexibilidade. Sobretudo em tempos de crise.
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3 comentários:
A operação de apoio ao BPP mete nojo. A única vantagem advém de vir reforçar fortemente a ideia cada vez mais generalizada de que o PS passou a estar nas mãos das grandes fortunas. O governo e o PS ainda vão pagar bem caro, eleitoralmente, o que acabam de fazer. Principalmente se a operação der para o torto (falência do BPP) antes das eleições do próximo ano.
O plano de salvaçao do BPP representa, se ainda se cresse que o "socialismo moderno" tinha alguma, a bancarrota moral dos "socialistas modernos" da terceira via.
O cartão de visita do senhor (Fórum Para a Liberdade de Educação(!), Compromisso Portugal) vem confirmar que os actores neoliberais estão a reassumir posições, mesmo que isso meta cambalhotas. Isto foi visto logo após as primeiras falências, na sintonia demonstrada pelos banqueiros nacionais quanto à “necessidade de regulação”.
No entanto, com esta espécie de actores, é aconselhável a não ter ilusões…A sangria dos recursos e instituições continuará no seu horizonte.
(Se perder dinheiro no Casino, não desespere…o governo ajuda!)
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