A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, que reúne trinta países «comprometidos com a democracia e a economia e mercado», é desde há muito uma das instituições internacionais mais empenhadas na formulação de sugestões de política pública destinadas a reforçar a trajectória neoliberal seguida pela generalidade dos seus membros.
No entanto, desde há algum tempo, os diagnósticos da OCDE, que não as suas prescrições, têm ganho um tom menos entusiasta em relação a alguns elementos dessa trajectória. Em 2004 reconheceu que a relação entre o grau de regulação das relações laborais e a criação de empregos é frágil ou mesmo inexistente e que as prescrições neoliberais nesta área são geralmente acompanhadas por um aumento das desigualdades e da precariedade. Agora, vem reconhecer que «a expansão do comércio constitui uma potencial fonte de vulnerabilidade para os trabalhadores». Já só falta retirar as ilações em termos de sugestões para a reorientação das políticas públicas.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
É uma vergonha, a realidade não tem respeito nenhum pela teoria. Como é que ela se atreve a desmentir as prescrições dos sábios neo-liberais?
Enviar um comentário