«A generosidade, a benevolência e a virtude cívica não são recursos escassos de oferta limitada, mas também não são competências que possam ser melhoradas e expandidas de forma ilimitada com a prática. Em vez disso, tendem a exibir um comportamento complexo e compósito, atrofiando quando não são praticadas e invocadas pelo regime socieconómico prevalecente e tornando-se de novo escassas quando são defendidas e estimuladas em excesso. Para tornar as coisas ainda mais complicadas estas duas zonas de perigo (...) não são conhecidas e muito menos são estáveis».
É por reflexões como esta que Albert Hirschman é um dos gigantes da economia política. É por ter feito reflexões como esta que nunca irá ganhar o «Nobel» da economia.
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4 comentários:
lol mas vocês querem fazer heróis à força destes desgraçados de quem nunca ninguém ouviu falar?
Eu por mim agradeço. Prefiro de longe quem coloca questões dificeis do quem se compraz com respostas simplistas.
Caro Filipe,
Lamento que não conheça Albert Hirschman. Economia do desenvolvimento, ciência política, ética económica. Em Portugal até estão publicados dois dos seus melhores livros: o pensamento conservador (pela difel) e as paixões e os interesses (pela bizâncio). Leia. Vai ver que não lhe faz mal.
...e eu acrescentaria "história das ideias". As Paixões e os Interesses é um dos melhores livros de histórias dos conceitos que eu já li, e ajuda a entender as sucessivas transições do pensamento político e económico entre o renascimento e a revolução francesa, sem as quais é impossível perceber as correntes políticas da esquerda e da direita. A começar pelo liberalismo clássico. Até me custa a ver o Filipe Melo e Sousa, do Movimento Liberal Social, exibir desprezo de forma tão alarve por um autor tão útil para entender a ideologia da sua preferência.
Além disso, diga-se que o Hirschman foi um resistente ao nazismo, e que com grande risco ajudou a organizar redes de fugitivos judeus na Europa.
Grande homem, grande autor. Dos meus favoritos.
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