Começaram a defender publicamente o monetarismo e, anos mais tarde, no regime de Pinochet, com a ajuda de colegas dos departamentos de economia de grandes universidades americanas, foram elaborando propostas para uma viragem radical na política económica do Chile [incluindo uma reforma das pensões]. (...) O novo sistema eliminou a velha segurança social substituindo-a por contas privadas individuais [descontos para si mesmo]. Quem tinha contribuído para o sistema anterior recebeu ‘títulos de dívida’ do Estado que foram depositados nas contas e rendiam quatro por cento. As receitas do novo sistema foram geridas por fundos de pensões privados. A taxa do desconto para a pensão foi fixada em 10% do salário, adicionada de 3% para um seguro de vida e invalidez. Isto reduziu substancialmente os descontos e aumentou o montante do salário líquido, o que tornou o novo sistema muito popular entre as classes trabalhadoras.
(Mitchell Orenstein, 2005)
Um outro importante revés na campanha de privatização das pensões veio do Chile, aquele muitíssimo simbólico lugar, onde um governo de centro-esquerda da Presidente Michelle Bachelet iniciou em 2006 uma grande reforma do pioneiro sistema privado de pensões. Na introdução ao Relatório da Comissão de Reforma das Pensões, Bachelet anunciou que o sistema privatizado tinha “baixa cobertura ... pouca concorrência e grandes encargos em comissões ... e discriminava as mulheres”, uma incrível confissão para um país cujo sistema de pensões se tinha tornado um modelo internacional.
(Mitchell Orenstein, 2011)
1 comentário:
As políticas monetaristas aplicadas no Chile a seguir ao golpe de Estado que derrubou o Governo de Salvador Allende conduziram o Chile á ruina.
Quanto à redução da TSU, proposto pelos economistas contratados por António Costa ela não reflecte o pensmento das bases do Partido.
Está-se a partir de um princípio errado, a de os custos do trabalho em Portugal são demasiado elevados , o que em termos comparativos não corresponde à verdade.
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