Como bem assinala o João na posta abaixo, a economia solidária distingue-se pela democracia na gestão e pela distribuição dos activos pelos trabalhadores. Se bem que normalmente tais projectos estejam inseridos no chamado «terceiro sector» (nem privado, nem estatal), é importante não confundir a economia solidária com as famosas IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade de Solidariedade Social), aqui já abordadas.
Isto a propósito da recente proposta apresentada pelo PCP na Assembleia da República de extinção da Fundação D. Pedro IV (uma IPSS), face às irregularidades da sua gestão de um bairro social (Amendoeiras) e de várias creches. Uma proposta que se limita a seguir a recomendação já feita pela Inspecção da Segurança Social. Em tempo de pré(?)-campanha eleitoral para a CML, gostava de saber qual a posição dos restantes partidos e candidatos face a esta (urgente) proposta.
O PCP propõe a reintegração dos activos cedidos a esta Fundação no património municipal. Mas, já que estamos perante um caso onde os moradores e pais se organizaram na contestação a esta fundação, não podíamos ser um pouco mais ousados à esquerda e pensar num novo modelo de gestão destes activos que passe pela participação directa e democrática dos seus beneficiários? Um projecto de economia solidária deste tipo não seria uma novidade nesta cidade.
Adenda: A candidata Helena Roseta também já se manifestou publicamente pela extinção da fundação. Acredito que haja mais candidatos com a mesma posição, mas o google não me ajudou a descobri-los.
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1 comentário:
sou mãe de uma criança que frequenta um dos infantários da Fundação D. Pedro IV.
Repugna-me que o Estado deixe que o dia-a-dia de centenas de crianças que não têm vagas em infantários da rede pública seja gerido por ums instituição que comprovadamente usa os seus pseudo fins sociais apenas para sacar dinheiro e património ao Estado e com ele financiar interesses privados (para já não falar em todos os escândalos legais, muito bem resumidos na reposrtagem da rtp).
Quer seja pelas crianças, quer pelos moradores, cujos direitos básicos estão a ser atropelados perante o olhar complacente de quem pode resolver esta questão e acabar com uma vez por todas com esta vergonha, espero que cheguem ao fim os dias de impunidade da Fundação.
É aliás uma exclente oportunidade para trabalhar num projecto de gestão, nomeadamente dos infantários, que passe pelos pais e por quem se preocupa com o bem-estar das crianças. .
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