sábado, 2 de maio de 2015
Uma economia estagnada não gera emprego
«Os critérios estatísticos são sempre discutíveis. São convenções, que se alteram ao longo do tempo. (...) O desemprego só pode diminuir realmente quando a economia cresce. É por isso que é muito estranho que a taxa oficial de desemprego em Portugal esteja a descer, com a economia estagnada».
Comentários de José Castro Caldas ao Deutsche Welle, um grupo de comunicação social alemão sediado em Berlim que fez, no final do passado mês de Abril, uma reportagem sobre os números do desemprego em Portugal.
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3 comentários:
O crescimento económico em 2014 foi de 0,9%.
O crescimento médio de 2000 a 2011 foi de 0,6%.
O investimento público maciço durante esse tempo criou emprego artificial que só veio a revelar-se na forma de desemprego já a partir de 2010.
E ainda há quem acredite na mesma receita.
cumps
Rui Silva
Falávamos de desemprego e o sr Silva fala em "crescimento económico".
Eis um exemplo concreto de desvio do que se debate.Agravado por várias circunstâncias menos felizes.O de atirar com números já bastas vezes discutidos por aqui e o seu real significado.Ou o de apontar o ano de 2 000 como ponto de partida, embora o pudesse ter feito a partir do ano de entrada no euro e aí as coisas começavam a ter um significado muito diferente. Ou de escamotear a evolução real do crescimento em Portugal sob a governança da direita/extrema-direita.
Só alguém muito enfeudado ao regime pode fazer crer que hoje Portugal está melhor. Melhor estará para alguns como dias loureiro, alvo dum elogio abjecto, por parte de passos, às suas qualidades de homem de negócios ( era um tipo do BPN ! ).
Números reais, concretos,frescos que desmentem a "receita" do sr silva:
"Sob o governo de direita/extrema-direita do PSD-CDS o país conheceu uma recessão de 6%, o número de milionários aumentou 28%, três deles detêm individualmente mais de 1000 milhões de euros. Para isto, tal como disse Almeida Garrett, o número de pobres passou de 2 para 3 milhões desde 2011. O desemprego é mascarado pelos estágios (41 mil), pelos inativos disponíveis (302 mil), pelo "emprego de inserção e formação profissional (114 mil). São 457 mil retirados dos números oficiais, além da emigração de 350 mil trabalhadores.
O IRS aumentou em média 43%, a taxa de pobreza que o governo mascara com degradantes apelos à caridade passou para 24,7%, e a infantil para 30,9%. O RSI deixou de ser concedido a 116 mil pessoas, o complemento solidário para idosos a menos 83 mil, mais de 70 mil empresas arrastadas para a falência, menos acesso a cuidados de saúde e educação, uma dívida pública que atinge 134% do PIB.
De 2011 a 2014 Portugal pagou de juros 28.528,8 M€, face a 34.646,2 M€ de défice orçamental acumulado, porém a dívida aumentou 58 700 M€ desde final de 2010! Os excedentes orçamentais ficam hipotecados aos juros, envolvendo o país num círculo vicioso. "
Daniel Vaz de Carvalho
Uma nota final: se há quem acredite na mesma receita neoliberal e de direita/extrema-direita? Esperemos que sejam cada vez menos.Porque o que é preciso é mesmo uma ruptura total.
De
Caro Rui Silva,
Creio que é difícil encontrar emprego mais artificial do que o «emprego» que disparou com o recurso aos estágios do IEFP a partir de 2011 (http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2014/09/camuflar-o-desemprego-i.html). E isto para não falar no aumento das restantes formas de desemprego oculto.
Aliás, a redução do desemprego em 0,1% no terceiro trimestre de 2015, a que Paulo Portas se agarrou com toda a sofreguidão, passa de imediato a 0,05% quando retiramos desse «emprego» os «desempregados desocupados» do IEFP.
Quanto às taxas de crescimento a partir de 2000, talvez seja mais acertado reflectir, entre outros choques a que foi sujeita a economia portuguesa, sobre o imapcto da adesão à zona euro (a que o DE, aliás, já se referiu no comentário anterior).
Por último, depois de uma destruição sem precedentes da economia portuguesa - desde 2011 - (e com a respiração que os chumbos do Tribunal Constitucional permitiu), não será muito difícil obter um crescimento de 0,9%.
Cumprimentos
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