«Criar uma nova cultura não significa apenas fazer individualmente descobertas ‘originais’. Significa também e especialmente difundir criticamente verdades já descobertas, socializá-las por assim dizer e fazer que se tornem em bases de acções vitais, elementos de coordenação e de ordem intelectual e moral».
Acho que esta tese de Gramsci se aplica bem ao trabalho desenvolvido por Doug Henwood, para mim o mais interessante jornalista económico norte-americano. Falar de forma simples e acessível dos mais complexos assuntos económicos requer um domínio fora do comum dos mesmos. Fazê-lo sem simplismos, com humor e ironia finos e de uma forma crítica ainda mais.
Nos seus livros Wall-Street (agora disponível na integra aqui) e After The New Economy, Doug Henwood desvenda criticamente os perversos mecanismos dos mercados financeiros e as falácias que estiverem por detrás dos mitos sobre o fim dos ciclos económicos em capitalismo. Há vinte anos mantém sozinho uma interessante publicação electrónica sobre a economia norte-americana. O seu Left Business Observer, os seus artigos na The Nation, um dos poucos semanários de esquerda nos EUA, ou os seus programas de rádio, são outros exemplos do seu trabalho incansável de divulgação. Sem concessões às ideologias dominantes ou às modas passageiras. Coisa rara no jornalismo. Coisa ainda mais rara no jornalismo económico.
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2 comentários:
Ao certo, ao certo, o que é que defende o Doug Henwood?
Veja os links. Fica aqui uma citação: "Não há nehum mistério em como tornar os pobres menos miseráveis e a classes médias mais seguras. Começa-se com sindicatos, adiciona-se programas anti-discriminação vigorosos e termina-se com um estado providência generoso" (in after the new economy, p. 143).
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