domingo, 17 de maio de 2015
Memórias da luta contra as propinas
«Os movimentos sociais acontecem sempre nos momentos em que há uma espécie de desconexão entre expectativas e experiências de vida. Há uma geração que já é a geração que viveu a democracia, que viveu num discurso de aproximação à Europa e de que Portugal vai ser um país moderno. Que viveu no discurso de que a educação é fundamental para o desenvolvimento do país. E quando passa o funil e entra na universidade e encontra uma universidade muitíssimo degradada e ainda lhes vêm dizer, depois de eles terem conseguido aceder à universidade, pelo seu mérito, que vão ter que pagar a frequência do ensino superior. Tudo isto gera uma sensação de mal-estar.» (Ana Drago).
«A maioria das associações académicas eram controladas pela JSD. E então o que é que eles pensaram? Vamos fazer o seguinte: as nossas associações vão-se pronunciar contra o aumento das propinas, enquanto não houver reforço na acção social escolar. Eles perceberam que iriam ter oposição por parte dos estudantes se se pronunciassem a favor da lei e então arranjam esta formulação, que se passou a chamar "não enquanto". E portanto houve uma série de associações, ao início a maioria das associações, que diziam que eram contra o aumento das propinas enquanto não houvesse reforço da acção social escolar. E o que é que eles entretanto prepararam? Prepararam obras que até já estavam previstas, projectadas e orçamentadas, mas incluíram isso num pacote a propor aos estudantes como contrato social. As academias em que as respectivas associações assinassem esse contrato social iriam ter a construção de residências estudantis, de cantinas, etc.» (Nuno Fonseca)
«As condições em que hoje os estudantes vivem são muito diferentes das que eu encontrei quando entrei. Na altura havia mais estudantes deslocados e hoje há menos. Há uma maior regionalização dos estudantes. Passividade e apatia sempre existiram. No movimento estudantil como noutros movimentos. Mas de quando em quando ressurge qualquer coisa. Há um ciclo de luta, um ciclo de protesto. Eu cheguei em 2001 à universidade e uma das formas de luta era o boicote ao pagamento das propinas. Que já estava a cair. Só que há então uma coisa que fez com que os estudantes se mobilizassem: quando há um corte no investimento da educação. As propinas mantêm-se mas há um corte. E este corte iria significar menores bolsas, menor apoio da acção social... E aí houve uma grande mobilização.» (João Baía)
Das intervenções de Ana Drago, Nuno Fonseca e João Baía no debate sobre «A Luta Contra as Propinas», realizado na República do Bota-Abaixo, em Coimbra, no passado dia 29 de Abril. Um interessante mergulho no tempo, ilustrado por memórias vividas e às quais se junta a interpretação, política e sociológica, da sucessão de acontecimentos, das vitórias e das derrotas nos dois lados da barricada. A luta das propinas constitui toda uma lição sobre sobre a força do gradualismo em política, sobre o tal manual de instruções para cortes banais que a direita manuseia com especial habilidade. E que permite compreender, em grande medida, as batalhas perdidas.
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15 comentários:
«Uma sensação de mal-estar»
Que compete em recursos com um utro Muito comum na ressaca das bebedeiras que celebram regularmente o extraordinário feito de aceder à Universidade com médias que excepcionalmente ultrapassam a mediocridade.
Não há pachorra para as figuras de retórica da Drago-...
«Prepararam obras que até já estavam previstas, projectadas e orçamentadas...»
Inaceitável.
Uma luta que não acrescente despesa ao orçamento não é Luta digna desse nome!
Não percebi!
Já que houve um corte na acção social... já agora que se diminuam as propinas?
José que tu apanhasses bebedeiras se tivesses ido à universidade não faz dos outros bêbados.
Vejo-te aqui muitas vezes fazer figura de cretino que nem um aporta e não é por isso que achso que todos os zés são iguais.
O problema também passará por aí caro anónimo das 12 e 26.
O ódio ao conhecimento é uma marca comum a muitos dos apologistas da itália de mussolini ou da alemanha de hitler ou do portugal de salazar. Por cá fazia-se a apologia da ignorância e das virtudes do vinho que dava de comer a um milhão de portugueses. Enquanto se pastavam os três Fs com que se entretinha o povéu.
Entretanto a democratização do ensino foi um rude golpe para esta malta. E com ela surgiu também a mediocridade baça e a incapacidade de aprender de muitos que antes se passeavam no alto dos seus deficientes saberes.
A tentativa de colar a outros o que estes não disseram é uma das suas manifestações.Tal como o aspergir de "bebedeiras " aos demais, já aqui citado pelo prezado anónimo. Ou a confissão (involuntária?) da capacidade para compreender um simples texto.
O outro dizia logo que puxava da pistola.
De
Os maus governos são (tambem) reflexo de mas oposições. Os paises pobres são mais consequencia de má governações do que más oposições.
Ignorar, para um país como Portugal em que os formados com boa formação acabam muitos a servir países mais ricos e que não contribuiram para a sua formação, é um defice que deve ser corrigido mostra a oposição (esclarecida) a que temos direito.
O Cristovao facho só se esquece sempre de lembrar os Soares dos Santos que contrata gente educada em Portugal que lhe gera o dinheiro com que ele depois vai pagar impostos à Holanda.
