domingo, 24 de janeiro de 2021

O serviço público não é melhor


Entretanto, na noite eleitoral da RTP teremos uma jornalista de direita, um jornalista de extrema-direita e um jornalista a moderar três apoiantes mais ou menos assumidos de Marcelo (talvez um ou outro seja apoiante do candidato da Iniciativa Liberal) e um apoiante de Ana Gomes.

Uma vez mais, apoiante de João Ferreira não comenta. Globalmente, em 12 comentadores de televisão (11 homens e uma mulher), teremos 8 comentadores de direita, dois de centro-centro-centro-esquerda, apoiantes mais ou menos assumidos de Marcelo, e dois de esquerda, apoiantes de Ana Gomes e de Marisa Matias. É o pluralismo a que temos direito.

5 comentários:

Anónimo disse...

Parece que o saco azul do BES ainda funciona.

JE disse...

É o pluralismo que nos querem ter como direito. Até um dia...

Por isso as vozes incómodas são precisas. Para raiva dos que nos impingem tais trastes

TINA's Nemesis disse...

A confiança na comunicação social tradicional atingiu um mínimo histórico nos EUA.

"56% dos americanos concordam com a afirmação "Jornalistas e repórteres estão propositadamente a enganar o público dizendo coisas que sabem ser falsas ou exageros grosseiros."

https://www.axios.com/media-trust-crisis-2bf0ec1c-00c0-4901-9069-e26b21c283a9.html


"Os jornalistas corporativos sabem perfeitamente que a fé na sua honestidade colapsou.
Em vez de examinar as suas responsabilidades por isto, eles:

1) Culpam seus críticos.

2) Exigem que todas as vozes concorrentes/ dissidentes sejam censuradas."

Escreveu Glenn Greenwald no Twitter.

https://twitter.com/ggreenwald/status/1352249511066955777

JE disse...

E ao que parece há quem esteja mais interessado em despejar lixo informativo sobre os States do que abordar a situação em Portugal

Quando o There Is No Alternative se sente ameaçado, atira com uma realidade trumpista

Francisco disse...

A ausência de pluralismo televisivo, nomeadamente em relação às forças políticas que sendo anti-capitalistas conservam um sólido apetrechamento ideológico, representa uma forma de salvaguarda desse mesmo sistema, cada vez mais fragilizado do ponto de vista interno, isto é, enquanto sistema capaz de oferecer respostas para as várias dimensões da vida de muito milhões de homens e mulheres à escala planetária. Tal como tenho dito, a maior incerteza reside no modo e no espaço/tempo, em que serão alavancadas as alterações que a luta de classes por um lado e as contradições do sistema capitalista, por outro, ditarão como necessárias. Mas que é nessa transformação necessárias que reside o futuro nenhum de nós deve ter dúvidas, do mesmo modo que é nessa transformação que reside a esperança de um mundo mais pacífico, mais humanizado, mais equilibrado nas várias dimensões do desenvolvimento e onde os milhares de milhões de deserdados possam adquirir o direito a essa aspiração nuclear de todo o ser humano: o direito de ser feliz. O silenciamento, as mordaças, a censura em tempo desta paz podre a que chamamos democracia burguesa, são precisamente sinais de uma transformação que está em curso, que é lenta, mas que é irreversível.