O debate desencadeado pela tomada de posição de cinco economistas a propósito do estado do ensino da Economia em Portugal e a necessidade de aprender com os factos (neste caso as desastrosas consequências da aplicação prática de algumas teorias económicas que ainda continuam a ser ensinadas como se nada estivesse a acontecer), suscita a questão que se segue.
Trata-se de um debate epistemológico. O que é e o que não é ciência? O que é e o que não é Economia? Acontece porem que a epistemologia e a metodologia das ciências sociais se contam precisamente entre os domínios do conhecimento que nos últimos anos foram expulsos dos curricula de economia ou empurrados, juntos com a história do pensamento económico e outros saberes dissonantes, para os níveis de mestrado e doutoramento.
Pressupunha-se, paternalisticamente, que as jovens mentes não deviam ser expostas à incerteza, à dúvida e aos apelos à necessidade de desenvolver capacidades de reflexão autónoma. Primeiro é preciso que “aprendam a pensar como economistas”. O significado exacto de “pensar como um economista” é qualquer coisa que sempre me escapou, mas parece-me que a ideia era esta: quando já “pensassem como economistas”, quando tivessem adquirido hábitos de pensamento rígidos, poderiam ser confrontados com a dúvida ou com posições críticas, porque já estariam "melhor armados" para as rejeitar sem argumentos, nem reflexão. Para as descartar como disparates…
Desprovidos de formação em epistemologia e metodologia apanham-se os economistas agora no meio de um debate epistemológico e metodológico. A impreparação às vezes nota-se. Oh diabo! A ‘coisa’ que deitamos pela borda fora se calhar era importante.
De depuração em depuração o ensino da Economia, encontra-se em Portugal (mas não só), numa situação lamentável: dominado por uma corrente dogmática que recusa confrontar-se com a diversidade característica dos saberes acerca da sociedade e da economia. A denúncia dos cinco economistas é certeira. É preciso devolver a pluralidade ao ensino da Economia.
Trata-se de um debate epistemológico. O que é e o que não é ciência? O que é e o que não é Economia? Acontece porem que a epistemologia e a metodologia das ciências sociais se contam precisamente entre os domínios do conhecimento que nos últimos anos foram expulsos dos curricula de economia ou empurrados, juntos com a história do pensamento económico e outros saberes dissonantes, para os níveis de mestrado e doutoramento.
Pressupunha-se, paternalisticamente, que as jovens mentes não deviam ser expostas à incerteza, à dúvida e aos apelos à necessidade de desenvolver capacidades de reflexão autónoma. Primeiro é preciso que “aprendam a pensar como economistas”. O significado exacto de “pensar como um economista” é qualquer coisa que sempre me escapou, mas parece-me que a ideia era esta: quando já “pensassem como economistas”, quando tivessem adquirido hábitos de pensamento rígidos, poderiam ser confrontados com a dúvida ou com posições críticas, porque já estariam "melhor armados" para as rejeitar sem argumentos, nem reflexão. Para as descartar como disparates…
Desprovidos de formação em epistemologia e metodologia apanham-se os economistas agora no meio de um debate epistemológico e metodológico. A impreparação às vezes nota-se. Oh diabo! A ‘coisa’ que deitamos pela borda fora se calhar era importante.
De depuração em depuração o ensino da Economia, encontra-se em Portugal (mas não só), numa situação lamentável: dominado por uma corrente dogmática que recusa confrontar-se com a diversidade característica dos saberes acerca da sociedade e da economia. A denúncia dos cinco economistas é certeira. É preciso devolver a pluralidade ao ensino da Economia.
5 comentários:
Concordo com este post.
Existem aliás dois temas que têm sido pouco (e mal) debatidos dentro da Ciência Económica: a concentração dos mercados e a globalização.
Os economistas formados na perspectiva neoclássica/utltraliberal sempre defenderam, mesmo sem factos objectivos, que os movimentos de concentração empresarial e de globalização dos mercados
são promotores da eficiência e do desenvolvimento. Quem se opunha a estas ideias/teorias era considerado um "herético" e relegado para o grupo dos "maus economistas". O resultado deste dogmatismo intelectual está à vista de todos: excessiva conecentração e globalização deu no que deu... A Economia precisa de uma nova revolução (neo) keynesiana.
Eu subscrevo em completo o teor do post. Para mim, um excelente exemplo é o texto de hoje em A Destreza das Dúvidas do LA-C, onde se usa a equivalência ricardiana dogmaticamente. Tento desmontar isso em http://ovalordasideias.blogspot.com/2008/12/sobre-os-impostos-e-o-crescimento.html.
can you email me: mcbratz-girl@hotmail.co.uk, i have some question wanna ask you.thanks
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