As pequenas naturezas e as suas grandes raivas...
E se não sabes como criar riqueza demonstra como sabes acrescentar despesa que tens aplausos seguros.
E se não tens nada a dizer, invoca o Adolfo, o Benito, ou o António, que logo tens assegurado estatuto de progressista ainda que sejas tão só idiota.
Ao anónimo das 19:52
O governo devia nacionalizar o Pingo Doce, não era ?
Contratava apenas licenciados (bem educados) e despedia os não educados.
cumps
Rui SIlva
O sr silva exorbita
Fala-se na delapidação de recursos humanos e na saída de milhares de jovens do país para irem vender a sua força de trabalho no estrangeiro.
Fala-se na depauperação de Portugal no que ao conhecimento diz respeito
E relembra-se o que a dupla relvas/passos diziam sobre o assunto aqui há uns tempitos, invectivando os jovens a saírem da sua zona de conforto e a emigrarem.O insulto aos jovens, apelidados de piegas pelo passos e pelo relvas e com a benção do portas. Curiosamente as expressões "piegas" e "zona de conforto" foram depois repetidas até à náusea pelos media fidelizados e pelos boys regimentais.
Mas o que é aqui focado é também outra coisa. É a política do soares dos santos, a exploração da mão de obra nacional, o paleio politicamente correcto com que acalenta os serões das conversas em família da tribo...e a fuga aos impostos com que alimenta os seus cofres
(Curiosamente ,ou talvez não, o das
21 e 17 tem por aí comentários a aplaudir o soares dos santos e a sua actuação cívica nessa vertente)
Embora haja outra questão curiosa.Quem falava em bebedeiras , generalizando um universo sabe-se lá colhido onde, assume um discurso um pouco esconso.
Fala na natureza e nas grandes raivas ( ele,logo ele que tem por aí comentários prenhes de ódio), fala em criar riqueza ( ele,logo ele, que aplaude o confisco da riqueza pelos privatizadores e pelos agiotas), fala em acrescentar despesa ( ele, logo ele que a respeito do BPN escrevera que isso não interessava porque eram peanuts)
Mas fala nalguma coisa mais. Sem se saber para quem se dirige põe os olhos em alvo e dispara sobre alguém ou sobre o éter, baptizando-o de "idiota".
A quem se destinarão estes diálogos em tom coloquial e qual o interlocutor de "jose"?
O conhecimento perdido?`O sentimento de frustração pelo ensino democrático? Os idos tempos em que o vinho era o alimento de um milhão de portugueses? O que gostava de puxar da pistola quando se falava em cultura?
Confessemos que, para quem começou por falar em bebedeiras, tudo isto é muito suspeito
De
Rui Silva,
acompanhe as discussões e aprenda a ler, mal desperdiçasdos consigo os meus impostos.
o Jose bebe muito e depois existe o resultado óbvio
chorrilhos de asneiras ditas de permeio a perdigotos carregados de ódio e raivas espumosas
nunca o Jose se levanta contra a despesa das PPPs ou outras mamaduras mas vem célere contra essa turba de licenciados avulsos provenientes dessa escola pública que ousa tentar alisar desigualdades excessivas. aora é a altura do jose mamar mais um pouco e vir vociferar contra os igualitaristas e os despesistas. Para o jose não existe a palavra investimento, a sua contabilidade é sempre a de mercearia da esquina.
Os jovens que foram para fora estavam no desemprego. Não estavam a criar riqueza.
Por grande dedicação ao País deviam ficar aqui parados, prejudicando-se a si próprios, entretendo-se a participar em manifestações á espera de um emprego numa repartição!
cumps
Rui Silva
Rui silva, leia o que cristovao disse antes de vir chatear quem estabeleceu o paraelo com o chupista soares dos santos.
Há qualquer coisa de errado na argumentação trazida pelo sr silva.
Os jovens estavam desempregados e foram empurrados para a emigração pelo poder que devia pugnar pela criação de emprego...em Portugal.
Os jovens estavam no desemprego e foram empurrado para fora , daquela forma acintosa própria de camelos bárbaros , neoliberais sem escrúpulos, canalhas da direita baixa e reles.
Os jovens que foram obrigados a emigrar foram criar riqueza para outros países. Foram fazer lá o que não puderam fazer aqui.. Graças às políticas austeritárias suicidárias para o nosso desenvolvimento.
Chamar ao debate as manifestações em que os jovens poderiam ( ou não) participar,traz ao debate outra coisa. O direito à manifestação, hélas, ainda é um direito cívico. Ainda está consagrado na Constituição da República Portuguesa. Daí que se torne notório o rancorzito do sr silva ( o outro também o tem) perante tal direito.
O que terá o sr silva contra tais processos de intervenção democrática? Ou o sr silva é também partidário do friedman que tinha como o seu amigo pinochet a mesma raiva pelas manifestações e pelos manifestantes?
Fica para depois a tacanhez de quem fala nas esperanças dos jovens reduzidas a "ficarem à espera de um emprego numa repartição".
Tão manifestamente revelador do universo ideológico que os afasta a cada dia que passa da Humanidade e dos humanos
De
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